terça-feira, 21 de abril de 2015

O poder da música



Em 1997 a minha mãe sofreu um acidente que a obrigou a meses de fisioterapia (depois de uma cirurgia, e de meses imobilizada também). Eu estava na faculdade, tinha tempo, e por isso fiquei encarregue de a levar todos os dias à fisioterapia durante uns tempos.
Na altura tinha uma cassete dos Gun que rodava sem parar, e quando chegava esta música eu punha sempre mais alto porque ambas adorávamos. E se a música ainda não tinha acabado quando chegávamos ao destino, ficávamos no carro a acabar de a ouvir - coisa que aliás era típico dela, deixar as músicas acabar antes de desligar o carro.
Há um ano atrás voltámos à rotina do leva e traz, desta vez aos tratamentos de quimioterapia ou às sessões de acupunctura que também fez.
E uma vez, não sei onde nem quando, começa esta música a dar na rádio. Eu comecei a cantar, e ela começou também a reconhecer que conhecia a música, mas não sabia de onde...
Lá nos lembramos da tal cassete que estava no carro há 17 nos atrás, que tantas vezes ouvimos.
Hoje, à saída da escola, entre uma rotunda e a outra, comecei a ouvir os primeiros acordes e zás! volume no máximo, e toca a cantar de uma ponta à outra.
E nem precisei de olhar para o banco ao lado para saber que a minha mãe estava ali comigo.

3 comentários:

  1. Oh pá até fiquei com lágrimas nos olhos. Beijos Mary

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  2. Já tentei comentar este post há dias e não consegui.

    Só para te dizer que és a maior, que gosto muito de ti e que este post me fez chorar!
    BJOS , com muitas saudades

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