Escrever uma sms e ter sempre "Mãe" no topo da lista dos números favoritos.
Acontecer alguma coisa e sentir o impulso de lhe ligar.
Ver os meus filhos a reagir à sua ausência, a fazer xixi na cama e pelas pernas abaixo (ambos, coisa que não acontecia há meses), a fazer imensas perguntas sobre a doença, e a morte e o céu.
Ver que o mundo não parou, por ela não estar cá.
Nem vai parar.
(dói muito mais do que se imagina)
Tal e qual. Eu ligava-lhe duas vezes por dia, pelo menos, por isso imagina a quantidade de vezes que me surge o impulso... Acabo por falar para a foto como se ela ali estivesse. Que está, a gente sabe, só que ainda não nos habituámos à nova forma invisível. E o que mais me trama são as memórias olfativas, é abrir uma bolsa dela e cheirar-me a mãe, como se a própria em carne e osso ali estivesse. Caraças. E tudo continuar como se nada fosse e esperar-se que a gente embarque nessa onda, como se nada fosse, mas mancas de um pedaço tão grande de nós. Se ela não fosse tão boa mãe, acho que não nos custaria tanto... Ou será que custava?! M****.
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