segunda-feira, 8 de setembro de 2008
A minha relação com o tempo
O propósito da minha viagem a Amsterdam foi assistir a um workshop sobre "time management", gestão do tempo, portanto.
Foi bastante interessante e diferente do que eu estava à espera, e serviu também para me ficar a conhecer um pouco melhor.
Começou logo com a explicação de que "time management" é igual a "self management" e que se queremos mudar alguma coisa na nossa relação com o tempo, temos de começar por nos mudar a nós próprios.
"Your problem with time, is you."
Depois fez-nos pensar no nosso ponto fraco em relação ao time management, e para mim não foi nada difícil identificar o meu problema:
Eu faço tudo à última da hora.
Posso ter 1 mês para fazer uma coisa, que seguramente a farei de véspera.
Passei toda a minha escolaridade a fazer os tpc ao domingo à noite, e a regressar às aulas com os livros das férias (abertos pela 1ª vez já em Setembro) por fazer. Quando regressei à escola já adulta para fazer o mestrado, pensei que tudo fosse diferente, pois era já uma mulher feita, independente e a viver sozinha... puro engano - eram noitadas e noitadas nas vésperas das entregas, como se não tivesse tido tempo de fazer as coisas.
Tempo tive (temos sempre), gastei-o foi a fazer outras coisas.
Depois de identificado o problema tivemos de pensar na razão pela qual agimos assim.
No fundo, se fazemos o que fazemos é porque tiramos alguma coisa do nosso comportamento.
Neste caso, eu apenas funciono sob pressão. Preciso do stress e da adrenalina da aproximação da data limite para me motivar a fazer as coisas.
Pois meus amigos, contrariamente a tudo o que eu pensei, não vale a pena contrariar.
Enquanto eu retirar a minha energia e motivação desta adrenalina não vou mudar, por muito que queira.
Ora isto para mim, foi uma completa novidade, foi um verdadeiro "eye opener": chegar à conclusão de que se quero verdadeiramente mudar tem de ser algo mais profundo do que apenas lamentar-me por ser sempre-a-mesma-coisa-porque-é-que-eu-não-tenho-emenda-raio-de-feitio, ou seja, mudar a minha maneira de agir até aqui.
Enquanto não conseguir arranjar uma maneira estrutural de mudar o meu comportamento (leia-se, de ir buscar a minha motivação a outra coisa) vou tentado seguir o truque de me impor datas limite fictícias, para sentir a mesma pica para fazer as coisas à última da hora, mas dando margem para erro.
Até agora (leia-se, desde há uma semana) está a funcionar.
Mary
Ai, ai... eu também funciono melhor assim! Vou delineando projectos mas só os concretizo quando tem MESMO de ser... à última, pois claro! Por que razão será? Enfim, já não me recrimino mais por isso! E vou continuar a tentar mudar, mas já não com tanto afinco...
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