terça-feira, 29 de junho de 2021

Histeria anti-covid

 Estou neste momento a viver as semanas de mais intenso trabalho dos últimos 15 meses.
Estou a fazer visitas numa exposição (espetacular) que está a ter muito sucesso e com muita procura - as pessoas estão ávidas de voltar à vida cultural depois destes meses todos confinadas e aproveitam todas as oportunidades (e ainda bem!).

Com isto e os números aumentar, temos esta que vos escreve que por sinal já está vacinada, numa quase histeria anti-covid - não por medo de apanhar, é mesmo medo de ser obrigada a ficar em isolamento e assim ter de deixar de trabalhar (o que teria efeitos muito negativos na minha saúde mental, e na financeira também!). São só mais duas semanas intensas, depois em princípio volta o deserto laboral...

Assim, passou o Euro e eu não vi os jogos com o grupo do costume, encontro primos e sobrinhos queridos e não deixo que se aproximem, estou a verdadeira "não me toques", quase quase a borrifar o espaço à minha volta com desinfetante!

A loucura temporária também é um efeito colateral da pandemia...

(e a falta de paciência para tudo isto é outro!)

Ano letivo interminável

Para memória futura, este ano letivo vai terminar mais tarde que nunca.

E há semanas que andamos com aquela sensação de estar "quase a terminar" mas caraças, andamos aqui a arrastar e arrastar e a coisa parece que não vai terminar nunca...

Os miúdos cansados, os professores esgotados, os explicadores como eu já a encher chouriços sem utilidade nenhuma...
Que a escola fique aberta não acho mal, mas deviam deixar os miúdos brincar no recreio e não massacrar com revisões que nesta altura do ano não servem para nada!
Enfim, já só falta pouco mais de uma semana.
Aguentemos.


quarta-feira, 23 de junho de 2021

Livro 13/35 2021

 

Um mal antigo, de Paul Doherty

Um pequeno engano, de que só me dei conta ontem: não cheguei a registar este livro aqui - foi o 9º este ano, lido em Março e acabado no início de Abril. Passou-me ao lado.

Uma história que mete outra história dentro, passada na Idade Média (ambas) com todo o imaginário que temos direito: feitiçaria, maldições, demónios. Um grupo de viajantes pára numa estalagem para passar a noite, e entretem-se na hora da ceia a contar histórias de arrepiar, e esta é a história contada por um deles - penso que há outros livros da coleção que contam as histórias dos outros.

Para quem gosta deste tipo de cenários, lê-se muito bem mas nada de especial.
Trouxe-o de casa do meu pai, como tantos outros.

Dei 3 estrelas.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Livro 12/35 2021

 

Antes que o café arrefeça, de Toshikazu Kawaguchi

Oferecido pelo marido nos anos, sendo que está na minha lista de livros que queria ler há um ano pelo menos, e recentemente até tinha estado a ler uma opinião de alguém que me surgiu numa rede social - ou seja, foi um tiro certeiro, mesmo sem saber de nada.
No entanto, a verdade é que conhecendo-me um bocadinho bem (não é preciso muito!), é fácil perceber que o tema me iria interessar: não há nada que eu gostasse mais de poder fazer do que viajar no tempo. 
Reza a história deste livro que há um certo café onde isso é possível, mas as regras são tão apertadas que quase nos faz acreditar que nem vale a pena tentar - se vale a pena ou não, é o que descobrimos ao longo destas histórias
Qual o maior problema do livro, para mim? Confundo os nomes todos em japonês (típico de todos os livros de autores japoneses que já li...). Não consigo associar se o nome é masculino ou feminino, nem localizar as personagens na trama - é o dono do café? é a enfermeira? é a dona do bar ao lado? Tenho de tentar perceber pelo sentido, e acaba por ser ligeiramente confuso.
De resto, é um livro que se lê muito bem, está bem construído, bem escrito, e tem partes muito enternecedoras.
Dei 4 estrelas e recomendo, e também empresto.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Trabalho na era pós-covid

Quem já era precário, mais precário está.
Quem já era explorado, mais sujeito a exploração está. 

Um dia deixaremos de ter de nos sujeitar a tudo o que nos aparece à frente, mas ainda não é hoje.

(e a maior razão pelo qual este post faz sentido é que só me apetece acabar com um "haja trabalho!" porque de facto tudo se resume a isso! Mas não devia.....)

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Livro 11/35 2021

 

A História de uma Serva, de Margart Atwood

Na lista de livros por ler há mais de um ano, esta foi daquelas autoras de que muito ouvi falar no ano passado (aqueles fenómenos que de repente anda tudo a ler a mesma coisa à nossa volta).

Veio à baila quase por acaso em conversa com colegas (que tinham visto a série), e coincidiu no dia seguinte ir à biblioteca - o regresso pós pandemia - em que fui com as duas miúdas num compasso de espera pelo jogo de futebol do mais velho. A ideia foi buscar livros para eles, e fui só num instante quase sem tempo buscar um para mim - comecei na prateleira da letra A e dei de caras com este, nem hesitei.

É de facto uma história brutal, sendo que foi escrito em 1985, eu pensava que era bem mais recente. Muito perturbador e inquietante, com assuntos tão na ordem do dia: feminismo, direitos humanos, extrema-direita, liberdade, verdade.
Já li este ano um livro da mesma autora, e a fórmula é a mesma: uma distopia, que parecendo distante, pode estar bem próxima, e onde a ilusão e a realidade se confundem.
Está muito bem escrito, daqueles que apetece pegar e ler em qualquer lugar - andava um bocado a engonhar com os livros anteriores mas este li-o em duas semanas, foi bom para regressar ao meu ritmo.

Dei 5 estrelas e recomendo muito.

Passo a passo

 Vamos caminhando aos poucos em direção à normalidade - haverá objetivo melhor do que a normalidade? (Tantas vezes tentamos alcançar a extraordinalidade, e nem nos apercebemos do que temos à mão de semear.)

Aos poucos vou regressando ao local de trabalho - por enquanto apenas um - e reecontrando os colegas que coincidem nos mesmos dias, primeiro um, depois outro e assim vamos re-atando as conversas de corredor - que tanta falta fazem!

Não tenho dúvidas em relação à minha escolha profissional, é mesmo uma pena viver nesta precaridade porque tirando isso tenho o trabalho perfeito.
Era sair um euromilhões e nem precisava que me pagassem!

terça-feira, 8 de junho de 2021

Livro 10/35 2021

 

Segredos de Lisboa, de Inês Ribeiro e Raquel Policarpo

O ano já vai a meio, mas eu ainda não cheguei ao meio do meu desafio... Se incluísse aqui os catálogos e textos de curadores e artistas que tenho lido dava um avanço grande ao desafio, mas se ler faz parte do trabalho, acho que não entra no desafio de leitura - a ideia é incluir a leitura por lazer em algum momento do meu dia, e isso de facto tem ficado um bocadinho para trás - mas a ideia do desafio também é mesmo essa: fazer tudo para o superar (e nos últimos dias tenho andado a avançar bem na leitura 11).

Antes de fazer a minha reflexão sobre este, vou fazer o aviso: as autoras têm uma empresa que organiza passeios e visitas guiadas, com quem eu colaboro há alguns anos. São as duas arqueólogas e empresárias, excelentes comunicadoras e pessoas que muito admiro - entre outras coisas pela coragem de terem aberto o seu próprio negócio e de o manterem há mais de 10 anos, coisa tão difícil nos dias que correm.
Eu gostei imenso do livro, mas penso que qualquer pessoa que goste de História e das histórias da História, também vai gostar. 
Cada capítulo começa com uma história romanceada de uma determinada época passada numa zona de Lisboa, para depois nos explicarem os achados arqueológicos dessa mesma zona.
E assim percorremos a Lisboa de diferentes séculos, e ficamos com vontade de fazer os passeios para saber mais sobre estes achados.
Não sendo aquele livro que não conseguimos acabar de ler, lê-se muito bem. Eu acabei por demorar muito tempo porque se meteram outras coisas, no entanto parece-me que noutra altura o leria muito rapidamente de certeza.
Dei 5 estrelas, e recomendo.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

43 no dia 31

 43 voltas deu a Terra ao Sol, desde que eu nasci.

Tive a assistir à conferência de imprensa de uma exposição onde vou fazer visitas (com presença da Ministra da Cultura e tudo, o que foi especial, principalmente tendo em conta tudo o que temos passado com falta de trabalho do último ano), e fomos jantar fora os 5 (coisa que não me lembro de ter feito nos meus anos - e correu tão bem, foi mesmo bom).

Aos 43 confirmo o que senti aos 5, fazer anos não é de todo a minha praia, mas ao mesmo tempo é sempre bom.

Parabéns a mim, e vamos lá, rumo aos 44!