quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Blondie


O dia começou com esta notícia, que me deixou num grande dilema.

A minha banda preferida de há anos são os U2, mas a Debbie Harry foi a minha ídolo da infância.
Sempre a achei o máximo!
Era gira que se farta, era diferente, era punk, fazia vídeos vestida de sacos do lixo, tinha montes e montes de estilo, e cantava e dançava como ninguém.
Para mim, era perfeita.
E foi com ela que senti pela primeira vez o sabor amargo da passagem do tempo.
Estava um dia em casa (dos pais) a estudar para as frequências (lembro--me como se fosse hoje) quando vejo na televisão uma actuação ao vivo dos Blondie, regressados na altura com o hit Maria.
Fiquei em total e completo estado de choque.
Lembro-me de estar a minha mãe a falar comigo e eu nem a ouvia, estava totalmente hipnotizada ao ver que a Debbie Harry, a minha Debbie Harry gira-e-nova-e-enérgica e tudo e tudo, tinha envelhecido brutalmente.
Brutalmente mesmo, muito mais do que seria de esperar.
Fiquei sem chão.
Na minha cabeça ela continuava aos saltos nas ondas a cantar Call Me, e a dançar tipo robô em Atomic, intemporal.
Foi então que me apercebi (estava a dar um programa sobre a banda, para comemorar o seu regresso) que eu já via os video clips com anos de atraso. Muitas das músicas eram dos anos 70, mas eu, claro, só tomei contacto com elas em plenos 80's, quando a banda já tinha desaparecido do mapa.
A imagem que eu tinha dela já não tinha correspondência com a realidade na altura, o que explica o rápido envelhecimento da vocalista - ela envelheceu como toda a gente, eu é que a via sempre nova, em vídeos gravados uma década antes...
De qualquer modo, foi um choque e um "eye-opener" ver que mesmo os maiores ícones que idolatramos ficam com rugas e cabelos brancos. Sem perder a graça, bem entendido.

E hoje fiquei a saber que vêm cá no dia 6 de Julho ao Alive. E eu queria tanto ir ver...
Mas também já não sou a miúda que dançava em frente ao espelho e queria ter roupas iguais às dela; nem a estudante universitária que fica em choque quando se apercebe que o tempo passa para todos.
Em Julho serei uma mãe de um bebé com poucos meses, que, espero eu, estarei a amamentar.
E agora sou uma mulher e mãe consciente, que não vai gastar dinheiro num bilhete de concerto sem ter a certeza se pode ir ou não.
Espero que haja uma próxima oportunidade em que possamos coincidir num tempo adequado para as duas: em que ela possa ainda dar concertos e dançar (mesmo que seja sem parecer um robô), e eu possa gritar feita fã louca no meio da multidão...

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