Ir a uma entrevista de trabalho com o meu barrigão de 30 semanas, para um museu giro que farta, e combinarmos que a minha colaboração se inicia depois da licença.
Tanta e tanta gente que enfrenta tantos problemas laborais só por engravidar, tantas mães que perdem o emprego, eu sei que ninguém me está a oferecer um contrato nem um salário todos os meses, e que para poder receber vou ter de dar o litro, trabalhar aos fins de semana, fazer propostas, preparar projectos que muitas vezes nem saem do papel; mas ainda assim, e tendo em conta que foi a vida que escolhi (e que tenho a sorte de poder ter escolhido) que fixe que é que a minha barriga gigante não seja um impedimento para a minha realização profissional.
Nesta gravidez já vão duas entrevistas, duas novas colaborações - tecnicamente são três, mas na primeira nem eu própria sabia que estava grávida - que se adaptam ao meu estado, ao meu tempo, à minha disponibilidade.
Passei tanto tempo à espera disto. Tantas e tantas vezes que bati a portas e mais portas sem me deixarem entrar, numa altura em que se calhar até tinha sido mais fácil. Ver o meu CV valorizado independentemente que carregar o terceiro filho na barriga, é coisa que me deixa mesmo contente.
Isso mesmo! É de aplaudir!
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