O ratinho na roda e a roda do ratinho, e cá estamos a tentar dar conta de tudo, mil pratos no ar a ver se não caem todos, porque um ou dois vão caindo, isso é garantido.
Esta pós-pandemia, ou pós confinamento geral de 2020 em que tudo parou, trouxe-me mais trabalho por muito menos dinheiro. Sinto que trabalho o dobro do tempo e recebo metade. Estamos naquela fase de tentar aceitar tudo porque há pouco, e o pouco que há não é garantido, e andamos a sacrificar os dias, a família, o tempo de descanso, por meia dúzia de trocos. Até quando?
Os isolamentos também trouxeram amargos de boca, os miúdos meio perdidos quanto às matérias, os trabalhos por entregar, o final do semestre. Entre eles próprios isolados e os professores que também vêm e vão, está o caos instalado.
Os filhos crescidos trazem desafios crescidos também, e entre dramas de como ocupar tempos livres, dramas de como limitar a exposição aos ecrãs, mais as amizades que nem sempre são as mais saudáveis e os trabalhos da escola que ficam por fazer vamos tentando amparar os golpes. Ainda assim prefiro esta fase aos biberons e fraldas - até agora tem mesmo sido sempre a melhorar.
Estou fisicamente a precisar de chuva. Este tempo seco fora da época enerva-me tanto como a chuva em pleno verão. O sol de inverno tem graça por ser raro - semanas a fio de sol em pleno inverno é contra-natura.
Ontem foi domingo e eu trabalhei todo o dia, tal como no sábado aliás. Saí às 18h e apanhei uma grande chuvada a caminho da estação. Os comboios ao domingo ao fim do dia são uma terra de ninguém, e fazem-me sempre pensar que o que me pagam não vale o sacrifício.
Pelo caminho, casos e casos de Covid nas turmas, grupos de pais no Whatsapp ao rubro, sms de códigos que não irei usar nos próximos tempos.
Que tempos estes, hã?
É ir rodando, é ir rodando...
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