No verão passado estava a minha mais nova a brincar com a minha mãe às festas de anos, e pediu para lhe cantarmos os parabéns, a fazer de conta que fazia 5 anos.
Nessa noite eu fartei-me de chorar, por saber que a minha mãe já cá não estaria, quase seguramente, quando ela fizer 5 anos.
Não me ocorreu nunca que ela já não estivesse nos 4 anos.
A vida é mesmo assim, somos apanhadas na curva de vez em quando. Ainda hoje voltei a ter uma recaída quando o meu mais novo, pouco mais novo do que a tua, me perguntou de chofre: Então, mãe, quando é que nós morremos e vamos para o Céu ter com a avó T? Estou mesmo cheio de saudades dela!» Se tivermos em conta que moramos a 250km de distância e só nos víamos de vez em quando, é extraordinário o laço que a nossa mãe conseguiu criar com os netos. Sempre presente,mesmo sem que eu tivesse falado dela, mesmo na cabeça de uma criança de apenas quase 4 anos, mesmo ausente há dois meses e tal. Há pessoas extraordinárias e devem fazer mais falta Lá em Cima do que imaginamos. Damn!
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