quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Gioconda

A Gioconda é a cadela que nos encontrou. Literalmente. Não fomos nós a adopta-la como animal, mas ela a adoptar-nos a nós como donos.
Um dia estava a chegar a casa e lá estava ela no jardim:
Olha, um cão! - disse eu.
Era uma cadela. Pensei que fosse de alguém que estava de visita, ou que a minha mãe soubesse alguma coisa do assunto. Não sabia.
A cadela tinha aparecido misteriosamente em nossa casa, e por isso mesmo resolvi chama-la assim: Gioconda. O acordo era se ela não se fosse embora, nós também não a púnhamos fora.
E assim foi.
A partir daí foi um sem número de episódios insólitos, com a nossa Gioconda sempre a tentar sair para passear, a insistir em saltar para dentro da mala do carro e vir connosco onde quer que fôssemos. Teve o cio e andámos a enxotar cães dias seguidos. Emprenhou, teve dez cachorros lindos de morrer e todos sobreviveram, e lá fui eu e o T. com eles num cesto de lenha para a feira de Tires. Tivemos de a operar para evitar que acontecesse de novo, e lá a trouxemos meia drogada e com uma espécie de fralda. Uma vez fomos com ela a um veterinário em Lisboa que era uma autentica personagem e falava para a parede em vez de falar connosco.
Sempre se portou bem, sempre foi obediente, nunca se virou contra ninguém e sempre foi de inteira confiança, mesmo logo desde o início.

Morreu hoje.
Foi uma boa cadela, uma boa amiga e uma óptima companhia, e eu vou ter muitas saudades dela.

Se é verdade que esta vida é só uma passagem, espero poder encontrar-la de novo um dia. Espero que ela me perdoe não ter sido a dona perfeita (longe disso).
Espero que ela me escolha como dona outra vez.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

NKOTB II


E respondendo ao comentário, o meu era obviamente o Jon. (gostei do "obviamente" nesta frase)
O tímido, o low-profile, o que passa despercebido - my style!
Aquele que provavelmente nem sequer cantava, e estava lá apenas para fazer número.

Nem preciso dizer qual é, que para bom entendedor meia palavra basta!
(é o da t-shirt vermelha - feio que só visto!)

E o teu, qual era?

Portunhol, italianol, espanhol

A R. e eu falamos espanhol entre nós.
É uma coisa que muita gente acha estranho, porque raio uma italiana e uma portuguesa falam espanhol entre si, mas se há coisa que aprendi nesta terra (e é assim com toda a gente) é que a língua que começamos a falar quando conhecemos uma pessoa, é a língua que falaremos para sempre.
Eu e a R. começamos a falar em espanhol porque essa era a língua "oficial" da nossa equipa de trabalho na altura, apesar de em 5 pessoas apenas um ser de facto espanhol.

Com o passar do tempo, com as mudanças no trabalho, e com a nossa aproximação, a R. e eu acabámos por desenvolver o nosso próprio idioma, ali algures entre o espanhol de Espanha, de El Salvador e da Venezuela, entre o português e o italiano.
E claro, entendemo-nos muito melhor uma à outra do que àqueles que falam espanhol como língua materna, que ficam a olhar para nós de boca aberta com as expressões e palavras que vamos inventando à medida da necessidade. E tentam corrigir-nos, mas lá está, se falássemos um espanhol perfeito já não seríamos nós.

É como construir uma amizade num cantinho da torre de Babel.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

NKOTB

E depois de filosofar sobre o tempo, só mesmo esta notícia para me fazer rir!

They're back!
(e nem me atrevo a pesquisar de quando é o seu último álbum...)

Lindo!

Tempo

Hoje em conversa com a R., que completa em breve 34 anos, fiquei com a sensação que se até aos 30 a nossa vida anda rápido, depois então nem se fala. Durante uns anos andamos naquela a contar os anos e quantos faltam para os 30 e ah e tal que está quase... depois de um dia para o outro já passou há uma data de anos sem se dar por ela.

Como o ano 2000. Durante quanto tempo andámos nós expectantes, e se vai acabar o mundo ou não, e o bug do milénio e de repente já lá vão 8 anos...

Já para não falar na Expo, que nunca mais abria e que se contavam os dias um a um num calendário na Praça de Espanha, e nós lá passávamos a caminho da faculdade no 56 sempre na expectativa. E aí vão 10.

E o Euro 2004, esse acontecimento longínquo, com a campanha de candidatura, a construção dos estádios e nunca mais chegava...

É estranho ter consciência de que a partir daqui ainda é mais a abrir, apesar de ainda não ter a noção do quão rápido corre o tempo. Vamos marcando o futuro com metas que nos parecem longe e num instante passam, e passam e passam...

Assusta-me.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Últimos filmes


Ontem fomos ver o Control (finalmente!), que conta a história de Ian Curtis, vocalista dos Joy Division. Gostei bastante, mas confesso que estava à espera de mais profundidade, mais processo criativo, mais entrar um pouco na cabeça do protagonista. Talvez a expectativa, depois de tanto ouvir falar bem, estivesse alta demais mas cheguei ao fim com a sensação de que o filme podia dar um pouco mais. Mas gostei, e sobretudo tem uma banda sonora fantástica.


Este 4 meses 3 semanas e 2 dias vimos em casa, já que não dominamos nem o romeno (apesar das parecenças com o português, é incrível) nem o holandês o suficiente para perceber as legendas no cinema. É o que se pode chamar um soco no estômago. Um filme tão duro que até dói fisicamente quando o vemos. Brutal. Uma história simples mas que nos toca, principalmente a nós mulheres.

Aconselho tanto um como o outro, por razões completamente diferentes.

sábado, 26 de janeiro de 2008

União de facto

Só reparei hoje que no dia 18 não só fez 2 anos que viemos para a Holanda, como também fez 2 anos que estamos a viver juntos - ou seja, temos oficialmente uma união de facto, estamos perante a lei como se fôssemos casados.
Tipicamente nosso, o facto de nem nos termos lembrado. Aliás, nesse dia nem nos vimos.

Nunca ligámos nenhuma a datas.
Nunca no primeiro ano de namoro festejámos os meses. Aliás, já estávamos juntos há bastantes meses quando alguém nos perguntou em que data começámos a namorar. Não fazíamos ideia, tivemos de pensar no assunto, mas tínhamos várias datas que poderiam servir. Escolhemos o dia 9 porque nos lembrámos que tínhamos ido jantar para festejar os 3 anos e meio de JB e nessa noite resolvemos assumir o nosso caso aos nossos companheiros de viagem - mas no fundo, a resolução ocorreu já passava da meia-noite, ou seja tecnicamente já era dia 10. Não interessa.

Do mesmo modo não sei dizer se o dia 18 foi o dia que chegámos à Holanda ou saímos de Portugal (tenho uma agenda desse ano guardada algures, é uma questão de procurar e confirmar) mas nem interessa.

Parabéns a nós, que somos unidos de facto.
E somos, de facto, unidos.
E isso é que é importante!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Happy Friday!

Hoje é sexta-feira... ganda pinta!

E amanhã o T. está de folga - desde Agosto que não estava de folga a um dia de fim-de semana.
(excepto no Natal e quando fomos a Portugal, mas é diferente...).

Um dia inteiro só para nós os dois... tão bom!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Madrid...

E não é que hoje no trabalho recebi uma chamada técnica da Fundação Thyssen-Bornemisza!

"Llamo de la Fundación Thyssen y tengo aquí un problema con mi aparato, a ver si me puedes ayudar..." Fiquei logo de antenas no ar! Curioso como cada um fica atento ao que lhe diz mais, apesar de ser uma chamada igual às outras só de pensar que o senhor me estava a ligar ao vivo e em directo desde um dos maiores museus de Madrid até me senti mais motivada para o ajudar!

No final perguntou-me "Y donde puedo comprar vuestra marca aquí en Madrid? Estamos en el Paseo del Prado..."

Pois eu sei onde estão - aqui - e por momentos só queria ir para lá também!
Pelo sim pelo não, anotei o nome e o número de telefone do senhor no meu bloquinho de notas... nunca se sabe!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Eis senão quando...

Desde dia 14 que integrei uma nova equipa na empresa. Visto de fora, e de dentro também, foi uma espécie de despromoção.

Quando comecei a trabalhar éramos uma equipa multi funcional: tínhamos contacto com os usuários finais (questões técnicas) e uma carteira de clientes/parceiros comerciais (tão estranho ter de traduzir estes termos...) cada um (questões logísticas).
Depois dividimos as tarefas, e eu passei a ter apenas contacto com os clientes/parceiros comerciais.
Desde dia 14 que passei para a equipa de atendimento ao usuário final.

A minha principal queixa em relação a este emprego, em todas as equipas, é o facto de estar sempre a resolver problemas dos outros, e não criar nada de novo.
Basicamente sentia-me (e sinto) a atrofiar, a não estimular a criatividade (e não me venham com essa de que a criatividade se usa em tudo na vida e blá blá blá, que eu sei que vocês sabem o que quero dizer). Sinto a falta de chegar a casa com entusiasmo no trabalho, com vontade de partilhar o que aprendi e ir no comboio a anotar ideias.

Eis senão quando me foi atribuído (temporariamente, claro, já que só me faltam 6 semanas de trabalho) a responsabilidade de desenvolver um projecto. Daqueles mesmo bons, criados desde o nada, apenas com umas linhas gerais já traçadas e muitas mais por traçar.
Passei a tarde (e amanhã vou passar a manhã) a ver o que já foi feito, a delinear umas coisas, a investigar nos sites da concorrência, a descobrir e a ler artigos a respeito.
E de repente, parece que nasci outra vez! Claro que o projecto em si não tem nada a ver comigo, mas pela primeira vez em meses e meses e meses sinto que construi qualquer coisa, que saio dali mais preenchida.
Que bom pensar que tenho 6 semanas que não vão custar tanto a passar, e principalmente, que bom pensar que quando me for embora, deixo qualquer coisa feita.
Qualquer coisa mais que problemas resolvidos.

Afinal estou mesmo contente com esta despromoção!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Temporal

Chuva, vento e bicicleta são coisas que não combinam.
E juntar um casaco que ensopa a este trio maravilha?
Quem me conhece imagina o meu bom humor hoje de manhã a chegar à estação...

Bela maneira de começar a semana, sim senhor!

Há coisas de que não vou ter saudades NENHUMAS!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Ontem...




...estava uma chuva miudinha que eu odeio, mas que criou este efeito na árvore que se vê da janela da cozinha.

Party girl

Este fim de semana saí à noite na sexta (despedida de uma colega no Molly's) e no sábado (housewarming party em casa da R.).

E chego à conclusão (ou melhor, confirmo...) que já não tenho 20 anos.

sábado, 19 de janeiro de 2008

2 anos

Fez ontem 2 anos que viemos para a Holanda.

Noutra vida, portanto...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Telejornal

Temos visto o Telejornal nestes últimos dias, através do site da RTP.

Ontem houve a notícia de uma possível fuga de gás para os lados do ISCTE. Hoje soube-se que afinal tinha sido alguém da Faculdade de Farmácia que tinha despejado uma substancia altamente tóxica para o meio do descampado. Uma senhora que estava a mandar lixívia para a zona para abafar o cheiro chamou filho da p*** aos jornalistas. Hoje de manhã um grupo de senhoras da limpeza do ISCTE (muitas de cabelos brancos, lá está) davam o seu testemunho sobre as reacções ao mau cheiro, e houve uma que se fartou de tossir e foi mesmo para o hospital.

Outra notícia. Em Penamacor, num treino de uns aviões militares houve um ruído tão forte que danificou casas, e pôs uma criação de coelhos em polvorosa. Os coelhos todos cheios de stress. Mais testemunhos da população local.

Ficámos os dois meio aparvalhados a olhar para aquilo. Se não ouvíssemos o som diriamos que se tratava de uma notícia na Bósnia ou na Roménia ou coisa parecida.
As pessoas são feias (mas mesmo feias!), as casas também são feias, o país é pobre e de Terceiro Mundo. Pelo menos assim à primeira vista.

Já nem falo nas notícias em si, porque acredito que coisas destas acontecem em todo o lado (ou se calhar não, mas adiante), mas ver um Telejornal assim de fora, e reparar nestes pormenores é muito deprimente. Somos (ou estamos) um país um bocado triste.

Ai ai ai... prevejo grandes dificuldades de adaptação...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Linha de pensamento - um recado escondido, agora a descoberto

É incrível a capacidade de divagação da nossa mente. Como nos lembramos de uma coisa, que nos leva a outra e a outra e a outra.
Hoje em conversa com o T. tive este seguimento de pensamentos, por esta mesma ordem.
Foi uma questão de segundos, passei do 1) ao 8) sem dar por ela.
Estou há que tempos para comentar com a pessoa em questão o ponto 8, mas lá está, por uma razão ou por outra vou deixando passar.
Aqui fica para a posteridade:

1) A R. vai dar uma festa no sábado, e eu fiquei de convidar a I. e os amigos para irem também. O objectivo da festa é conhecer novas pessoas.
2) Em Santiago também demos uma festa em nossa casa, e também apareceram muitas pessoas que não conhecíamos.
3) Entre essas pessoas estavam duas francesas, e eu e o F. acabámos a noite numa discoteca com elas, eu a pensar que elas tinham vindo à nossa festa por serem amigas dele, ele a pensar que eram minhas amigas.
4) Essas francesas apareceram em nossa casa meses mais tarde a perguntar se tínhamos algum quarto disponível. Como não tinham o nosso número não nos podiam ligar, e por isso apareceram lá assim do nada (nunca mais as tínhamos visto desde a festa).
5) Exactamente em baixo da nossa casa havia o café A Codorniz, muito giro, onde tanto se podia tomar o pequeno-almoço como beber um copo à noite. A Codorniz a dada altura virou moda, e era muito prático porque sabíamos que sempre que lá íamos encontrávamos alguém, e quando não estava ninguém em casa já sabíamos que estavam n'A Codorniz.
6) Quando vivi na Parede e vagou a Vedior no andar de baixo tive muita esperança que fosse para ali um café engraçado, mas afinal foi para lá uma Igreja Universal Alternativa (que me acordava aos domingos de manhã, mas adiante)
7) Nenhum dos meus amigos tem um café em baixo de casa onde nos possamos encontrar, o que é uma pena. Um café onde não fosse preciso combinar, onde nos pudéssemos encontrar a seguir ao trabalho ou depois do jantar.
8) Gostei muito (e este é o meu ponto final e o objectivo deste post) da casa da M.J. em Porto Salvo, não só pela casa em si mas também pelo bairro, e pela presença do café Flor de Porto Salvo (com direito a pires com sal grosso e ovo cozido na montra) mesmo à porta. Imagino-nos a beber uma cervejola ali no larguinho (e se tiveres uns tremoços em casa até os podes mandar pela janela, M.J!). Gostei bastante da casa por dentro, mas do que eu gostei mesmo foi daquele bairro. Acho que é um bairro com carácter.

Este comentário 8 devia estar aqui no meu subconsciente à espera de uma oportunidade para vir à superfície.
As voltas que ele deu!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Pfffffffffffffff.............

Queimámos a sopa...

Tanto trabalhinho para ir directamente pela retrete abaixo (literalmente)...
:(

Deve ser castigo por ter dito "chiça" no meu blog.
Agora digo mais: irra, apre, que maçada!

É caso para dizer: "No soup for you!"

Mas porquê?

A partir de uma certa altura da vida, de cada vez que começo uma frase com
"Tenho uma novidade!"
Ouço sempre:
"Tás grávida?"

Chiça!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Mais um passo

Agora sim, parece que tudo é mais real.
Até aqui poderia ser apenas uma ideia, um projecto. Agora é mesmo a valer, não há volta a dar. Ponto sem retorno.

E foi difícil.

Hoje contei ao L. que nos vamos embora, e que não vou querer renovar o meu contrato.

O L. é aquilo que se pode chamar o protótipo do anti-chefe. Foi das primeiras pessoas que conheci quando fui à entrevista, lembro-me que levava o nome dele escrito num papel para não me esquecer (e esse dia aconteceu noutra vida...há tanto tempo). Imaginava-o o típico executivo de fato e gravata, e pasta a condizer. Apareceu-me um latino-americano de crista no cabelo, pêra, argola na orelha e ténis. Houve ali uma identificação imediata. Diz ele que escolhe as pessoas com quem trabalha nos primeiros 10 segundos depois de as conhecer. Eu lembro-me de sair da entrevista a pensar que tudo o que podia ter corrido bem tinha corrido bem. Depois acabei por não ficar com o lugar naquela altura, mas sei que não foi por acaso que passei mais dois ou três meses sem receber nenhuma resposta de trabalho. Estava destinado que eu pertencia àquela equipa. A sensação que tinha tido durante a entrevista não fora em vão.
Durante 1 ano trabalhamos juntos, e claro, chefe é chefe e também ele tem as suas pancadas, mas à medida que nos fomos conhecendo fomos sempre descobrindo pontos em comum. Em algumas coisas somos de facto muito parecidos.

Por tudo isto eu sabia que não ia ser fácil. Sei que para ele foi uma completa surpresa, mas tentei a todo o custo que ele soubesse que para mim também não vai ser fácil deixar tudo isto para trás, deixa-lo a ele e à nossa equipa nuclear (a primeira de todas, apesar de já não ser a actual). E dói-me pensar que havia projectos para mim, e que apesar de tudo, eu falhei as suas expectativas.
Não tenho de me sentir culpada por isso (e não sinto), porque sei (tenho a certeza absoluta) que estamos a tomar a decisão certa, mas não deixo de ter a sensação de estar a causar uma desilusão.
E hoje desiludi um amigo.

Esta experiência tem muito de Erasmus, mas não é um Erasmus.
Já não tenho a idade que tinha quando fiz o Erasmus. Estou cá também há tempo suficiente para de facto aprofundar as relações e criar laços. Nada disto tem a "leveza" (já pesada) do Erasmus. E também não tenho a inocência do Erasmus, de acreditar que vamos todos ficar amigos para sempre, e que nos vamos visitar e manter o contacto.

É muito difícil tomar estas decisões. É duro e triste.
Mas são todas estas experiências que nos enriquecem também.
E eu não trocava esta riqueza por nada.
Nada.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Oh Oh Oh...


Olha o que o meu blog recebeu!

Parece que a Sofia, além de começar a gostar de cores, acha que este blog não é mau de todo e que é merecedor desta distinção!

Muito obrigada!

Aqui ficam as regras da praxe:
1. Este prémio deve ser atribuído aos blogs que considerem serem bons (entende-se como bom os blogs que costumam visitar regularmente e onde deixam comentários);
2. Somente se recebeu o "Diz que até não é um mau blog", deve escrever um post contendo: a indicação da pessoa que lhe deu o prémio com um link para o respectivo blog, a tag do prémio, as regras e a indicação de outros 7 blogs para receberem o prémio;
3. Deve exibir a tag do prémio no seu blog, de preferência com um link para o post em que fala dele.

Eu não tenho 7 blogs para passar, porque como sabeis sou muito selectiva, por isso vou distinguir apenas um.
Como é colectivo, vale por muitos: Copines, diz que o vosso blog também não é mau!

http://www.devaneiossingelos.blogspot.com/

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Ladri di biciclette...

...andam por aí, e hoje foi a vez da minha...

Temos pena :(

Uma vez bicicleta roubada sempre bicicleta roubada!
E ladrão que rouba ladrão....

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Diálogo antes de escrever o post anterior

Eu - Ó love, não olhes para mim a escrever senão eu fico com "writer's block"...

T. - Tu não és uma writer, por isso não podes ter "writer's block".
Eu também não posso ter pé-de-atleta, porque não sou atleta.

(queriiiiiiiaaaas!)

O meu amor de tia é óbvio

O meu sobrinho F. tem a certeza absoluta que eu o adoro. E claro, tem toda a razão.

Duas situações em que ele provou que sabe o que sinto por ele:

1) Eu com a M. ao colo, a L. e o F. um de cada lado para tirar uma fotografia:
Eu - "Vamos tirar uma fotografia a dar um beijinho à M., para quando ela crescer saber que nós gostamos muito dela."
F. - "Oh, ela sabe..."
Eu - "Sabe? Sabe como? Tu por acaso sabes se eu gostava de ti quando tu eras pequenino?"
F. - "Tu? Tu SEMPRE gostaste de mim!"
(Ora toma!)

2) Agora nestes dias de Natal, no meio da confusão, acabei por não contar a toda a gente que vamos regressar a Portugal. Contei à mãe e ao pai, sei que contei ao F. quando me despedi dele, mas escapou-me contar também à sua mãe que acabou por saber pelo blog. Vai a mãe contar a novidade ao filho e este, claro, não só diz que já sabia mas também de cada vez que se toca no assunto "a Mary e o T. vão voltar" responde - "Graças a quem??" (não é demais?)
O F. acha que nós vamos regressar a Portugal por causa dele.

E acha muito bem!

Mães de 3 e mais 3 e mais 3

As mulheres da minha família nuclear são todas mães de 3 filhos. Bastava ler os comentários do meu blog para perceber.

Aquilo que eu vos peço, ó mães da conta que deus fez, é que sejam originais nas alcunhas com que assinam os comentários, de modo a evitar confusões!

Não precisam, no entanto, de revelar a vossa identidade, que isto dos comentários anónimos tem uma certa piada não tem?!

sábado, 5 de janeiro de 2008

Amigas


Este foi um dos meus melhores presente de Natal.

Já tive outros desenhos da M. mas este é o primeiro figurativo (e assinado pela própria!) e mais importante ainda, foi a primeira vez que ela de sua vontade decidiu fazer um desenho especial para mim.

E o melhor de tudo é o tema: "És tu e a minha mãe!"

Se há coisa de que tenho o maior orgulho é de ter os AMIGOS que tenho, amigos não só com A grande mas com todas as letras grandes. Já disse aqui que os meus amigos são parte de mim, são a minha herança e andam sempre comigo onde quer que eu vá.
(apesar de o saber desde sempre, parece que foi preciso vir para longe para me aperceber ainda melhor da vossa importância e do papel fulcral que vocês têm na minha vida).

Sem nos apercebermos estamos todos a ensinar a uma criança (e a outra e a outra...) o verdadeiro valor da amizade.
Tenho orgulho também que a M. cresça com o nosso exemplo, que cresça a saber que pode contar sempre connosco e que nós também somos a sua família.

É claro que fico a babar quando recebo um desenho como este.
Ela sabe que eu e a sua mãe somos amigas de verdade. Para a vida.
(e estamos tão giras!)

Esta miúda enche-me as medidas.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Quando for para Portugal quero ter na minha casa:
  • uma cama alta
  • um edredon de casal
  • um sofá sem mantas por cima
  • alguém que faça limpezas
(acho que não é impossível!)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Coisas parvas que odeio e que me acontecem nesta fase da vida

  • andar de bicicleta contra o vento
  • desligar o telefone de uma chamada e ter outra logo a seguir
  • atrasos nos comboios
  • sentir a chuva a entrar no casaco

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

As minhas resoluções e planos de ano novo

Nunca fui muito de pedir desejos para o novo ano, mas sempre fui de fazer listas de resoluções e planos.
Aqui vão (também posso ir acrescentando)

  • regressar a Portugal - e no fim de muita expectativa, indecisão, dúvida e hesitação é mesmo oficial: regressamos a Portugal no final de Março.
  • voltar a trabalhar na minha área, seja por minha conta ou por conta de outrem
  • emagrecer - (esta é um clássico!)
  • frequentar o ginásio, esteja eu onde estiver
  • ter mais cuidado com a aparência - fiquei traumatizada com o desleixo das mulheres portuguesas
  • ler mais
  • ir ao dentista
  • ir ao ginecologista
  • fazer a maioria dos presentes de Natal 2008, e não comprar
  • estar presente nos nascimentos de 2008
  • estar mais com amigos de todos os dias, e com os que vejo só de vez em quando
  • combater o conformismo em todas as áreas da minha vida - ser menos preguiçosa
  • ir a Atenas
  • passar no mínimo uma semana de férias na costa alentejana
  • ir à praia sempre que possível
  • arrumar o meu quarto em casa dos meus pais (mãe, esta foi especial para si!)
  • tirar todos os caixotes e caixinhas e estantes e livros e sacos que tenho em casa dos pais do T. - ou seja basicamente deixar de ter coisas espalhadas um pouco por toda a parte
  • ir ao museu Berardo (que não fui nas férias)
  • andar de patins no paredão de Oeiras (também não fiz)
  • ir ao Santini muitas vezes
  • caminhar no paredão de Cascais ao fim-de-semana
E ainda:
  • ir ao dermatologista
  • tentar não reivindicar a autoria de ideias

Considerações sobre Portugal aos olhos de uma emigrante

(tópicos que vou escrevendo à medida que me for lembrando)

  • as mulheres portuguesas não se produzem, não se maquilham e são desleixadas na sua aparência
  • as casas de banho públicas em Portugal são um nojo completo e não há palavras para descrever tanta falta de higiene
  • em Portugal as pessoas velhas têm de trabalhar - coisa que por cá não se vê são homens ou mulheres de cabelo branco a limpar escadas ou a varrer o lixo (e não é por pintarem o cabelo)
  • a luz de Portugal é a mais bonita de todo o mundo e não há nada que se compare à luz do crepúsculo, que é também única no mundo
  • em Portugal vive-se o fenómeno Nespresso - toda a gente tem ou vai ter, toda a gente fala dos cafés, do roxo do preto e do castanho, das descalcificações e das encomendas e dos pacotes de boas-vindas
  • em Portugal come-se muito bem, e mesmo as porcarias que se comem são menos porcarias e são mais autenticas do que cá
E ainda:
  • em Portugal todos vivem sob o fantasma do Euromilhões. "Quando eu ganhar", "se me sair" ou "se ganhasse" o Euromilhões são frases recorrentes, mas que no fundo não dizem nada. Até agora ainda ninguém que eu conheço ganhou.

Fim do Ano - o rescaldo

Foi também um fim de ano diferente - o ano 2007 marcou pela diferença e ainda bem.
A vontade de sair era pouca ou nenhuma. Estávamos já a ressacar de cansaço ainda antes da festa (ou seja a vir da festa antes mesmo de ir para a dita, como no célebre ditado popular "vimos da festa" - ler com entoação melosa e cansada)
A verdade é que nesta terra nunca apetece sair, seja pelo frio ou pela chuva, mas quando o fazemos nunca nos arrependemos. Nunca regressamos a casa a pensar "mais valia não ter saído".
Depois de uma sesta até as 20h30, resolvemos então que iríamos à festa sem pressa nem horas.

Por cá somos todos embaixadores do nosso próprio país. As nossas características tomam a forma de um povo inteiro. Pois como bem sabeis, estes dois exemplares da raça tuga não primam pelo planeamento nem pela organização, e eu especialmente não primo pela pontualidade no que ao lazer diz respeito.

Dito isto lá saímos rumo à casa alemã, que - oh coincidência! - morava perto da zona onde me perdi há umas semanas atrás, para ser salva pelo meu cavaleiro da meia-noite; não sem antes verificar na net o melhor percurso.
Pois que o inevitável aconteceu, e claro que nos perdemos pelo caminho. Eram os minutos a passar e nós a pedalar rumo ao infinito, no meio de autênticos bombardeamentos de fogo de artifício! As 23h45 resolvemos desistir de tanto pedalar e optar por aceitar a nossa sina de entrar em 2008 sozinhos e no meio da rua. Vamos ao menos procurar uma rua gira - disse eu.
E claro, como é tipicamente nosso (mas tão típico que já aconteceu vezes sem conta), mal desistimos de procurar a rua da festa demos logo de caras com ela! Foi acelerar até à porta, estacionar a bicicleta a correr e tocar à porta eram 23h55! Quase em cima da hora!
Fomos a anedota da noite! "they are portuguese, and they're always late!"
Por pouco não era tarde demais!

Quanto ao resto da noite passou-se muito bem entre fogos de artifício e garrafas de espumante, música e boa conversa, um ambiente 5 estrelas, multicultural e internacional como não podia deixar de ser.

Foi um excelente modo de entrar em 2008.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Natal - o rescaldo


Foi sem dúvida um Natal diferente. E no que toca ao Natal tudo o que é diferente acaba sempre por ter uma conotação negativa, porque o Natal é aquela época em que se repetem tradições e se tenta ao máximo mante-las vivas, e fazer exactamente as mesmas coisas, usar os mesmos objectos, repetir as mesas receitas ano após ano após ano. Não foi o caso.
Não digo que não me tenha custado um bocadinho, mas estava feliz por poder partilhar um Natal de que ouço falar há anos, no fundo o Natal que tem verdadeiro significado para o T. - será isto o verdadeiro casamento? partilhar tradições que não são nossas, um ano tu por mim um ano eu por ti? Diz que sim e assim seja.
Até à consoada (palavra mais que repetida nesses dias) não me senti verdadeiramente no Natal. O meu dia 23 de Dezembro costuma ser sempre na cozinha a fazer rabanadas com a minha mãe - é o famoso "rabanada day", em que juramos todos os anos fazer rabanadas sem ser no Natal e nunca cumprimos. O dia 24 é passado nos preparativos: pôr a mesa (que implica lavar pratos e copos que só se usam nessa noite), pôr a mesa das crianças médias (que somos nós os da casa dos 20 - para o ano teremos de alargar o limite da idade pois eu serei já trintona por altura do Natal), pôr a mesa das crianças pequenas (normalmente no meu ex-quarto - se a família continua a aumentar assim teremos de pôr mesa também na casa-de-banho), descascar batatas cozidas, desfiar bacalhau, cortar ananás, abanar o tacho de vez em quando para não agarrar.
Este ano o meu dia 24 começou com pão acabado de sair do forno de lenha, seguido de uma visita guiada ao próprio feita pela matriarca da família. Anos de experiência de uma arte que nos é completamente estranha. Saberes do campo, ligados à terra, onde tudo se aproveita e tudo se transforma, onde de facto tudo faz sentido.
Seguiu-se um dia de turismo - há quanto tempo não fazia eu turismo em Portugal? Há quanto tempo não passava um dia assim na aldeia, a sentir o cheiro das lareiras entre as casas de granito? Ouvir o silencio da paisagem, ver um pôr do sol daqueles que nos fazem sentir pequeninos, ver as estrelas, cumprir uma tradição secular, assobiar canções de Natal.
De regresso a casa da avó, reunir a família em volta da mesa. Foi um Natal intimista, feito de conversas cruzadas, fotos de família, e de histórias antigas contadas pela avó (esta foi a minha parte preferida da noite). Depois da troca de presentes, uma cartada que é também tradição todos os anos.
No dia seguinte, o regresso. Com o coração quentinho e cheio de boas recordações.

Foi bom. Muito bom.

Bom Ano!


(temos calendário novo!)