domingo, 10 de novembro de 2024

Novo ciclo iniciado

 Depois de baralhar e dar de novo, de voltar à casa de partida (sem receber 2000 escudos!), e de, isso sim, bater a tudo quanto é porta, eis que desde a semana passada a minha vida profissional deu mais uma volta de 180 graus e me vejo, pela primeira vez, com um contrato permanente no serviço educativo daquele que é um dos palácios mais lindos de Portugal e arredores: o Palácio da Ajuda.

Nem me perguntem como foi que aconteceu, mas a verdade é que foi uma conjugação de circunstâncias que mais parece um movimento de constelações: várias portas que não se abriram (já disse que bati em muitas?), outras que eu depois de muito ponderar decidi não bater, um contrato que acaba numa sexta-feira 13, uma pessoa que faz 50 anos e decide mudar de vida deixando um lugar vago na sua saída, e um diretor que não tem medo de arriscar, tudo na mesma semana.

Comecei no dia 4 de novembro, que será uma data que não irei esquecer.
Até agora uma sensação de enamoramento com todos os cantos e recantos do palácio, uma colega que parece estar no mesmo comprimento de onda, e um sentimento de pertença como nunca senti. Pelo caminho há tanto por fazer (tanto!), para que possa concretizar aquilo para que fui chamada.

E como disse o diretor quando me ligou a dar a notícia: " as coisas boas também acontecem".

E não é que é verdade?

sábado, 14 de setembro de 2024

Baralhar e dar de novo

 Contrato acabado, e estou de regresso ao ponto de partida.

Foi um ano intenso, foi muito o que aprendi e o que fiz pela primeira vez.

Saio contente com a minha prestação, e com a certeza de que a partir daqui seria ainda melhor. Por agora não será, no futuro logo se vê.

No entretanto, vários projetos e planos foram sendo feitos, e uma profunda transformação na forma como vejo o meu trabalho.
Se isso se vai ver e concretizar, não sei dizer, mas que tenho uma ideia muito mais clara do que quero e para onde gostaria de ir, isso é verdade.

Boa rentrée a todos.

Será

 ... que ainda está alguém desse lado?

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Mary chega ao século XXI

​E em 2024 descobre o mundo dos podcasts.

Pena é que vão rivalizar no tempo de leitura, que este ano me parece que vai ficar para trás.

Tudo fases, como com as crianças, que eu cá ainda não cresci tudo. 

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Horizonte

​No comboio, de manhã e de tarde, obrigo-me a parar o que estou a ler e olhar para o mar e depois rio, quando possível. 

Uma tentativa quas ridícula de incluir um bocadinho mais de natureza no meu dia a dia - eu que já trabalhei na serra de Sintra, com direito a caminhadas diárias pelo meio do bosque, que me fazem tanta falta!

É o vale tudo, a bem da saúde mental!

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Pela hora da morte

​Durante a pandemia, na altura de desconfinamento e recolher obrigatório, muitas vezes passávamos no supermercado antes de almoço e trazíamos bifes para os 5.

Bifes de vaca, coisa que não comemos muitas vezes, mas de que gostamos muito, e é fácil de fazer.

Recordo que na pandemia perdi o trabalho, pelo que vivemos bastante mais apertados naqueles dois anos.

Hoje fomos ao supermercado antes de almoço e resolvi trazer bifes, já que há muito tempo que não comemos carne de vaca cá em casa. 

Fiquei em choque com o preço. E não trouxe.

Recordo que estou este ano com ordenado fixo, subsídio de almoço e tudo o que tenho direito. Ainda assim, não dá para bifes de vaca.

E eu acho que isto é prova do estado a que chegámos: ganho mais, mas tenho menos dinheiro.

Surreal.


domingo, 28 de abril de 2024

E assim de repente

 Sou a mãe de meia idade às compras com dois adolescentes.
Ela a ver tops curtinhos e calças de ganga largas, ele a ver calções rasgados e t-shirts fixes, e eu a dar uma vista de olhos a uma camisa de linho (de velha, claro!).

Chegados a casa, e sou a mãe de uma menina que já lê tudo sozinha, e já não quer aquele último reduto da primeira infância que é a leitura de uma história todas as noites (agora quer ler sozinha, e em voz baixa!).

Onde é que foi o tempo, mesmo?

Foi bonita a festa, pá

 25 de abril e fomos, pela 1ª vez, descer a avenida, em família.

Nunca o tínhamos feito, acho uma pena, mas sinceramente nunca senti que fosse tão importante ir como este ano. Nunca senti a nossa democracia tão em risco como agora.~

E foi bonito.
Gente de todas as idades, cores, formas e feitios, com e sem cartazes, com e sem filiação partidária, mas de cravo na mão ou no cabelo.

O 25 de abril é mesmo de todos.

Sempre.

domingo, 21 de abril de 2024

A meio da idade

​Volta não volta surge a oportunidade de ir a uma esplanada na praia com música ao vivo. 

Dependendo da banda, o público vai mudando, com mais ou menos idade.

Ontem ao fim do dia fomos ver uma banda tributo aos U2, e claro, a maioria era malta da nossa idade  e um pouco mais velhos - quarentas e muitos, cinquentas.

Foi bonito.

Foi bonito ver tanta gente da mesma faixa etária. Olhar em volta e reconhecer os mesmos sinais: cabelos brancos, rugas no pescoço, olhar semi cerrado a afastar o telemóvel… e uma energia do caraças, as letras todas de cor, tudo aos saltos no meio da “pista”.

E eu, que neste momento tenho muito contacto com gente mais nova - vintes e muitos, trintas, e a diferença que se nota! - fiquei nostálgica mas ao mesmo tempo agradecida e orgulhosa da minha geração.

Já não somos miúdos, que não somos, mas caramba, ainda não crescemos tudo! Aos vintes é fácil ter amigos, sair e divertir. Aos quarentas e muitos, não, mas ali estávamos nós. Em cada ruga há uma história, já passamos por muito: há divórcios, há pais doentes ou que ja morreram, sonhos que não se concretizaram, filhos que não se teve (e não se vai ter), filhos crescidos que já não nos ligam nenhuma, carreiras profissionais promissoras que não saíram do sonho, desilusões várias, que isto de viver é difícil!

Ainda assim, aqui estamos para as curvas, com muito mais repertório que a miudagem que nos olhava meio de lado, encostados ao balcão.

Soubessem eles o que os espera…

sábado, 13 de abril de 2024

6 meses de contrato

​… e apenas 5 pela frente.

A sensação que tenho é que podia mesmo ficar…

Infelizmente, essa não é uma possibilidade.

Começa a ser altura de começar a pensar no que vou fazer a seguir…

terça-feira, 9 de abril de 2024

Dores de crescimento

​No seguimento do post anterior temos assistido a várias transformações no nosso mais velho.

O menino que este blog viu nascer, coisa boa da sua mãe, está hoje em pleno na adolescência, a questionar tudo e a descobrir quem é, e a lidar com uma mudança de auto imagem.

Vamos ver como lida com esta pressão. 

Sobre isto do futebol nas camadas jovens

​Ui, tanto que se lhe diga…Mas não vos vou maçar com muito.

Mundo competitivo este, hã?

Miúdos arruaceiros, treinadores enervados e pais que só mesmo ao estalo - e sim, tudo isto na nossa equipa, nem estou a falar dos adversários.

Ao domingo de manhã, ao que parece, é para soltar a azia da semana…

Ai vida.

domingo, 7 de abril de 2024

Das saudades

​Essas malditas que se manifestam, às vezes, de forma tão surpreendente.

De um dia para o outro senti a falta de ler jornais em papel. Desde sempre que em casa dos meus pais havia todos os jornais possíveis. Semanários e diários, ao meu pai não escapava nenhum, a que se juntavam as revistas da atualidade (Visão e Sábado!), pelo que os lanches de fim de semana incluíam sempre uma vista de olhos pelos jornais e revistas, e também suplementos culturais.

Leio o jornal (um só) todos os dias - no telemóvel, praticamente só as letras gordas. São notícias principalmente, é uma outra coluna de opinião.

Comecei a sentir a falta do papel, das entrevistas com artistas, das reportagens, coisas para ler com um café na esplanada, ou pelo menos no sofá depois de jantar.

E com isso senti uma enorme falta do meu pai.

Aquela presença constante, sentado depois do almoço de fim de semana, a fumar e a por a leitura em dia.

 Que saudades, caramba…. De tudo, incluindo esta presença constante de papel.

Tenho comprado um jornal por semana, atenuar a falta.

E não é que quase sinto o cheiro a fumo de cachimbo?

E de repente…

​… uma vontade súbita de escrever, e eu sem perceber porquê!

Foram precisos dois dias para se fazer luz!

O momento de escrever posts no computador quando me sentava ao computador acabou, porque agora estou horas fio sentada ao computador.

Aplicação descarregada e partir de hoje modernizo-me e passo a escrever a partir do telemóvel. Não sei bem se posso falar em modernizar quando se trata de um blog, mas isso é matéria para outro post…

A blogosfera pode respirar outra vez.

A Mary voltou.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Livro 2/2024

 

Metropolitan Stories, de Christine Colson

Enviado e aconselhado pela irmã, depois de ter comentado que me sinto meio bloqueada na leitura (nada me agarra nem me apetece...).
Gostei muito.
A autora trabalhou no Metropolitan Museum durante muitos anos, e reúne algumas histórias soltas mas ligadas, que misturam na perfeição a fantasia com a realidade.
Uma porta que dá acesso a um salto no tempo, um desdenho prévio que sai da pintura e vai trabalhar na cafetaria, um curador que insiste em lutar pela galeria que as suas pinturas merecem, a um segredo escondido pelo homem que se encarregava de fazer os sacos de papel da loja do Museu.
Para quem, como eu, que conhece bem os meandros de um museu, acontece muitas vezes pensar: é tão isto....
Li em inglês, e confirmei que estou bastante enferrujada, mas foi um ótimo desbloqueador.~
Dei 4 estrelas e recomendo.

Desbloquear

 E recomeçar por onde se ficou.

Regresso aqui mas não sei faço os posts em atraso...
Trabalhar ao computador tira-me a vontade de estar ao computador, mas não de escrever nem de andar por aqui.
Por agora regresso na medida do que me apetece.

A blogoesfera não morreu, pelo menos aqui!

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Não fui embora

 Só não me tenho conseguido organizar para vir aqui...

O trabalho a tempo inteiro sentada à secretária faz com que a vontade de vir ao computador se esvaia...
Mas tenho muitas saudades de escrever, e em breve regresso.

Fica a promessa.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Livro 24/2023

 

Tudo é rio, de Carla Madeira
Daqueles best-sellers que de repente anda toda a gente a ler à nossa volta, fui ler influenciada por duas opiniões muito positivas (e assim se gera a expectativa).
Não podia estar mais bem escrito. Mesmo. As palavras parecem mel, de tão bem que fluem algumas vezes. Outras vezes são tão duras de magoam verdadeiramente.
A história é, em certos pontos, muito realista, pois de facto as coisas acontecem e a vida continua - a vida, como o rio, não pára de correr.
No entanto, há acontecimentos que não me parecem bem explicados, e a história vai por caminhos com os quais discordo profundamente. O final foi uma desilusão (com tanto de realista e de ilusionista que teve).
Acho até que com tanta violência contra as mulheres nos dias que correm, é quase perigoso um livro destes ser um sucesso tão grande.
Dei 4 estrelas porque a escrita é mesmo top, depois emendei para 3, mas recomendo.

E com isto, caros leitores, consegui chegar ao fim do meu desafio de leitura do Goodreads com 24 livros lidos.
Não acontecia desde 2019 (que foi o meu ano record de leitura), e deixou-me muito contente e orgulhosa - apesar de os números não serem os melhores, é tudo uma questão de satisfação em cumprir um objetivo!
Em breve faço o meu balanço literário do ano.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Livro 23/2023

 

Persépolis, de Marjane Satrapi
Comprado na feira do livro, pois sendo banda desenhada não se lê bem no Kobo (e já tinha saudades de um livro em papel, confesso) - porque não leio mais banda desenhada? Não sei, mas gosto tanto...
Livro maravilhoso e obrigatório, quando 30 anos depois do fim da história ainda temos mulheres assassinadas por não usarem o véu como deve ser no Irão.
Dei 5 estrelas e recomendo muito.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Ter 14 anos

É um desafio.

É uma descoberta de quem somos, afinal tão diferentes do que pensávamos ser.
É uma chatice.
É hilariante.
É aprisionante.
É libertador.

Dos meus 14 recordo a paixão pelas bandas do momento, as discussões com os pais, a sensação de sufoco constante e de incompreensão, a montanha russa de emoções.

Tenho um filho com 14 feitos há pouco mais de 1 mês, e nesse mês já houve um pouco de tudo - sem gravidade, é certo - faltas de TPC, negativas em testes, e-mails sobre comportamento (vários!) dentro e fora das aulas, portas batidas, gritos.

Eu sei que ele nunca teve 14 anos, mas eu também nunca tive um filho de 14!
(e sim, já conversámos sobre isso!)

Vou tentando ter o frigorífico cheio, a roupa lavada, e a paciência em dia, para ver se sobrevivemos incólumes.
Aguardemos.


sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Livros 17 a 22/2023

 

Guia para uma barriga feliz, de Wendy Green

Não diz nenhuma novidade, mas foi bom ler coisas para relembrar (se bem que agora já não me lembro de nada!). Dei 4 estrelas e li-o em papel, vindo da biblioteca, em Setembro.



A Outra Metade, de Britt Bennet
Gostei. Duas gémeas negras, que se separam a dada altura da vida.
Dei 4 estrelas e terminei-o dia 2 de Outubro.

Afirma Pereira, de Antonio Tabuchi
Completamente influenciada pela Tella, e confirmo a opinião - é maravilhoso.
Dei 4 estrelas, e acabei-o dia 8 de Outubro.


A História de Roma, de Joana Bertholo
A ideia é boa e está bem escrito, mas as expectativas eram altas e ficou muito aquém. Irritou-me ser demasiado "autobiográfico" pois não sendo, percebe-se que a autora passou por aquelas cidades e andou naqueles circuitos e fiquei com a ideia de que não sabe escrever de forma mais criativa.
Fiquei sem perceber o "hipe".
Dei 4 estrelas mas hesitei dar 3, e acabei dia 18 outubro.

Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior
Passei por momentos e por outros livros, abandonei este e depois retomei - parece que o enjoo do livro anterior - em que parece que a autora não sabe escrever sobre nada que não seja a sua realidade, se sentia aqui também. Cada um a falar só da sua realidade, que aborrecido.
Insisti à falta de melhor, e ainda bem porque entrei na história e gostei bastante.
Tem 3 narradores e talvez a primeira seja a menos interessante.
Dei 4 estrelas e acabei de lê-lo dia 1 de novembro.





Segundas noções da nova rotina

  •  não tinha noção do espaço mental que me ocupava o não saber quanto vou receber, o ter cada dia como um potencial dia de trabalho
  • sabe-me bem pensar "É sexta-feira!" - isto só quem não tem horários laborais entende.
  • não trabalhar, nem poder sequer trabalhar, ao sábado e domingo é um luxo ! (sendo que já trabalhei 2 tardes de sábado e amanhã irei o dia todo)
  • ainda sobre o trabalho de fim de semana: normalmente não custa nada! Fico zero cansada no final, nada a ver com fazer visitas
  • já não é estranho ir todos os dias para o mesmo sítio
  • no entanto ainda não me habituei a deixar coisas nas gavetas da secretária. Hoje deixei lá um pacote de amêndoas e uma echarpe para por nos ombros porque fico com frio parada
  • passam dias e dias sem eu por os pés nas galerias do museu - coisa a alterar definitivamente
  • diversificar os locais e companhias de almoço também é essencial 
  • esta experiência já me está a fazer refletir no que quero fazer com a minha vida a partir de Setembro. A ver vamos.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Tenho a vida organizada

 Só me falta organizar-me para vir aqui ao blog.

Aguardai, que estará para breve.

domingo, 15 de outubro de 2023

Primeiras considerações sobre a nova rotina

  •  não deixa de ser estranho ir todos os dias para o mesmo sítio
  • partilho a sala com colegas nascidas nos anos 90, mas que ao contrário de mim têm um contrato de trabalho permanente - e isto é algo que tenho de aprender a digerir
  • já tenho saudades de fazer visitas
  • em duas semanas tive direito a dois fins de semana e um feriado - não sei quando é que isso aconteceu pela última vez, mas estou capaz de me habituar!

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

First world problems

 A mais nova cresceu e os calções que usou no verão deixaram de servir.
Com este tempo de 30 graus vem o dilema: o que é que a miúda vai vestir nestes dias?
Vale a pena ir comprar calções maiores?
Ou mais vale passar já para as calças?


quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Cenas fixes

 É ver a filha do meio a aplicar as técnicas de parentalidade positiva com a irmã e até comigo mesma.

Arranque 2023/24

 Com uma semana mais tranquila em termos de trabalho, que permite acompanhar os miúdos, comprar material e por as coisas mais ou menos em dia.

É a calma antes da tempestade, pois outubro vem, ao que parece, com um novo desafio profissional que me vai ocupar a tempo inteiro, 2ª a 6ª das 9h às 17h (e sempre no mesmo sítio!) - e o que irei eu fazer perguntam vocês - pois ainda não sei muito bem em que consiste a tarefa, mas tenciono aprender à medida que avanço.
Até lá há uma sensação de regresso com calma, que não aconteceu nos últimos anos, e só me apetece desfrutar.

Hoje foi dia de despedidas num museu que me acolheu em 2021, que apesar de muitos defeitos tinha uma enorme qualidade que era uma equipa de mediação 5 estrelas.

Os mais velhos andam a curtir o 3º ciclo, ele a ir de bicicleta para a escola e e ela a poder sair e estar com amigos depois das aulas.
A mais nova entusiasmada no 1º ano.

Vamos lá ver que tal nos adaptamos todos à mudança, mais uma vez.

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Livro 17/2023

 

Terra, de Eloy Moreno

Fiquei curiosa porque este livro teve classificações díspares de pessoas próximas no Goodreads, e mesmo as críticas em geral eram muito pouco unânimes.
No entanto percebi que era daqueles que não se consegue largar, que é coisa que aprecio, e resolvi que seria um bom companheiro de férias.
O livro prende, são quase como se fossem duas histórias que nos são relatadas em simultâneo, uma capítulo uma e o seguinte a outra, e só quase no fim percebemos a ligação entre elas (que sabemos que existe desde o início). 
A história é muito original, e até está bem construída e o livro tem bastante ritmo.
O que lhe falta? É mesmo estar bem escrito.
O autor, lamentavelmente, não sabe escrever, ou não escreve bem, pronto.
Linguagem básica, muito básica (ahahah esta é para quem leu o livro), repetições, zero figuras de estilo, zero vocabulário, com parágrafos inteiros que parecem escritos por um adolescente.
É pena, porque tinha ingredientes para ser muito melhor.
Dei 3 estrelas, mas recomendo.

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Livro 16/2023

Pequenos fogos em todo o lado, de Celeste Ng

Na minha lista de livros para ler há pelo menos 3 anos, quando li outro da mesma autora, de que tinha gostado.
Deste também gostei.
Não é uma obra prima da literatura, porque nem tudo o que lemos precisa de o ser, mas foi um livro que fez uma óptima companhia durante as férias, deixando-me sempre com vontade de lhe pegar.
Bem escrito, personagens interessantes, e uma coisa que também dei destaque no outro livro dela, que é vermos a perspetiva dos diferentes membros da família.
Dei 5 estrelas, porque me deixou sempre com vontade de ler mais e mais, e recomendo.

Livro 15/2023

 



Kim Jiyoung born1982, de Cho Nam-joo
Recomendado pela irmã, e lido em inglês por não ter arranjado tradução em português de Portugal.
Apesar de pequeno, é um livro grande em temas e conteúdos importantes.
A história de uma mulher nascida na Coreia em 1982, com tudo o que isso implica para o papel que desempenha na família (desde a infância), na adolescência e durante os tempos de faculdade, e depois na idade adulta, a vida profissional e familiar, e a maternidade.
Em muito o que se passa e passava na Coreia é, por um lado, uma realidade distante - a forma como as meninas são tratadas em relação aos rapazes, as injustiças com base na diferença de género que fazem com que os irmãos rapazes tenham sempre prioridade na família, por exemplo - mas por outro, há tanto com o qual ainda hoje e tão longe da Coreia nos continuamos a deparar: as fardas de meninas do colégio que são de saia e não permitem a mesma liberdade de movimentos, as decisões com a qual nos deparamos sobre a vida profissional depois de sermos mães (se ficamos a trabalhar somos más mães, se desistimos de trabalhar somos más profissionais), e um tema que ainda hoje é tabu e que nos acompanha desde sempre, imagino eu, que é a depressão pós parto.
Um livro tão simples mas com tanto conteúdo.
Dei 4 estrelas - e não 5 porque não é daqueles que não conseguia largar - mas recomendo muito.


domingo, 10 de setembro de 2023

Livro 14/2023

 

Três Mulheres no Beiral, de Susana Piedade

Escolhido depois de ler a opinião da Tella e fui com alta expectativa, pois não conhecia a autora.
Está muito bem escrito, nisso a Tella tem razão, mas caramba que não se aguenta tanta tristeza - é de facto demais a quantidade de mortos na família, alguns deles completamente desnecessários na minha opinião.
Resultado: tive de me obrigar a ler, mas muitas vezes sem ter vontade de ir ter com estas personagens.
Os livros têm o seu tempo para vir ter connosco, e este tempo de verão e férias e tudo, não combinou com esta história.
Mas é um bom livro, atenção.
Dei 3 estrelas, mas recomendo.

Ressaca pós férias

 Que com o tempo outonal que se faz sentir aqui na zona, ainda fica pior.

Como em equipa que ganha não se mexe, repetimos os 15 dias de férias do costume (desde a pandemia), e que bons que foram (tão bons).

Foi um ano desafiante e esgotante, com muito pouco descanso - muito pouco mesmo - por isso as férias foram uma espécie de bálsamo.
Tentei absorver todos os momentos, as idas à praia, as caminhadas na areia, jantares e pequenos almoços em família, conversas sem fim pela noite dentro, ouvir o silêncio ou olhar as paisagens.
Sinto que estive este ano em piloto automático total, em modo sobrevivência, mas ao que parece o próximo ano letivo traz novidades profissionais, e com elas algum alívio na carga horária do fim de semana. A ver se consigo repetir todos estes momentos aos bocadinhos ao longo do ano, que muita falta fazem.

E esta semana recomeça a rotina, recomeçam as aulas, e nós cá estamos a arregaçar as mangas!
Bom ano letivo a todos!


quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Livro 13/2023

 

O Pintor debaixo do lava-loiças, de Afonso Cruz

Segundo livro lido deste autor, depois do Jesus Cristo Bebia Cerveja que li em 2019 de que gostei muito pouco (apesar de ter achado a ideia da história muito original).
Na altura fiz este post, e a Tella sugeriu este como sendo algo do outro mundo.
A ideia ficou, e foi agora a altura de lhe dar uma oportunidade.
Não me arrependi.
É um livro muito engraçado, com metáforas lindíssimas, e personagens fantásticas.
Dei 4 estrelas e recomendo.

A magia de ter um blog é que li o meu próprio comentário e fui ver o livro que eu mesma referi e de que nem me lembrava da existência - Para onde vão os guarda-chuvas.
Daqui a uns tempos volto a este autor.

Livro 12/2023

 

Mãe, doce mar - de João Pinto Coelho

É talvez o meu autor português preferido da atualidade, e talvez o mais subestimado - são raras as pessoas que já ouviram falar dele ou que o leram.
Adorei o Perguntem a Sarah Gross e o Loucos da Rua Mazur, e de forma diferente adorei este também.
A história de um rapaz que passa os primeiros 12 anos da vida num orfanato, ou em diferentes famílias adotivas, e do seu encontro com a mãe e com a verdadeira história da sua família.
Não sabia, li depois, que o livro tem 70% de auto-biografia e mais curiosa fiquei.
Como sempre, muito bem escrito e com um final que surpreende.
Foi uma boa companhia nas férias.
Dei 4 estrelas e recomendo.

sábado, 19 de agosto de 2023

Livro 11/2023

 

Uma Educação, de Tara Westover
A história verídica da autora, ou pelo menos a versão de que ela se lembra, ou das pessoas que contribuíram para que contasse esta história.
Uma família com pais extremistas religiosos vive no interior dos EUA, sem recorrer ao serviço de saúde, sem escola, sem sequer registar os miúdos.
Muito interessante sob várias perspetivas: a importância da escola e da educação, o perigo do fanatismo, o papel das mulheres, a importância dos irmãos, e a questão da memória e de como esta nos pode atraiçoar por vezes.
Gostei muito, mas há por vezes uma violência que o torna difícil de ler. Às vezes não me apetecia estar com as personagens.
Dei 4 estrelas e recomendo.

Amanhã é domingo outra vez

 E a semana que passou foi passada na ilha-maravilha, aquele sítio que nos faz feliz e onde regressamos sempre.

Mais uma vez, não nos desiludiu.
Mergulhos imbatíveis, água quente e transparente, conquilhas, caminhadas na areia, churrascos, peixe fresco, e a família junta, que é tão importante.
(passou a voar, mas foi tão bom!)

Segue-se uma semana a meio gás, e depois estamos de férias novamente.
E de domingo em domingo vai passando o verão.

Boas férias a todos!

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Outro domingo e outra semana

 E o mês de Agosto começou e o trabalho não abrandou (só abrandou foi mesmo a minha capacidade de lidar com ele devido ao calor).

Conhecem alguém que em Agosto tenha trabalhado 8 dias sem folgas?
Agora sim.
Conhecem alguém que tenha trabalhado no fim de semana das JMJ com 45 graus e a família e amigos reunidos na praia?
Agora sim.

Conhecem alguém que tenha tomado decisões de mudança na sua vida profissional derivados ao que aconteceu anteriormente?
Agora também sim.

Há limites para tudo, e eu alcancei o meu.
Aquele regresso a casa de comboio no último dia das JMJ sem ar condicionado foi mesmo a gota de água caramba.
Em breve haverá novidades profissionais deste lado, dê por onde der.

Até lá, boas férias!

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Livro 10/2023

 

Luanda Lisboa Paraíso, de Djaimilia Pereira de Almeida

Primeiro desta autora, que já estava na lista há bastante tempo.
A história de uma família em Luanda, e da vinda do pai e filho para Lisboa, à procura de cuidados de saúde, onde acabam a trabalhar nas obras.
Uma história que foi a história de tantas e tantas pessoas, com as quais nos cruzámos nas ruas de Lisboa - esquecidos, abandonados, quase invisíveis.
Gostei muito, está mesmo muito bem escrito, mas houve momentos em que não me apeteceu estar com as personagens.
Dei 4 estrelas, que são 3,5, mas recomendo.

domingo, 30 de julho de 2023

E ainda outro domingo

 E assim acabou uma quinzena de trabalho intenso (mas gratificante), cansativo (mas divertido), daqueles em que ficamos com um grupo de miúdos o dia todo.

Segue-se mais uma semana de trabalho intenso, com oficinas novas num museu onde nunca as fiz, e uma visita a duas exposições novas também, a começar na 2ª e a acabar Domingo* (sim, mais 7 dias de seguida)

Quem por aí é que está a abraçar novos projetos na primeira semana de Agosto? Alguém mais a trabalhar que nem loucos em Lisboa em semana de Jornadas Mundiais da Juventude (sem ter nada a ver com elas)?

Até eu, que controlo a minha agenda, estou parva com isto.

Depois disso, haverá um abrandamento do ritmo, ou assim o espero.


Nota escrita a 1/08/2023

*disse Domingo mas é 2ª feira.... são 8 dias de seguida, e não 7. Começar Agosto como se fosse Novembro, hã!
Ai vida


segunda-feira, 24 de julho de 2023

Outro domingo

 Mais uma semana passou, e tive direito ao primeiro fim de semana do mês, com direito ao regresso dos adolescentes cá de casa que andavam nas suas vidas (ficámos com uma filha única e adotamos uma sobrinha).
Houve praia, almoço a 5 na hamburgueria do bairro, festa de anos em casa de amigos queridos (com uma filha que fez 16 e cujo nascimento este blog acompanhou com certeza).
No domingo, o primeiro dia de praia completo - de manhã com os primos, à tarde com os amigos de sempre.

Serve este post para recordar, para memória futura, que é isto mesmo que se leva desta vida.

domingo, 16 de julho de 2023

Domingo

 Ao fim de mais uma empreitada de 15 dias a trabalhar de seguida (e no verão, que custa ainda mais!) eis que ao aproveitar o Domingo encontro no paredão uma prima querida, que vive em Lyon, a estudar teatro.

Contou que acabou o curso e que vai ficar em Lyon (onde paga por uma casa no centro da cidade o mesmo que eu pagava pela minha em 2004!), e confessou que não sabe muito bem o que vai fazer à vida.

Tenho mais 20 anos do que ela, e eu mesma não sei muito bem o que fazer à vida, tantas vezes.
Gosto tanto do que faço, mas estes dias de trabalho em loop não me fazem bem, e fico a pensar que também eu precisava de dar uma volta à minha vida.
O que levar e o que manter? Ficar ou sair?

Os anos passam e as dúvidas mantêm-se.
Quem pensa que aos 45 tem a vida orientada, desengane-se!