- o tempo com os nossos filhos (quase parece contraditório, mas não é) - penso no nosso dia a dia normal pré quarentena e vejo que estamos tantas e tantas horas separados, que efectivamente mal nos vemos. Agora, para o bem e para o mal, tempo juntos é o que não falta
- com o ponto anterior vem um sem número de conversas que temos e que normalmente não conseguimos ter - conversas em família, mas também com cada um deles em separado, que é tão importante
- apesar de andarem sempre à porrada, ao fim de muitos dias os dois mais velhos lá conseguiram encontrar algumas atividades para fazer em conjunto: ela aprendeu a jogar Minecraft, jogam raquetes e basquete na varanda, e brincam ambos ao faz de conta com a mais nova
- passeios nas redondezas - descobrimos que vivemos no meio do campo e não sabíamos! Sem poder ir à praia nem ao paredão começamos a dar caminhadas pelo bairro e fomos dar a sítios que nem sonhávamos - descampados a perder de vista, que parece que estamos na aldeia.
- apanhamos flores e trazemos para casa, tenho neste momento três jarras com flores, o que não sendo dia de festa, é inédito cá em casa
- para o mal e para o bem, fiquei a conhecer melhor as professoras do mais velho que está no 5º ano numa escola nova (espreitei as chamadas em vídeo, teve de ser). Percebi que tive muita sorte com a directora de turma - muito organizada, despachada e muito querida com eles - e pelas atitudes dele nas aulas em vídeo vou percebendo também quem são os profs: os queridos, os mal encarados, os porreiros, os que estão ainda mais à nora do que nós. (Tiro o chapéu a todos, senhores!). Tendo de fotografar e enviar os trabalhos, também estou mais em cima das matérias e do que falam na escola, coisa que me passava ao lado muitas vezes
- o pai cá de casa não demora tempo no caminho para o escritório - não que isso se traduza em mais tempo connosco, mas pelo menos sabemos que está ali perto
- almoçarmos todos juntos todos os dias
- um copo de vinho que bebemos os dois ao fim do dia, quando eles estão na hora dos ecrãs (e que bem que nos sabe...)
- estar a fazer atividades que normalmente só faço com os filhos dos outros (em oficinas de férias e assim), com os três - já fizemos aguarelas, pinturas guache e de dedos, com diversos materiais, plantámos feijões e caroços de abacate, plasticinas variadas, massinhas, até já chegam a fazer coisas por livre iniciativa, totalmente sozinhos
- em relação ao meu trabalho, esta pandemia trouxe à luz do dia a situação precária em que trabalha a maioria dos que se dedicam à cultura, e tenho esperança que isso faça agitar as águas e mudar um bocadinho as coisas
Dito isto, por mim está bom, pode acabar!
Tão bom este post.
ResponderEliminarHá sempre uma luz.