Pois, caros leitores, quem me segue há algum tempo sabe que uma das coisas que me acompanha desde o dia em que fui mãe pela 1ª vez (talvez antes, mesmo) é a culpa.
Toda a gente me falou das fraldas e das noites sem dormir, e das birras e da falta de tempo.
Ninguém me avisou da culpa.
E eu acho que tem sido das coisas com que mais me tem custado lidar.
Não sei se se lembram deste meu episódio, que é, até hoje, o meu post mais lido de todos.
Na altura o episódio virou entrevista pela mão da jornalista Sónia Morais Santos, e tive a oportunidade de contar a todo o país a história de como a minha obstinação fez com que o meu sonho caísse por terra (que é uma maneira bonita de dizer que andei a falar das minhas maminhas a todo o Portugal, mas pronto). Na altura a entrevista foi sob o ponto de vista do excesso de informação a que estamos sujeitos enquanto pais, e de como isso às vezes traz resultados desastrosos.
No entanto, a culpa que sinto em relação ao episódio - por minha culpa o meu filho não mamou até mais tarde, não tenham dúvidas disso - não passou despercebida e quando a Sónia resolveu escrever um livro sobre o tema voltou a contactar-me para poder incluir a minha história.
E é assim, meus amigos, que na página 66 têm a minha contribuição (pequenina) no pequeno-grande livro "A culpa (não) é sempre da mãe".
Se ainda não o leram não deixem de o fazer .
Lê-se num fôlego, e está tão, mas tão bem escrito.
Partindo da sua própria culpa de mãe, a Sónia vai dando exemplos de outras mães, como nós, que carregam a culpa nos ombros. E alterna os testemunhos mais leves (onde se inclui o meu), com outros de cortar a respiração. Isto de ser mãe tem mesmo muito que se lhe diga.
Eu só vos digo que ri, chorei e chorei a rir com o livro. Foi uma montanha russa de emoções.
E não consigo por em palavras o profundo orgulho que sinto por ver a minha pequenina história ao lado do testemunho de grandes mulheres, que viveram histórias incríveis mas souberam lidar com a culpa e ser mães excepcionais.
Que orgulho, senhores, que orgulho!
Um blog e uma revista até podem ser passageiros, mas um livro? Caramba, um livro fica para sempre!
Obrigada, Sónia. Um obrigada do tamanho da minha culpa :)
e pronto, vou mesmo ler o livro!
ResponderEliminar(parabéns MAry!)
Orgulho! :)
ResponderEliminarMary, fui reler o post da amamentação. Brutal. Lembrava-me que era bom, mas não me lembrava que tinha comentado.
ResponderEliminarAgora, 3 anos e picos depois, tenho cada vez mais a certeza que fui tão cabeça dura com a amamentação, que levei a coisa tão à peito que ainda hoje o meu Pedro se ressente com isso. A loucura que se apoderou de mim aquando da mama não me deixou ser tão "visionária" como tu. Reler aquela frase final que diz que o H. engorda a olhos visto ainda me custa ler.
A culpa, senhoras, a culpa!
(e até estou com o coração acelerado! True!)
ResponderEliminarPois é Tella, infelizmente fazes parte do clube da culpa, que eu bem te conheço. Sabias que há mães que não sentem culpa nenhuma de nada? True story.
ResponderEliminarVale a pena dizer-te que provavelmente não teve a ver? E que se era assim já ele tinha engordado entretanto, que já come de tudo??
Tenho que ler o livro. Como já escrevi algures num comentário, nisto da culpa eu tenho um mestrado...
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