sábado, 22 de junho de 2013

Pânico no avião

Nunca tinha tido nenhum momento de stress, mas ha sempre uma primeira vez.
Na aterragem em Amsterdam, já pertinho do chão e com as rodas de fora o avião faz um barulho esquisito, e começa a subir a toda a velocidade.
A rapariga que estava ao meu lado e eu olhamos uma para a outra, com um pânico mal disfarçado.
O avião continuava a subir a pique, a subir e subir e a sensação que dava era a de que a qualquer momento acabava a subida e se iniciaria uma descida a pique (tipo montanha russa).
Não se verificou.
Olhei para trás e vi muitas pessoas na boa, mas algumas com medo no olhar também .
Que raio se teria passado?
O avião iniciou depois a descida e aterrou normalmente. No fim, o piloto diz que o levantamento forcado se deveu a problemas de comunicação. Estaríamos em rota de colisão com outro avião? Sera que foi por pouco que não chocamos e ficamos todos ali? Não se sabe.
Se calhar isto ate acontece com frequência, mas não impede de ter sido uma experiência marcante para mim.
Mais do que uma situação de perigo, foi um episódio que me permitiu conhecer melhor a mim mesma.
Depois de cruzar o olhar de profundo pânico com a minha vizinha do lado, comecei a ficar mais e mais nervosa, com um verdadeiro cagaço. E transpirei das mãos, e pensei nos meus filhos e no Te (e em mais ninguém, lamento, mas isto tudo se passou em segundos).
Depois, ainda com o avião a subir a pique (subimos mesmo muito tempo, muito a pique) acalmei e pensei que não havia nada que eu pudesse fazer.
Aquele momento não me pertencia, nada que eu fizesse iria ser determinante na minha sobrevivência.
E com isto senti uma grande serenidade e aceitei completamente o que viesse a seguir,
Se aquele fosse o meu momento, eu estava verdadeiramente em paz.
Fiquei contente por ter conseguido dar a volta e dominar a situação (aqui o domínio foi o de mim mesma, já que apenas me entreguei nas mãos do destino).
Sejamos sinceros, podia-me ter dado para começar a gritar e a arrancar cabelos, já que sofro de vertigens só de subir a um escadote.
A Mary-borrada-de-medo, ficam a saber, tem muita classe

2 comentários:

  1. ahahah,bom e dificil controle.
    Não sei é como te controlaste pensando nos filhos e marido, deve ser a pior parte! e foi pena não arrancares cabelos, a historia tinha outro encanto.

    Não é nada bom cagaços em aviões!!!

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  2. Ai não arrancaste?! Pelo corte...quase jurei que o tinhas feito! Bah... just kidding! Eu fiquei passada porque não te desejei boa viagem e achei logo que era castigo para a minha negligência!! lol... És valente tu, não tenho dúvida. Afinal, já tivemos um acidente de carro juntas e não só não fomos nós a desmaiar, como ainda fomos nós a andar mais de 1 km a pé, à noite, sem luz, pelas salinas da Fuzeta, a fim de chamar a ambulância para o nosso tio, que partira a cabeça, e para o amigo dele que...enfim, só desmaiou porque viu sangue, afinal não estava ferido! Mas que tens classe, tens. Eu digo muitos palavrões nessas situações...e rezo pelo meio!Nada o mesmo estilo...

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