sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

2021 em livros (com base no Goodreads)

Fiquei a 68% do meu objetivo de leitura, que eram 35 livros este ano.
Não aconteceu, mas em nenhum momento me senti a falhar um objetivo, pois não incluí na lista tudo o que li ligado ao trabalho, pois se o fizesse, entre catálogos e artigos chegava facilmente ao fim com saldo positivo.

Aqui vão os dados:

23 livros
6 927 páginas

Livro mais curto: A Metamorfose (96)
Livro mais longo: O Bisavô (784)

Mais popular: A História de uma serva (3138 610 de leitores)
Menos popular: Segredos de Lisboa (38 leitores)

Média de pontuação: 4.1 estrelas

Este ano marcou algumas diferenças em relação aos anteriores - li muitos livros que cá tinha (herança), mas comprei alguns novos (o que é novidade), e no fim do ano regressei à biblioteca que é coisa que me dá enorme prazer, devo dizer. Deixei livros a meio (de momento só me ocorre um, do Charles Bukowsky mas acho que houve mais), e li dois livros em simultâneo (um em casa outro nos transportes) sem problema nenhum.
Tive alguma preocupação de trazer alguma diversidade de género e raça de autores: sair um pouco do escritor homem caucasiano, ler mais mulheres e pessoas de outras origens - nem sempre consegui, fica a intenção para 2022.

Penso que no geral foi um ano morno de livros, não li nada de espetacular, nem apanhei grandes secas como já aconteceu. Também não persegui o objetivo dos 35 livros, nem andei a ler livros pequenos para o conseguir atingir (coisa que já aconteceu).
Foi um ano intelectualmente exigente, em que a leitura foi feita mesmo por prazer, e sem poder ser algo muito complexo, que para isso bastou o trabalho.
Sinto que ainda assim, poderia ter lido mais, e estado menos nas redes sociais - fica esta intenção também para 2022.
Resta pensar qual será o objetivo para o próximo ano - tenho de pensar sobre isso!

Boas leituras, queridos leitores!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Pontos nos ii - o trabalho em 2021

 Muitas vezes falei nele este ano, no quão desafiante foi e nos não sei quantos projetos em que me meti, e acho que foi um ano tão marcante profissionalmente (sendo que acaba como começa, que isto na minha área não é uma escada, é só um labirinto!), mas foi tão marcante que merece que seja esmiuçado ponto por ponto:

Fevereiro: apoio pedagógico online
Que é como quem diz, explicações por zoom. Vi o anúncio na net e mandei o CV, coisa que aliás fiz um sem número de vezes ao longo destes anos. Uma resposta e uma entrevista via zoom, e a informação de que a minha falta de experiência seria compensada pela criatividade - pelo fazer as coisas fora da caixa, como tenho feito enquanto educadora artística. Foi daqueles desafios em que tive de pensar antes de aceitar, porque se por um lado foi uma tábua de salvação em pleno confinamento, sabia que me estava a meter em terreno completamente desconhecido. E lá fui. Tive um total de 8 ou 9 alunos, todos de 1º ciclo. O conceito do centro seria ajudar os miúdos com a escola online, tirando aos pais essa responsabilidade (esse papel duplo de pais e professores, que já se sabe não acaba bem). Adorei os miúdos, sinto que conesegui fazer a diferença na vida deles, mas caramba, que trabalho tão exigente! Cada aula era um desafio diferente, eles todos a aprender coisas diferentes, com situações familiares únicas (e sim, eu estive em casa de todos eles, vi as mães, pais, os manos e animais de estimação e tudo e tudo), para 1 hora de aula eram uma data de horas de preparação. E o mais dificil de tudo: a matemática! Nunca investi tanto a tentar perceber matemática como este ano, e confirmei que já temia: fui mesmo para fora de pé!
Foi uma experiência para lá de enriquecedora, que me salvou do tédio em pleno confinamento, que me deu que fazer e pensar, que me obrigou mesmo a fazer o impensável - se não tivesse havido mais nada de insólito este ano, eu a dar explicações de matemática já era suficiente!

Junho: exposição Tudo o que eu quero

A exposição abriu em Junho, mas antes disso houve meses de preparação, reuniões etc. Foi uma honra participar neste projeto, e um prazer enorme fazer visitas nesta exposição. Foi uma pena não estar patente durante o ano letivo, só apanhámos poucas escolas, mas foram meses intensos e muito preenchidos, que me fizeram mergulhar no mundo das artistas, ler mais sobre feminismo, pensar de forma crítica sobre o difícil que ainda é ser mulher no século XXI. Super apaixonante.

Setembro: Museu do Dinheiro
Fui à entrevista para colaborar com o Museu do Dinheiro corria o ano de 2016 - estava com uma grande barriga de grávida, fui aceite e fiz a formação já de 8 meses, com um banquinho atrás para me ir sentando pelo caminho (e toda a gente se lembra de mim!). Entretanto aquilo passou por um processo de reformulação e a minha colaboração ficou em águas de bacalhau. Até agora. É um tema diferente, fora da minha praia também, mas o projeto é aliciante, a equipa é muito porreira, e é um sítio onde me senti muito valorizada e bem recebida. Tem um horário fixo, daí que tenha ocupado muitos dos meus fins de semana, o que me custa pelos miúdos, mas não posso dizer que me custe pelo trabalho. Vou sempre feliz da vida.



Setembro: Ídolos - Olhares Milenares


Comecei a colaborar com o Museu de Arqueologia corria o mês de Março de 2020. Tinha feito só uma visita quando estalou a pandemia, e achei sinceramente que uma relação tão fresca não iria durar. No entanto a responsável do Serviço Educativo não me deixou para trás, e também me incluíu na preparação desta exposição - fui à conferência de imprensa ainda no fim de 2020, e à pré-inauguração logo no dia a seguir à primeira dose da vacina, nem sei bem onde tinha a cabeça. Foi um projeto megalómano, uma exposição muito bem conseguida, e um tema que não tem nada a ver com o que costumo trabalhar, pelo que foi um enorme desafio - que infelizmente não se traduziu num número espetacular de visitas, mas pronto, penso que isso também marca este ano: muito trabalho e pouco rendimento. Acredito que nada se perde, e o que estudei para esta exposição servirá para outras no futuro.

Setembro: D. Maria II de Princesa brasileira a Rainha de Portugal

Outra exposição de que muito me orgulho de ter feito parte, e outro desafio gigante. Esta senhora teve uma vida curta, mas tão intensa, que foi também preciso uma enorme preparação para fazer visitas. Sendo uma exposição com muita informação e textos de parede (ao contrário das outras), acho que as visitas ajudavam bastante a digerir tudo e contar a história desta rainha que eu fiquei a admirar de sobremaneira. Uma miúda de 15 anos no trono de um reino falido, politicamente instável, que governou durante 19 anos estando sempre grávida ou com um recém-nascido - e conseguiu de forma tão hábil conciliar a vida profissional com a familiar, tendo uma relação próxima com os filhos, coisa que não era nada habitual na época.

Novembro: Formação de Professores - Artistas Portuguesas
No seguimento da exposição Tudo o que eu quero, fomos contactadas para realizar uma formação para professores na área da cidadania e igualdade de género. Outro desafio, outra novidade, pois nunca tinha feito nada parecido. Correu muito bem, e é de facto muito compensador ver os projetos implementados, pensar que há alunos em todo o país que vão ter contato com artistas tão importantes na nossa História com base no que foi falado nesta formação. Super enriquecedor, e muito stressante também, que nestas coisas há sempre mil burocracias a ter em conta...

Em linhas gerais foram estas as novidades que 2021 me trouxe, a juntar aos sítios onde já colaborava (menos os palácios de Sintra, que não contactaram ninguém depois da pandemia, coisa que me entristece profundamente, que ninguém merece ser assim tratado mas são ossos do ofício...).
2022 já começa com um novo desafio, mas sobre isso falarei no próximo ano.

2021 foi marcante, desafiante, foi um balde de água fria e um teste à minha resiliência. 
Acho que passei a prova.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Livro 23/35 2021

 

Os Grandes Faraós do Antigo Egito, de Luís Manuel Araújo

Lido meio por trabalho e meio por prazer, trazido da biblioteca e lido ao mesmo tempo que o anterior.
Não é preciso ser mestre em egiptologia para conhecer o nome do autor - é só o maior entendido no assunto em Portugal.
Sendo um livro técnico, é facilmente lido por quem é apaixonado pelo tema.
A meio da leitura e estando a caminho do Museu de Arqueologia recebi fotografias de uma colega que tinha acabado de regressar de lá - se a inveja matasse eu tinha ficado logo ali...
É mesmo uma civilização apaixonante, e estranha ao mesmo tempo.
Dei 5 estrelas.

Livro 22/35

 

Contos de São Petersburgo, de Nicolai Gógol

Recomendado por uma colega de trabalho, e comprado na Feira do Livro deste ano.
É um clássico da literatura russa, talvez não tivesse sido a melhor altura para ler (por uma questão de atenção e ou falta dela, vá).
Gostei, mas não adorei. É diferente de tudo o que li antes, gostei dos contos e do sentido de humor do autor, da falta de senso (como se traduz nonsense?) de alguns pormenores.
Dei 4 estrelas, mas sei que não me marcou.

Muitos posts em atraso por aqui

 Já que o mês de Dezembro foi mesmo o culminar de um trimestre tão intenso de trabalho, que nem soube muito bem por onde me virar...
Isto de trabalhar aos fins de semana e fim do dia, quando se tem três filhos, não é fácil. Não é não senhor.
Foram sábados e sábados a chegar a casa às 19h30 e dias de semana com formação até às 21h, com tudo o resto que costuma acontecer a essa hora a ficar em stand by (roupa, jantares etc, mas principalmente o meu descanso que tanta falta me faz!).
Sobrevivemos.

Na última semana tivemos 4 dias de oficinas que foram mesmo de levar ao limite. Ao contrário do que sempre acontece tivemos um grupo exclusivamente de rapazes, vários já bem crescidos, e ainda para mais calhou chover a semana toda! Além disso estávamos a trabalhar na sala em frente onde estava a decorrer o concelho de ministros extraordinário (e consequente conferência de imprensa), a ser adiada hora após hora, e os miúdos a ter de ficar em silêncio. Foi mesmo, mesmo, um filme!
Também sobrevivemos.

Por fim conseguimos ter um Natal com tudo a que temos direito! Foram 3 dias de celebração - 24, 25 e 26 - a destacar o único encontro com irmãs e sobrinhos todos em 2021 (ao longo do ano faltou sempre alguém...).

Sim, agora estamos todos confinados, porque claro que os casos andam a pipocar à nossa volta, mas por agora posso dizer que valeu a pena - assim não haja casos graves.
Havemos de sobreviver!

Boas festas, malta!

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Do trabalho

 2021 ficará marcado sem dúvida como o ano em que mais coisas fiz, e desafios novos enfrentei.
Achei que já estavamos a acabar mas afinal em Dezembro ainda havia tempo para entrar em mais um museu. Irei fazer um post sobre isto, porque de facto foi um ano com tanta coisa interessante e diferente, que merece ser partilhado - e guardado para ler daqui a um tempo se isto tudo fechar outra vez e para quando eu achar que não há solução para a minha vida profissional.
Há que manter a resiliência, a força de vontade, a motivação e o amor à camisola (às muitas camisolas que temos de vestir!). mas caramba que não há profissão melhor que esta!

Mediadora artística e cultural para sempre!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

O 1º post de Natal de 2021

 Para que fique registado:

Dia 1 fizemos a árvore - e como em tudo na nossa família por insistência da nossa ritualista/tradicionalista/entusiasta do Natal, que é a nossa filha do meio (e a mais nova por enquanto também). O pai não fez frete nem refilou de ir buscar as coisas à arrecadação (ponto para ele), e eu acedi a montar a dita depois de um dia de trabalho longo e cansativo, a chegar a casa às 19h30 (fins de semana e feriados há menos comboios e tenho de sair mais cedo e chegar mais tarde, sem comentrários - e ponto para mim). O mais velho esteve de trombas e sem vontade nenhuma, claro, até meio do processo, depois lá lhe passou.

Dia 6 comprei os primeiros presentes.

Não há grande volta a dar, acho que o espírito de Natal me atinge lá para dia 10, e por muito que tente (não foi o caso) ir adiantando as coisas e despachar o que pode estar despachado, nunca acontece. E verdade seja dita, com mais ou menos stress, no dia certo está sempre tudo pronto. É o que vale.

A grande incógnita é mesmo onde e como vamos passar o Natal, se regressamos às tradições de sempre ou se ainda temos restrições este ano...

Ho ho ho, queridos leitores. 
Que comece o Natal.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Mais de 20 anos a usar e-mails...

 ... e continuamos na saga do Reply to all (ou Responder a todos, conforme o caso).

Porquê, senhores?
...que canseira de pessoas, pá.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Os anos passam...

 ...e a dúvida mantém-se: natal em Novembro para quê? Qual é a pressa mesmo?

Ah e tal, a época do Natal passa tão rápido que é para fazer render...
O que passa rápido são as férias de Verão, malta. Tudo o resto leva o tempo que tiver de levar.

Novembro é S. Martinho e Outono.
Dezembro é Natal e Inverno.

Não percebo esta pressa.


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Ainda o minimalismo

Mais do que de roupa, o que preciso mesmo é de uma máquina de roupa que funcione.
Não é que não tenha roupa - tenho sim!- o que não tenho é roupa que chegue para duas semanas de trabalho sem lavar.

Uma amiga fez há uns anos um desafio em que passou mais de 100 dias sem repetir uma única peça de roupa.
Eu não consigo passar 7.
(e está tudo bem, em ambos os casos!)

Mas o que me faz falta mesmo é uma tal peça que vai por a máquina a funcionar outra vez.
Até lá percebemos que conseguimos lavar roupa com água fria, e assim nos vamos mantendo.
Roupa nova talvez nos saldos!

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Livro 21/35 2021

 

Apenas miúdos, Patti Smith
Quem me falou neste livro já há alguns anos foi uma prima, e eu fiquei desde então com vontade de o ler. Percebi que não havia na biblioteca da zona, e que ninguém tinha para me emprestar (ou tinha, mas não naquele momento). Numa ida à Fnac o mês passado dei de caras com ele e já não o larguei mais.
É um retrato de NY do final dos anos 60/início dos 70, em que a autora - a cantora Patti Smith - nos conta a história de amor que viveu com o artista Robert Mapplethorp. Tem partes de uma absoluta beleza poética, outras que são duras de ler, mas ao mesmo tempo é um livro maravilhoso para quem, como eu, é fascinada pelo ambiente e época referida - da música às artes plásticas foi uma época que tanto teve de glamouroso como de decadente.
E os protagosnistas têm uma relação tão gira, tão cumplice, que parte de uma relação amorosa para algo completamente diferente, uma amizade quase de irmãos gémeos.
Achei também muito interessante saber mais sobre os inícios das carreiras de ambos, ela que nunca se imaginou a dedicar-se à música, ele que estava tão longe da fotografia que o celebrizou. E em ambos aquela entrega total à arte, aquele viver e morrer pela arte, o fazer as coisas e tentar vingar dentro de um meio tão difícil, às vezes com fome e a dormir ao relento mas sem nunca desistir - uma dedicação à arte pela arte que acabou de facto com um enorme reconhecimento.
Ela diz às tantas, referindo-se a um grupo de artistas que de todos eles é a única sobrevivente - uns sucumbiram às drogas, outros suicidaram-se, outros tantos (como o Robert) morreram de SIDA.
É uma geração que está ali entre o auge do rock e o início do pop, que nos deu grandes artistas, e ambos acabam por ser bons exemplos (goste-se ou não da sua arte).
Única nota negativa seria para a tradução, que em alguns momentos acho que não esteve à altura.
Dei 5 estrelas e recomendo.

Sobre esta fase agitada, um apontamento

 Para ajudar na festa em que me encontro a ter de concretizar o (talvez) último desafio profissional do ano (de dimensão considerável, mas intercalado com outros desafios de menor dimensão - ou pelo menos coisas que são mais dentro da minha praia) eis que resolve avariar:

A máquina da roupa
A máquina da louça
O carro

O telemóvel da do meio também se espatifou sem razão aparente, mas isso já nem conta (anda com um todo partido, paciência).
Bem posso dar corda aos sapatos e apertar o cinto, que o porco mealheiro não estava a contar com isto...

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Sobre o (meu) minimalismo

Vocês já não se lembram mas corria o ano de 2019 e "japonesei" a minha casa - ou seja destralhei aplicando o método KonMarie.
Na altura fiquei muito orgulhosa, pois consegui reduzir o meu guarda-roupa aos mínimos indispensáveis, ficando só com o que gosto e uso mesmo. Não gosto de grandes coloridos nem padrões, pelo que na altura fiquei com um maravilhoso armário-cápsula com apenas 25 peças de roupa de tons neutros penduradas.
Sim, entre vestidos, saias, calças, tops de pendurar e casacos de malha eram apenas 25 peças. Mas eram 25 peças top, que conjugam todas umas com as outras, permitindo looks para todas as ocasiões.
Entretanto o tempo passou, algumas peças entraram, outras saíram, como deve ser.
Recentemente a minha vida profissional deu uma volta - ou várias, mas uma delas foi deixar de colaborar com vários locais que exigiam farda e começar noutros que não tendo farda, pedem um dress code específico. Para ajudar à festa, temos a máquina da roupa meio avariada, a funcionar apenas em circunstâncias específicas.

E pronto, eis que temos esta que vos escreve a penar todas as manhãs por não ter nada para vestir.
E sem tempo - quem diz tempo diz paciência, e quem diz paciência diz dinheiro - para ir às compras.

Minimalismo, a quanto obrigas!

terça-feira, 9 de novembro de 2021

São fases

 Tinha eu os dois mais velhos bem pequenos, essa fase tão caótica como intensa na minha vida, e respondi com o título deste post à pergunta: "o que dirias a ti mesma antes de ser mãe?"

Foi das coisas que mais cedo me apercebi, tudo são fases mesmo, e se quando temos um recém-nascido as fases deles se ultrapassam em catadupa, também agora quando damos por ela já mais uma fase passou.
E não, não falo apenas dos miúdos e das fraldas, chuchas e afins, também nós adultos (ou quase, já se sabe!) passamos por diferentes fases, individualmente e em família também.

Num jantar de amigos comentámos isso mesmo, como de repente um grupo de 6 ou 7 famílias não há duas a viver a mesma "fase". 
Também nos meus novos desafios profissionais vou tendo contacto com colegas mais velhos, e outros muito mais novos, e vamos trocando experiências - e não há ninguém na mesma "fase" que eu! 
Mas o bom disto tudo é podermos ver as coisas boas que as próximas fases nos trazem, e ao mesmo tempo dar uma mensagem de esperança a quem está umas quantas fases atrás de nós!

Mais uma vez repito o que disse há uns posts atrás sobre haver um tempo certo para tudo - para as jantaradas e saídas, para pijamas e sofá, para as noites mal dormidas e sonos profundos, para copos de vinho e canecas de chá, para trabalhar afincadamente ou parar e refletir sobre o futuro - qualquer que seja o mal ou o bem podemos agarrar nesta ideia: são tudo fases!



segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Sobre o trabalho

Que tem sido muito e bastante variado. Não me posso queixar.
Esta semana de trabalho vai ter 7 dias, e as próximas vão ser no mesmo registo.

Pena que a conta bancária não acompanhe o aumento do volume, mas é um dos males pós-pandemia: trabalhamos mais e recebemos menos, estamos dispostos a tudo, dizemos a tudo que sim, cheios de medo que volte tudo a fechar e irmos todos ao tapete outra vez...
Até lá, é esbracejar para não ir ao fundo.
Mas repito que não me posso queixar porque estou tão feliz por ter trabalho... 

Ser freelancer tem o seu quê de esquizofrénico.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

1º dia de outono

Sempre assisti à minha mãe a ficar deprimida com o fim do verão. Falava muito nisso a partir do fim de setembro, com os dias mais curtos, e então com a mudança da hora pior um pouco - era uma "neura", usando a sua expressão.

Como temos tendência para ficar parecidas com as nossas mães, ou então no seu oposto, depois de uma adolescência e juventude a mal dizer o fim do verão e a chuva e a noite às cinco da tarde, pois que cada vez mais aprecio o que cada estação tem para nos oferecer.
E não, não tenho neura nenhuma por ter acabado o verão, muito menos com a mudança da hora - que tanto me ajuda a conseguir acordar cedo de manhã e ter manhãs mais tranquilas, e deitar mais cedo também indo para a cama a horas decentes (é só seguir o relógio biológico e tudo acontece uma hora mais cedo - e guess what, a hora que "perdemos" à noite ganhamos num momento muito mais rentável, que é a manhã).

Este ano consegui a proeza - sem esforço nenhum! - de nem sequer sentir aquela nostalgia do último mergulho, tive um setembro tão cheio de novidades, e com uma viagem pelo meio, nem me ocorreu que de facto a época balnear estava a terminar (é a minha preferida, que isso fique bem claro).

E assim foi com um sorriso que vi na previsão que os primeiros dias de outono de facto chegavam esta semana - é época disso mesmo, de castanhas e folhas laranja no chão, das abóboras e dióspiros, de trocar as sandálias pelas botas fechadas e viver o que de melhor cada estação tem para nos oferecer.
O que aí vem é lindo e maravilhoso? Claro que não - tanto que eu nem acho assim grande graça ao Natal, no entanto é este o tempo - e como diz a célebre passagem da Bíblia "tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu".
Há tempo para tudo e tudo tem o seu tempo.

Vamos lá abraçar esta passagem do tempo como a dádiva que ela de facto é, pois já se sabe que num abrir e fechar de olhos já estamos a mudar os relógios outra vez.



quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Eu, culpada também

 Disto.

Não nego que o desafio de leitura me motivou a ler mais - ler livros mesmo, e não artigos ou notícias no telemóvel. E isso não deixa de ser positivo, antes livros que outra coisa qualquer - mas não deixa de ser um motivo extrínseco à própria leitura, o querer superar um desafio.

No entanto é curiosa esta questão, em que nunca tivemos tanto acesso à informação e se calhar nunca fomos tão ignorantes. Ou a ignorância é a mesma, o que mudou foi a hipótese de acabar com ela mais facilmente.

Faz-me falta uma certa profundidade. Ficamos sempre um bocado pela rama, e há tanta e tanta coisa por ler, ver, saber que parece que o tempo de pensar, trocar ideias, discutir, escasseia.

Comemos muito e digerimos pouco, é o que é.


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

O Fazedor de Nadas

 Ou a primeira ida ao teatro pós-pandemia.
Mesmo antes já ia tão pouco, e é das coisas que me custa, quero mesmo mudar este paradigma este ano!

Tenho uma prima atriz, e acabo por ir apenas e só às suas peças - o que é de lamentar porque sei bem que tantas vezes ela representa para salas vazias, e tantos outros farão o mesmo todos os dias em muitas salas pela cidade fora.
Por isso mesmo ela está de partida para fora do país, e a sua intenção é mesmo não voltar. (e o triste que é ver as pessoas da cultura nesta situação...)

Fui pela primeira vez ao Teatro Taborda, um espaço incrível com um café e esplanada com uma das melhores vistas de Lisboa. A sala de espetáculos é pequena e cheia de encanto.

A peça era indecifrável, daquelas que nos faz pensar se nos está a escapar alguma coisa, das que cada um interpreta à sua maneira, tão longe da realidade e de tudo o que conhecemos como de facto a arte deve ser.
Adorei!


Horário de Inverno

 Serei a única a ver o lado positivo do horário de Inverno?

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

12 anos passaram

 ...desde este post.

Reparei que nos posts de instagram do dia dos anos dele uso muito a palavra "desafio", e confirmo - ele foi sem dúvida o nosso maior desafio.
E de certa forma, ainda é - se bem que muito rapidamente (mesmo!) percebemos que temos é de ajustar a expectativa e por os pés no chão, e pelo qual o desafio vai sendo menor.

Este rapaz nasceu para nos dar uma grande lição de humildade, de ignorância, de capacidade para gerir a perda de controlo.
Nasceu e logo nos apercebemos que é do mundo, que até pode ter raizes mas que o que tem maior são as asas.
Nasceu para nos confrontar com os nossos maiores defeitos, é dos três o mais parecido connosco em tanta coisa - caótico, desorganizado, desarrumado, independente, não nos conta nada, sempre pronto para seguir caminho longe de nós (e eu sinto cá dentro do meu coração que na primeira oportunidade ele sai de casa e vai viver para outro país - e onde é que eu já vi isto, mesmo?).

Também é um miúdo fixe, dos que se enturmam rapidamente, sem levantar ondas, sempre pronto para tirar o melhor partido de cada momento - seja um mergulho no mar, um jogo de futebol, uma bola de berlim com Nutella.

Há 12 anos o desafio foi receber nos braços um bebé que em nada correspondeu à expectativa.
12 anos depois, expecativa ajustada, o desafio continua.
O nosso bebé do mundo sai para o mundo, não tarda nada.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Sobre o regresso à rotina

 Setembro foi um mês muito atípico, e daqueles em que coube muita coisa: férias na costa vicentina, a preparação para uma formação que vou dar, um novo trabalho num sítio novo, uma exposição que nunca tinha feito, uma viagem a Roma - passou a voar.

No meio da correria nem dei por falta de uma coisa que normalmente marca o meu Setembro que são as despedidas da época balnear. Há sempre um desejo de aproveitar a praia até à última, há sempre uma tentativa de aproveitar os últimos cartuchos e uma nostalgia associada ao fim do verão.
Este ano (também ele tão atípico!) nada disso aconteceu. Entre o fresco que se fez sentir aos fins de semana e o trabalho, não pus os pés na praia durante o mês todo (só nas férias), o que não é nada normal.

Depois de Roma ainda tivemos um fim de semana nas vindimas, e como bem sabeis ou podeis imaginar numa casa com 3 filhos, o caos ficou instalado - roupa suja acumulada, congelador vazio, cenas por arrumar. Passamos o feriado a tentar por a casa em ordem, a organizar quartos e garantir que pelo menos cuecas e meias (e tshirts para a educação física!) não faltam nas gavetas.

E assim aos poucos vamos regressando à rotina, ao mesmo tempo que o país regressa à normalidade - em ambos os casos um pouco diferente do que era antes.
Falta decidir a atividade desportiva da do meio (é uma saltitona e em cada ano quer mudar) e a ocupação das tardes livres dos dois mais velhos, mas já há sopa feita no frigorífico - e uma despensa que consegue safar uma refeição. 

Os sábados já são pontuados pelos jogos do mais velho, mas ontem deu para ir despedir da praia e dar o (talvez) último mergulho.
Agora sim, parece que chegou Setembro cá em casa - bom regresso à rotina a todos!

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Livro 20/35 2021

 

A Cor do Hibisco, de Chimamanda Ngozi Adichie

Uma aquisição (de duas) da Feira do Livro 2021. Não há na biblioteca, e já o queria ler há imenso tempo.
É o primeiro livro desta autora, e lançou-a e bem na sua carreira de escritora. No entanto, e apesar de estar muito bem escrito, já li outro livro dela de que gostei muito mais.
Gostei muito, mas a expectativa estava muito alta, e também houve ali pormenores na protagonista que me começaram a enervar - e por isso dei 4 estrelas.
Recomendo, e empresto.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Livro 19/35

 


Léxico Familiar, de Natalia Ginzburg
Já aqui referi o efeito que produz em mim a estante dos destaques da biblioteca (já agora, acho mesmo que iria gostar de trabalhar numa biblioteca - foi o 1º emprego da minha mãe! - todo aquele ambiente me fascina, mas adiante!). Alguém na biblioteca tema a função de colocar determinadas obras em destaque, e eu mesmo que vá com uma ideia fixa do que quero trazer acabo sempre por dar uma vista de olhos e trazer qualquer coisa, qual vítima de uma manobra de marketing. Ou é uma capa apelativa, ou é um autor de que se fala naquela semana, livros mais de verão, livros mais de rentrée, enfim, julgo muito um livro pela capa e sou seduzida pelos destaques tipo guloseima na zona da fila do supermercado. Normalmente o que acontece é ir verificar as notas do livro no Goodreads, e ver se as minhas pessoas de referência (que são quem atualiza o Goodreads com frequência - as minhas irmãs e a Tella e pouco mais) o leram ou não.
Da última vez lá estava este, cujo nome do livro e da autora eram super familiares. Procurei e não encontrei nenhuma referência, não sei de onde tinha ouvido falar neste livro e nesta autora (que é muito conhecida, mas de quem nunca tinha lido nada).

É um livro muito enternecedor, que não pode ser mais fiel ao título - o tema geral são aquelas palavras, frases e histórias que fazem parte de uma família, e que todos nós temos também.
São palavras, frases e histórias que permitiriam à autora reconhecer os irmãos no meio de uma multidão e às escuras - aquelas frases-chave que só que viveu naquela casa pode saber, reconhecer e interpretar.
À medida que vai contando esses episódios e memórias, vai desfiando a história da sua família na Itália fascista do séc. XX.
Dá a sensação de estarmos sentados à mesa com uma tia-avó que é uma excelente contadora de histórias, e só queremos ouvir mais uma, e mais uma e mais uma.

Ao mesmo tempo recordamos o nosso próprio léxico familiar, aquelas expressões que de tão repetidas me permitiriam também reconhecer as minhas irmãs e pais onde quer que fosse: "estar triste no tapete"; "xixi na mão e deita fora"; "beber a sopa à tio Paulo"; "chapeleira da avó Branca" e por aí fora.

Dei 4 estrelas, que são 4,5, e recomendo.

(só dou 5 estrelas quando o livro me agarra tanto que não o consigo largar!)

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Viagem a Roma

 Foi uma decisão precipitada, daquelas que se tomam assim de repente, vamos ver as promoções e sem fazer muitas contas atiramo-nos de cabeça.
De lamentar só não o fazermos mais vezes.
Achamos super importante viajar com os miúdos, e então agora mais do que nunca queremos faze-lo, no entanto, convenhamos que não é a mesma coisa - mais não seja financeiramente. 
Passei os meus anos dos 18 aos 25 basicamente a planear viagens e a juntar dinheiro para as fazer. Depois mete-se a vida e as contas para pagar e as viagens foram ficando cada vez mais raras. Depois dos filhos, então, nem se fala.
Desde que comecei a trabalhar nesta área tenho notado que toda a gente viaja. Sempre vi por esses palácios e museus fora todo o tipo de estrangeiros a viajar - casais com bebés minúsculos (onde é que eu tinha capacidade mental e física de viajar com um recém-nascido??), famílias numerosas, grupos de amigos de todas as idades (alguns mesmo muito velhotes) - e lá vão eles! Claro que ter dinheiro ajuda, mas também é preciso querer! 
Nada como uma pandemia para nos abrir os olhos! Tanto foi "proibido" que só temos mesmo é vontade de ir! E como acreditamos que os casais devem continuar a fazer coisas sem os filhos, foi mesmo juntar a fome com a vontade de comer.
E que bom que foi!
Já tinha ido a Roma em 2001, num contexto pós-Erasmus, uma viagem ao estilo inter-rail.
E é incrível como me consegui orientar tão bem, numa cidade onde estive há mais de 20 anos! Continua a surpreender pela monumentalidade, pela História, pela cultura, pela comida também, claro (se bem que há 20 anos comi mal e porcamente no supermercado para não gastar dinheiro!).
A cidade, apesar de tudo, não está ainda tão sobrelotada de turistas (pelo menos aos dias de semana), apanhámos ótimo tempo e já contamos os dias até à próxima viagem!

Damos 5 estrelas a Roma, e recomendamos muito!

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Ciao, Roma!

 Muito rapidamente, porque regressámos em força para o meio de uma rotina que se manteve inalterada sem nós nestes dias - filhos, casa, roupas, supermercado e trabalho (mais ou menos por esta ordem) - fica só uma reflexão:

Porque não viajamos mais?

Caramba, que bálsamo!

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Notas soltas

  • nova semana, novo desafio, amanhã tenho a primeira visita a uma exposição que não sendo nova, é nova para mim. Noto uma grande evolução da minha parte pela forma como encaro estes novos desafios que me surgem, muitas vezes em cima da hora - antes precisava de muito mais tempo para me preparar. 
  • esta semana traz também uma boa novidade (que até merece um post sozinho, mas pronto): na 4ª feira vamos (se tudo correr bem!) passar uns dias a Roma, só os dois. Tínhamos combinado ir a Itália os 5 na Páscoa de 2020, e a Nova Iorque os dois em Outubro - no entanto o universo tinha outros planos para esse ano. Agora, depois destas voltas todas, e do aperto financeiro e insegurança que vivemos, depois de muito pensar decidimos que vale mais pena irmos só dois do que não ir ninguém (somos 5, caramba, fica mais do dobro do preço!). Eles logo viajam quando crescerem e entretanto havemos de conseguir ir todos a algum lado.
  • mundo estranho este em que vivemos, em que fazemos uma coisa normal: cumprimentar com beijinhos, sentar na esplanada com amigos dos amigos, ir buscar o filho a uma festa e entrar um bocadinho para comer uma fatia de bolo, baixar a máscara ao conhecer a educadora da mais nova, e há sempre lá no fundo dos fundos uma voz que nos faz duvidar se estaremos a fazer bem... 
  • ano letivo começou bastante bem, ainda sem termos conseguido entrar na rotina - há tempo para isso! - mas os miúdos têm conseguido acompanhar. O mais velho na dele, a do meio super entusiasmada com tudo (ontem andou a passar aulas para os cadernos novos e tudo), a mais nova já bastante adaptada também. Falta só decidir e pensar nas atividades extra curriculares, mas terá de ficar para Outubro.
  • no museu da Baixa onde trabalho reecontrei alguns colegas com quem trabalhava em Sintra, e é tão bom por a conversa em dia. Em cada sítio que vou tenho uma equipa diferente (algumas pessoas repetem-se), mas tenho sorte de estar rodeada de gente muito porreira (e muito competente, já o disse aqui, gente que me motiva sempre a fazer mais e melhor!). É uma pena que os museus e palácios e instituições não se apercebam da qualidade humana que têm ali, a recibo verde...
  • dito isto, boa semana queridos leitores!

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Setembro dos novos começos

 Na mesma semana em que os três iniciam novos ciclos (duas com mudança de escola), iniciei eu também uma nova colaboração num museu, com um registo diferente do que tenho feito até aqui (um projeto diferente, com horário das 10h às 18h, mas em regime freelance como os outros).

E assim consigo perceber tão bem as borboletas na barriga, a insónia da véspera, o ter a roupa escolhida e tudo preparado, e o medo de chegar atrasada no primeiro dia.

Sábado de manhã, em estilo "nova escola", lá fui eu apanhar o comboio (que saudades!), de mochila e lancheira, direta à baixa de Lisboa.
Parei num café que tinha muito bom aspecto - renovado há pouco tempo de certeza. Lá dentro estava um retrato da Lisboa de sempre: o taberneiro atrás do balcão, o ex-combatente do Ultramar a beber cerveja e a falar sozinho, a mulher negra vinda do mercado, e até um hipster de portátil aberto a trabalhar (e todos se tratavam pelo nome!).
Saí do café e com o sol a bater na cara, rumo à Praça do Município, repirei fundo e pensei: é mesmo um novo ciclo que começa.

Que seja um ano letivo sem sobressaltos, e só por isso será melhor do que os dois anteriores!
É o que desejo para todos nós!

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Post pós-férias um bocadinho mete-nojo

 Desde que trabalho na minha área e naquilo que gosto, não me custa (quase) nada regressar de férias.

Tenho férias muito boas, muito boas meeeesmo - e só me apetece voltar atrás uns dias e viver tudo outra vez - no entanto, a cada ano letivo que recomeça venho mesmo sem neura, sem resignação, sem depressão pós férias. 
Tenho muito presente o que sentia no regresso das férias quando trabalhava sentada à secretária, e sei que não tem mesmo nada a ver - aqueles últimos dias de férias e primeiros de trabalho eram tão dolorosos!
Fazer o que se gosta, caramba, é um grande luxo e uma oportunidade tremenda.

Para isto também ajuda o facto de acabarmos as férias com uns dias a acampar.
Nunca foi a minha cena, nunca o fiz em família nem sequer com o meu grupo de amigos - só no inter-rail e ainda assim... - mas é uma coisa que o marido gosta, e que se adequa à nossa saúde financeira, e que nos últimos anos temos feito.
Com o tempo fomos afinando os hábitos e neste momento já o fazemos com o à vontade e conforto desejado - no entanto, quer queiramos quer não, acampar é sempre abdicar de certos "luxos": é mesmo viver de um modo completamente diferente do resto do ano.
E assim, acabamos a semana de campismo já com vontade de regressar ao conforto que temos em casa, ao nosso duche, colchão, frigorífico e fogão! 
E até parece que custa menos regressar a casa!

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Depois de um verão atípico...

... um Setembro atípico também.
Sinto que esta será a palavra de 2021 - o ano em que muita coisa mudou de sítio, quem sabe se definitivamente.

Depois do abanão de 2020, em 2021 tenho tido muitas e variadas oportunidades - umas melhores que outras, umas mais interessantes e mais a ver comigo, outras nem por isso, mas agarrei todas com a mesma força e entreguei-me de cabeça em tudo o que me meti.

Setembro começa com uma nova oportunidade, que me obrigou a fazer escolhas e deixar cair dois projetos que marcaram o meu 2021.
Nada disto é definitivo, nada disto é 100% o caminho que eu gostaria de seguir, estou basicamente a tentar manter-me à tona da água e ver qual será o melhor sítio onde me agarrar.

Para quem está de fora, e principalmente quem se sente desmotivado com o seu trabalho fixo de há anos, esta minha vida profissional parece uma animação - e é! Estou sempre, sempre, sempre a ser desafiada, a baralhar e dar de novo, a reinventar-me, a sair da zona de conforto (que neste momento já nem sei se existe!). Sendo tudo isto verdade, há também aqui muita angustia, muitos nervos, e muita sensação de andar a remar e remar e não chegar nunca a lugar nenhum...

Dito isto, 'bora lá começar mais um ano letivo!

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Livro 18/35 2021

 

Cebola crua com sal e broa, de Miguel Sousa Tavares

Sabem aquelas pessoas por quem temos uma certa embirração, mesmo sem saber porquê? Aquela pessoa que quando aparece na TV apetece mudar de canal? Ora, eu tenho várias, e o autor deste livro é uma delas - nem sei bem dizer porquê, se é a atitude, se são as ideias, se é o conjunto.
Corria o ano de 2003 ou 2004 quando a caminho de Lisboa no comboio, ia toda a carruagem a ler o best-seller deste senhor: Equador. Na altura várias amigas leram, e andava tudo doido com o livro, e não se falava de outra coisa (bons tempos, em que as conversas eram sobre livros e as pessoas iam a ler nos transportes, mas adiante) - ora eu irritava-me com aquilo, e muito porque o tal Equador tinha uma fotografia do autor na contracapa, que é coisa que também me irrita um bocado! Nunca o li.
Este livro veio da coleção do meu pai, que o leu e recomendou mesmo a quem, como eu, não simpatiza com o autor - porque é autobiográfico, porque conta histórias interessantes, porque permite ver um lado do autor que desconhecemos. Ainda assim, nunca me aventurei - sejamos sinceros, há tantos livros mais interessantes para ler, porquê perder tempo com este?
Quando fui a casa dos meus tios buscar a chave da casa de família, a minha tia pediu para devolver este livro à minha irmã (que o herdou da biblioteca do meu pai), e mais uma vez o recomendou, usando os mesmos argumentos - o facto de ficarmos a conhecer o porquê de algumas atitudes do senhor, através da sua infância.
Fui para férias levando o livro do Philip Roth e outro sobre a História dos Bragança para ler, e este para entregar à minha irmã. Acabando o do Philip Roth, e estando de férias não me apeteceu meter a ler um livro de História, que no fundo é o que faço por obrigação durante o ano - pura e simplesmente apetecia-me ler outra coisa! E foi assim que acabei por ceder e dar uma hipótese a este Cebola crua com sal e broa (nem o título me atrai, caramba!).
Dou o braço a torcer. O senhor escreve bem, é um bom contador de histórias, e tem de facto muita razão em muita coisa que diz e defende. Tem uma vida rica em aventuras que merecem ser contadas, e é filho da Sophia Mello Breyner o que por si só faz com que mereça o benefício da dúvida.
Dei 4 estrelas e recomendo.

Livro 17/35 2021

 

Goodbye Columbus e cinco contos, de Philip Roth

Mais um trazido por impulso da biblioteca, sem pensar muito e quase sem ler a contracapa - sou sempre seduzida pelos livros que têm em destaque, acabo sempre por trazer algum dessa estante!
Já li vários livros deste autor, uns gostei mesmo muito, outros menos, e este entra nesta segunda categoria. 
É um livro que nem aquece nem arrefece, e não fosse ter estado de férias e com disponibilidade para ele, provavelmente nem chegava ao fim.
Gosto bastante de ler contos, e acho que em determinadas alturas em que estamos com pouco tempo ou cabeça para grandes calhamaços, dá muito jeito ter assim leituras mais curtas, com princípio-meio-fim.
Convém é serem histórias que acrescentem alguma coisa. Não foi o caso.
Dei 3 estrelas, porque também não merece negativa, mas é daqueles que já nem me lembro bem.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Férias grandes...

 ... que de grandes, já se sabe, não têm nada - são mesmo só duas semanas, mas sabem por muito mais.

Este ano repetimos a fórmula do ano passado, e correu tudo tão bem.
Uma semana a norte na casa de família, com irmãs, cunhados e sobrinhos - praia, visitas culturais, almoços e jantares no jardim - e uma semana a sul a acampar (hábito que se vem entranhando nos últimos anos) com outro lado da família.

Este ano com direito a dois encontros com a minha família alargada (materna e paterna), que vieram confirmar a falta que nos faz estar com os nossos - a voz do sangue, lá diz o povo, é poderosa!

No dia dos anos do meu pai "festejamos" com a família da minha mãe, num almoço/piquenique que estava apalavrado há anos - mais de 30 seguramente! - sem nunca se concretizar. E de repente somos nós - as minhas irmãs e eu - a quebrar o feitiço e fazer acontecer um encontro de primos e tios, sendo que alguns nem se conheciam. Foi um dia marcante e rico de afetos, mas tão difícil ao mesmo tempo... Tantas vezes ouvimos a nossa mãe a dizer "haviamos combinar um encontro" sem nunca de facto levar a ideia avante, e só agora o fizemos (e com mega adesão, foram poucos os que faltaram!). Para o ano há mais, seguramente.

No dia do aniversário da morte da minha avó, rumamos ao Algarve para passar o dia com a família que lá estava a passar a semana, com direito a passeio de barco e ida a uma praia selvagem, e jantarada no largo da aldeia onde passei férias com os meus tios em adolescente. Estes encontros com a minha família paterna eram constantes, e até há pouco tempo ocorriam semana sim, semana também. Com a venda da casa da avó e mais recentemente a pandemia os encontros escassearam nos últimos tempos, e que falta nos fazem, caramba. Estava nublado, ventoso, frio, e até choveu, mas foi sem dúvida um dia em grande.

Ter tido a sorte de crescer nestas famílias cheias de tios e primos foi das coisas mais importantes da minha vida - a maioria das minhas memórias de infância é com os meus primos! - e tenho por isso a obrigação de permitir que os meus filhos tenham a mesma oportunidade.

De resto, foram férias como se quer, na melhor companhia, sem stress de nenhum, sorte com o tempo, comida e bebida do melhor, dias cheios de bons momentos.
Agora é ganhar forças para o que aí vem!


segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Verão atípico

 Ser freelancer é aceitar o trabalho que há quando há - basicamente aquela velha frase que nos diziam na infância: "é comer e calar".

Neste verão atípico eu tenho comido e calado, e agradeço no fim, pois barrigas com fome é o que não faltam e eu nem sou esquisita.

No entanto, até no mais atípico dos verões há coisas que não podem mudar, e as idas à minha praia (aquela onde cresci e que fica a 5 minutos de casa) com os meus filhos, não podem faltar.
Em anos anteriores os meses de Junho e Agosto normalmente permitiam várias idas à praia, com filhos e sobrinhos a reboque. 

Esta semana fiz finca-pé e consegui ir duas vezes, durante umas horas. Deixo o trabalho todo organizado, e regresso direta para a frente do computador, mas enquanto lá estou, estou a 100%.
Ser freelancer também é poder fazer isto, caramba!


sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Livro 16/35 2021

 

A Anomalia, de Hervé Le Tellier
Oferecido pela cunhada e sobrinhos nos meus anos - sendo que a sua primeira opção tinha sido o Antes que o café arrefeça (eu disse que quem me conhece minimamente sabe que tenho um fraquinho por viagens no tempo!).
Gostei bastante deste A Anomalia, mas não deixou de ser uma desilusão.
A primeira parte tem todos os ingredientes para lermos sem conseguir parar - uma manta de retalhos de diferentes personagens, que percebemos que estiveram todos no mesmo avião no passado, que têm todos alguma coisa a esconder e são confrontados com as autoridades. Percebemos que alguma coisa se passou naquele avião, mas não sabemos o quê!
Depois de sabermos o que se passou, é uma situação tão fora, que ficamos agarrados às páginas a tentar perceber como é que o autor vai "descalçar a bota", como é que se consegue sair daquela situação?
A partir daqui continuei agarrada, mas sempre à espera de mais - a solução encontrada pelo autor é inteligente, mas não me satisfez por completo...
Tem a curiosidade de ter saído em 2020 (parece-me que foi escrito antes de Março!), mas a ação passa-se entre Março e Outubro de 2021 - mas há dois pormenores que traem o autor nesta "previsão" do futuro (pode no entanto ter sido intencional, pois há situações de segredos de Estado e teorias da conspiração que não podem ser mais atuais).
Dei 4 estrelas, que são 3,5 mas recomendo  - acho uma leitura perfeita para as férias.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

A Elsa foi (em parte) destronada

 


E a obsessão do momento é a Vaiana.
Já estamos na fase em que as músicas não me saem da cabeça, e já sei os diálogos de cor.
Passamos do gelo às ilhas da Polinésia, de uma princesa que faz birra e congela tudo a uma miúda fixe que se aventura mar adentro, com a vantagem de não haver nem 1/10 do merchandising nas lojas, logo não haver pedidos de tudo e mais alguma coisa. Só pontos positivos!
Se desse para incluir alguma desenvoltura dentro de água, isso é que era, mas já devo estar a pedir demais... (a minha mai nova é a criança menos aquática que existe!)

Agosto produtivo

 Ao contrário de Março e Abril, talvez os meses mais produtivos dos anos pré-pandemia, este Junho, Julho e Agosto saíram bem melhor que a encomenda.

Contrariando uma maioria em plena silly season ou mesmo de férias, esta semana tenho visitas ou outro trabalho todos os dias.

Para trás fica aquela sensação do Verão interminável - aqueles dias a fio a ir para a praia com os miúdos e os primos por aqui mesmo, enquanto não íamos de férias propriamente ditas.

Ano atípico (ao contrário de 2020 que manteve essa tendência) até nisso - e claro que isto não é uma queixa!
Quem está a banhos nem sabe o que perde em trabalhar numa cidade quase deserta!

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Livro 15/35 2021

 

Raposa, de Dubravka Ugresic

Trazido também da biblioteca completamente a correr - estava nos destaques, ao lado de um outro que hei-de trazer noutra ocasião. Chamou-me a atenção o resumo que aparece na contracapa, se bem que não consegui enquadrar o livro nessa mesma descrição.
É um livro que não consigo classificar, pois não se trata de uma história corrida, com princípio meio e fim - são várias histórias e várias críticas a outras histórias, também histórias dentro de histórias e ainda o outro lado de outras histórias. 
Temos a Jugoslávia e a atual Croácia, temos uma guerra e as suas consequências, temos o passado mais distante e o presente, a viúva de um escritor famoso, um desativador de minas, um casa perdida no meio do nada, uma sobrinha pré-adolescente e temos a simbologia que a raposa assume em diferentes contextos e culturas.
Com tanta variedade, houve partes que li de enfiada e outras que andei a engonhar. Tenho a certeza que há inúmeras referências literárias que me passaram ao lado, e com isso perdi bastante do livro.
Dei 4 estrelas, que são 3,5, mas não o recomendo a toda a gente.

Pestanejei...

 ...e a primeira semana de férias já passou.

Juro que não durou mais do que um suspiro, e se não fossem as fotos quase acreditava que nunca tinha acontecido.

(mas foi tão bom!)

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Último dia deste ano letivo

 Agora sim, chegou ao fim - amanhã vou de férias, e nem acredito.

Foi o ano letivo de maiores desafios desde há muito tempo - a falta de trabalho obrigou-me a ir mesmo para fora de pé, e apesar do pânico e do stress, não posso dizer que me tenha corrido mal.

Correu bastante bem, aliás, tendo em conta que me meti a fazer coisas novas e completamente fora da minha zona de conforto - no entanto, fico contente de ter chegado ao fim.
Haverá coisas que me vão ser úteis, outras que ficarão para trás - fica a experiência e a sensação de dever cumprido por ter dado o meu melhor em tudo o que fiz.

Para a rentrée há um novo desafio no horizonte, e há também muitas incógnitas.
Até lá, é carregar baterias.

Boas férias caros leitores!

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Livro 14/35 2021

 

Os loucos da Rua Mazur, de João Pinto Coelho

Trazido da biblioteca meio à pressa (tenho ido à biblioteca sempre a correr), porque estava ao lado do outro livro do autor que já li e adorei - Perguntem a Sarah Gross
Este não me prendeu assim tanto logo de início, mas uma vez entrando confirmou o que já senti da última vez - uma história tão, mas tão bem contada, de forma original e com profundo respeito pela História.
Todos já lemos e vimos filmes sobre a II Guerra - mas há coisas de que eu nunca tinha ouvido falar: não foram só os nazis a cometer atrocidades contra os judeus. Mais não digo.
Dei 5 estrelas e recomendo.


terça-feira, 13 de julho de 2021

Mais uma voltinha

 Vamos tentando ver a meta à nossa frente e corremos para a alcançar, mas mal lá chegamos percebemos que a corrida não está no fim, ainda há outra meta, e outra meta e talvez outra antes de chegar à meta final (que são as férias, ou se calhar não, já não sei!).

Acabou o ano letivo mas o trabalho não abrandou - sem a escola e as explicações é certo, mas com outras coisas em mãos.
Na sexta passada tive um daqueles dias que só queria que passassem rápido, com visitas que me deram muito trabalho e nervos antecipados. Sábado também foi de trabalho, e eu já só queria que passasse o dia para poder ir ter à praia com os amigos.
Esta semana os miúdos estão de férias, o que nos dá uma margem de tempo de manhã, mas de resto os dias vão ser a abrir.
Para a semana o cenário é ainda mais ocupado (e cansativo!) e a outra também, ao que tudo indica.
Até lá as metas vão sendo os domingos (únicos dias de descanso - por enquanto!) - que tanto parecem longínquos como passam num instante e já só quero ver o próximo a passar...

Tenho mesmo a sensação que vai ser um mês a correr, e um verão que vai passar num abrir e fechar de olhos - mas é tudo bom sinal!
Que assim seja!

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Ano letivo 20/21

 Termina hoje, finalmente! Achei sinceramente que nunca ia acabar...

Ano marcante este, sem dúvida, que queremos esquecer mas claramente não vamos conseguir.
Por cá: 

  • primeiro aspeto a realçar: 3 filhos e nenhum teve a turma em isolamento em nenhum momento do ano - sou só eu a achar isto uma coisa extraordinária? Se juntarmos uma mãe prof de AEC que também não apanhou nenhuma turma em isolamento (e houve tantas lá na escola!) ainda mais fora do normal
  • 3 filhos, 3 mudanças: a mais nova entrou finalmente para o pré-escolar (saltinhos de alegria!) a do meio passa para o 2º ciclo e o mais velho para o 3º ciclo.
  • uma pausa para pensarmos todos que o meu mais velho - que todos vimos nascer aqui no blog - vai para o 7º ano - 7º ano, caraças, nem eu acredito!
  • filha do meio com percurso brilhante no 1º ciclo, tudo impecável, excelentes notas, zero preocupações com os trabalhos, sempre responsável e a dar conta do recado (já o disse, não sai nem à mãe nem ao pai...). Teve o melhor professor do mundo? Ela acha que sim, e isso é o mais importante.
  • filho mais velho demorou a adaptar-se ao 2º ciclo, cheira-me que ainda não se adaptou, vai cair de para-quedas no 3º ciclo e vamos ver se cai de pé... É ainda muito miúdo, há outros nesta idade que estão muito à frente, mas as notas foram sempre boas qb. As turmas vão-se refazer, vamos ver onde calha e com quem calha e andar em cima - muito em cima - porque andar em stress a fazer trabalhos na véspera à noite (que estavam marcados desde a semana anterior) não é para nós - quem é que eu estou a enganar? Claro que é para nós, porque infelizmente tanto o pai como eu éramos assim nesta idade. (e ainda somos, raios!)
  • a partir de fevereiro comecei a dar apoio a meninos do 1º ciclo e de facto confirmei que temos muita sorte por termos filhos que não dão preocupações de maior, professores porreiros e turmas também fixes - tive alunos que andam em escolas públicas e privadas e que não têm essa sorte.
  • escolas fechadas - não deixam saudades... Os zooms e trabalhos assincronos e a malta toda enfiada em casa, é cenário para esquecer. Foi mau no primeiro confinamento, foi pior no segundo, e só de imaginar que pode haver terceiro fico mal disposta - tenho uma amiga que me diz que não posso ter este mindset, que é para imaginar e visualizar as coisas positivas para tudo fluir em conformidade, por isso imagino arcos-íris e unicórnios e todos na escola para todo o sempre (façam o mesmo que juntos somos mais fortes)
  • fica para a História, espero eu, o ano letivo que acabou a 8 de julho, data em que normalmente já levam duas ou três semanas de férias

terça-feira, 6 de julho de 2021

O tempo

Que tanto tem de elástico como de fugidio e volátil.
Basicamente este ano e meio de pandemia veio chocalhar a nossa noção de tempo - atrapalhou as rotinas dos meses e das estações e basicamente por aqui deixámos de ter noção de quando as coisas aconteceram.
Dei por perdido um eletrodoméstico avariado, que na minha cabeça tinha no mínimo uns 4 anos, até que dei com a fatura e vi que a data de compra tinha sido Setembro de 2019 - ainda dentro da garantia, lá está.
Setembro de 2019 foi de facto um momento confuso na minha vida - todo esse trimestre, aliás - mas daí a perder completamente a noção do tempo ia uma grande distância, diria eu.
Épocas do confinamento, alturas em que o recolher obrigatório era às 13h, ou era todo o dia, ou estava tudo fechado e só as escolas abertas, ou tudo aberto e só as escolas fechadas, vida normal, lojas a fechar às 15h30, comprar álcool só até às 20h - quando é que tudo isso aconteceu? Já não faço ideia.
Um bebé fofo nasceu ontem, mas já anda de pé por todo o lado (e já faz um ano), outro nasceu mesmo hoje mas eu ia jurar que a gravidez mal tinha começado...
E este ano letivo que ainda não terminou, hã?
Vai ser o verão mais curto de sempre, e quando der por ela já cá estamos outra vez, caramba.
Será que estamos quase no Natal??

quinta-feira, 1 de julho de 2021

O que todos queremos saber

É: quando é que vamos deixar de ser massacrados com imagens de malta a enfiar a zaragatoa na fossa nasal, hã?
Não chega, já?
Haverá alguém que ainda não tenha visto aquelas imagens? Não me parece....
Cada vez são menos aqueles que nunca fizeram um teste covid na vida, mas mesmo esses já estão elucidados. 
Não é preciso esta insistência em ver cenas a sair e a entrar das narinas alheias - é um nojo, não acrescenta nada, e lá está, já vimos prai um milhão de vezes nos últimos 15 meses, não é suficiente?

E não, também não queremos ver a malta a fazer o teste de saliva - este só vi uma vez quando saiu a notícia, e não preciso mesmo de ver mais!

Que asco!



terça-feira, 29 de junho de 2021

Histeria anti-covid

 Estou neste momento a viver as semanas de mais intenso trabalho dos últimos 15 meses.
Estou a fazer visitas numa exposição (espetacular) que está a ter muito sucesso e com muita procura - as pessoas estão ávidas de voltar à vida cultural depois destes meses todos confinadas e aproveitam todas as oportunidades (e ainda bem!).

Com isto e os números aumentar, temos esta que vos escreve que por sinal já está vacinada, numa quase histeria anti-covid - não por medo de apanhar, é mesmo medo de ser obrigada a ficar em isolamento e assim ter de deixar de trabalhar (o que teria efeitos muito negativos na minha saúde mental, e na financeira também!). São só mais duas semanas intensas, depois em princípio volta o deserto laboral...

Assim, passou o Euro e eu não vi os jogos com o grupo do costume, encontro primos e sobrinhos queridos e não deixo que se aproximem, estou a verdadeira "não me toques", quase quase a borrifar o espaço à minha volta com desinfetante!

A loucura temporária também é um efeito colateral da pandemia...

(e a falta de paciência para tudo isto é outro!)

Ano letivo interminável

Para memória futura, este ano letivo vai terminar mais tarde que nunca.

E há semanas que andamos com aquela sensação de estar "quase a terminar" mas caraças, andamos aqui a arrastar e arrastar e a coisa parece que não vai terminar nunca...

Os miúdos cansados, os professores esgotados, os explicadores como eu já a encher chouriços sem utilidade nenhuma...
Que a escola fique aberta não acho mal, mas deviam deixar os miúdos brincar no recreio e não massacrar com revisões que nesta altura do ano não servem para nada!
Enfim, já só falta pouco mais de uma semana.
Aguentemos.


quarta-feira, 23 de junho de 2021

Livro 13/35 2021

 

Um mal antigo, de Paul Doherty

Um pequeno engano, de que só me dei conta ontem: não cheguei a registar este livro aqui - foi o 9º este ano, lido em Março e acabado no início de Abril. Passou-me ao lado.

Uma história que mete outra história dentro, passada na Idade Média (ambas) com todo o imaginário que temos direito: feitiçaria, maldições, demónios. Um grupo de viajantes pára numa estalagem para passar a noite, e entretem-se na hora da ceia a contar histórias de arrepiar, e esta é a história contada por um deles - penso que há outros livros da coleção que contam as histórias dos outros.

Para quem gosta deste tipo de cenários, lê-se muito bem mas nada de especial.
Trouxe-o de casa do meu pai, como tantos outros.

Dei 3 estrelas.

terça-feira, 22 de junho de 2021

Livro 12/35 2021

 

Antes que o café arrefeça, de Toshikazu Kawaguchi

Oferecido pelo marido nos anos, sendo que está na minha lista de livros que queria ler há um ano pelo menos, e recentemente até tinha estado a ler uma opinião de alguém que me surgiu numa rede social - ou seja, foi um tiro certeiro, mesmo sem saber de nada.
No entanto, a verdade é que conhecendo-me um bocadinho bem (não é preciso muito!), é fácil perceber que o tema me iria interessar: não há nada que eu gostasse mais de poder fazer do que viajar no tempo. 
Reza a história deste livro que há um certo café onde isso é possível, mas as regras são tão apertadas que quase nos faz acreditar que nem vale a pena tentar - se vale a pena ou não, é o que descobrimos ao longo destas histórias
Qual o maior problema do livro, para mim? Confundo os nomes todos em japonês (típico de todos os livros de autores japoneses que já li...). Não consigo associar se o nome é masculino ou feminino, nem localizar as personagens na trama - é o dono do café? é a enfermeira? é a dona do bar ao lado? Tenho de tentar perceber pelo sentido, e acaba por ser ligeiramente confuso.
De resto, é um livro que se lê muito bem, está bem construído, bem escrito, e tem partes muito enternecedoras.
Dei 4 estrelas e recomendo, e também empresto.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Trabalho na era pós-covid

Quem já era precário, mais precário está.
Quem já era explorado, mais sujeito a exploração está. 

Um dia deixaremos de ter de nos sujeitar a tudo o que nos aparece à frente, mas ainda não é hoje.

(e a maior razão pelo qual este post faz sentido é que só me apetece acabar com um "haja trabalho!" porque de facto tudo se resume a isso! Mas não devia.....)

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Livro 11/35 2021

 

A História de uma Serva, de Margart Atwood

Na lista de livros por ler há mais de um ano, esta foi daquelas autoras de que muito ouvi falar no ano passado (aqueles fenómenos que de repente anda tudo a ler a mesma coisa à nossa volta).

Veio à baila quase por acaso em conversa com colegas (que tinham visto a série), e coincidiu no dia seguinte ir à biblioteca - o regresso pós pandemia - em que fui com as duas miúdas num compasso de espera pelo jogo de futebol do mais velho. A ideia foi buscar livros para eles, e fui só num instante quase sem tempo buscar um para mim - comecei na prateleira da letra A e dei de caras com este, nem hesitei.

É de facto uma história brutal, sendo que foi escrito em 1985, eu pensava que era bem mais recente. Muito perturbador e inquietante, com assuntos tão na ordem do dia: feminismo, direitos humanos, extrema-direita, liberdade, verdade.
Já li este ano um livro da mesma autora, e a fórmula é a mesma: uma distopia, que parecendo distante, pode estar bem próxima, e onde a ilusão e a realidade se confundem.
Está muito bem escrito, daqueles que apetece pegar e ler em qualquer lugar - andava um bocado a engonhar com os livros anteriores mas este li-o em duas semanas, foi bom para regressar ao meu ritmo.

Dei 5 estrelas e recomendo muito.

Passo a passo

 Vamos caminhando aos poucos em direção à normalidade - haverá objetivo melhor do que a normalidade? (Tantas vezes tentamos alcançar a extraordinalidade, e nem nos apercebemos do que temos à mão de semear.)

Aos poucos vou regressando ao local de trabalho - por enquanto apenas um - e reecontrando os colegas que coincidem nos mesmos dias, primeiro um, depois outro e assim vamos re-atando as conversas de corredor - que tanta falta fazem!

Não tenho dúvidas em relação à minha escolha profissional, é mesmo uma pena viver nesta precaridade porque tirando isso tenho o trabalho perfeito.
Era sair um euromilhões e nem precisava que me pagassem!

terça-feira, 8 de junho de 2021

Livro 10/35 2021

 

Segredos de Lisboa, de Inês Ribeiro e Raquel Policarpo

O ano já vai a meio, mas eu ainda não cheguei ao meio do meu desafio... Se incluísse aqui os catálogos e textos de curadores e artistas que tenho lido dava um avanço grande ao desafio, mas se ler faz parte do trabalho, acho que não entra no desafio de leitura - a ideia é incluir a leitura por lazer em algum momento do meu dia, e isso de facto tem ficado um bocadinho para trás - mas a ideia do desafio também é mesmo essa: fazer tudo para o superar (e nos últimos dias tenho andado a avançar bem na leitura 11).

Antes de fazer a minha reflexão sobre este, vou fazer o aviso: as autoras têm uma empresa que organiza passeios e visitas guiadas, com quem eu colaboro há alguns anos. São as duas arqueólogas e empresárias, excelentes comunicadoras e pessoas que muito admiro - entre outras coisas pela coragem de terem aberto o seu próprio negócio e de o manterem há mais de 10 anos, coisa tão difícil nos dias que correm.
Eu gostei imenso do livro, mas penso que qualquer pessoa que goste de História e das histórias da História, também vai gostar. 
Cada capítulo começa com uma história romanceada de uma determinada época passada numa zona de Lisboa, para depois nos explicarem os achados arqueológicos dessa mesma zona.
E assim percorremos a Lisboa de diferentes séculos, e ficamos com vontade de fazer os passeios para saber mais sobre estes achados.
Não sendo aquele livro que não conseguimos acabar de ler, lê-se muito bem. Eu acabei por demorar muito tempo porque se meteram outras coisas, no entanto parece-me que noutra altura o leria muito rapidamente de certeza.
Dei 5 estrelas, e recomendo.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

43 no dia 31

 43 voltas deu a Terra ao Sol, desde que eu nasci.

Tive a assistir à conferência de imprensa de uma exposição onde vou fazer visitas (com presença da Ministra da Cultura e tudo, o que foi especial, principalmente tendo em conta tudo o que temos passado com falta de trabalho do último ano), e fomos jantar fora os 5 (coisa que não me lembro de ter feito nos meus anos - e correu tão bem, foi mesmo bom).

Aos 43 confirmo o que senti aos 5, fazer anos não é de todo a minha praia, mas ao mesmo tempo é sempre bom.

Parabéns a mim, e vamos lá, rumo aos 44!

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Sobre o fim de semana passado

Foi tão bom, tão bom, que demorei a vir aqui escrever sobre isso.
Foi um fim de semana em que de repente parece que nada aconteceu, o covid foi só uma miragem - há sempre aquela dúvida se alguma vez voltaremos ao normal, eu acho que sim, na primeira oportunidade estaremos todos sem máscara aos abraços e beijos, como sempre.

Na sexta tivemos um jantar anual de primos em casa dos tios, tradição que se repete desde 2012 - e se em anos normais já é espetacular, pois com a vida do dia a dia acabamos por passar semanas ou meses sem nos ver, este ano ainda foi melhor: para alguns foi mesmo a primeira vez que nos vimos em 2021 (o que numa família que normalmente se junta toda no dia 1 de Janeiro e vai fazendo encontros regularmente, não é nada normal!).

Sábado de manhã rumámos ao Porto, para o casamento de um primo da parte da minha mãe.
Casamento adiado desde 2020, e que estava escrito que teria de acontecer - mesmo tendo em conta que o noivo teve um AVC na semana anterior - e nas palavras dele, se não tivesse tido alta tinha assinado um termo de responsabilidade para ir ali casar e voltava a seguir para o hospital! - não foi preciso, teve alta na 5ª e no sábado lá estava, para o seu grande dia.
A família da minha mãe é também muito especial. Tivemos um grande contacto durante a infância, com férias conjuntas e Natal a cada dois anos, no entanto por força de várias circunstâncias passamos muitos anos sem nos juntar todos - fomos estando com uns e outros em separado, mas não voltámos a passar lá o Natal, e por isso deixamos de estar na reunião anual.
Sei que a minha mãe, e o meu pai (que foi tão bem recebido na família!), iriam adorar ter estado presentes, e essa alegria contagiou-nos a nós.
O melhor de tudo foi sentir que nada mudou. Mesmo passando anos e anos separados, e em alguns casos falo de 30 anos sem estarmos juntos (funerais não contam!) foi como se nada se passasse.
As conversas, as parvoíces, as gargalhadas, a cumplicidade, está lá tudo!
Assim se vê a importância que têm as relações que se formam na infância - se forem fortes e verdadeiras, podem durar para sempre.
E de repente vemos nos primos parecenças com os nossos filhos, ou re-descobrimos coisas sobre nós próprios quem nem nos lembrávamos e que marcaram a pessoa que somos.
A nossa essência, afinal, também é genética, e a nossa família tem muito de nós mesmo que viva à distância.

Foi mesmo muito bom e muito especial.

Por mais dias destes, que tanto precisamos!

Sobre a inquietação

Andei aí dias e dias sem saber muito bem que voltas dar à minha vida.
Andei a investigar possibilidades de carreiras alternativas, a ver oque tenho de fazer para ter mais estabilidade, em que posso investir para ter habilitações para isto e aquilo em diferentes cenários.
Depois foi o dia dos Museus, e fui chamada para fazer uma oficina com famílias no Museu de Arqueologia. 
E fez-se luz- eu não quero dar volta nenhuma na minha vida, só quero continuar a trabalhar em Museus.
A inquietação continua, claro, porque nada mudou, no entanto consegui aperceber-me onde está o meu verdadeiro foco* - onde sempre esteve aliás, mas com o barulho das luzes às vezes fica difícil perceber onde estou.
Não vale a pena dispender energia noutras coisas, o foco é este, e enquanto puder, é para isso que vou lutar.  


*isto por si só já é uma coisa muito fixe e especial. Muita gente passa a vida inteira sem saber o que gostam verdadeiramente de fazer.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Livro 9/35 2021

 


Todos devemos ser feministas, Chimamanda Ngozi Adichie

Pois é, estava o ano a correr tão bem em termos literários, até estava a conseguir manter o ritmo e de repente passam dois meses sem avançar com livros lidos - e até este tem uma razão de ser.
Desde a reabertura das escolas os meus dias passaram a estar mais ocupados, e a verdade é que desde que acabei o livro 8 tenho estado a ler a conta gotas o livro 9 (que afinal ficou para 10) que é uma obra até muito especial de que estou a gostar muito (logo vos conto).
O problema não é a falta de tempo (esse ser de costas tão largas) é mesmo que tenho lido outras coisas - catálogos de exposições onde vou fazer visitas, e não me resta tempo para mais leituras.
Este vem exactamente na mesma linha, faz parte da bibliografia "obrigatória" de uma formação que estou a preparar (enquanto formadora, uma novidade!).
É um livro muito pequeno, com muitas verdades sobre isto de ser mulher, de ser mulher negra, de ser mulher na Nigéria e nos Estados Unidos - com tudo o que tem de diferente e igual ao resto do mundo. Nada de muito profundo, ou pelo menos a escrita é muito leve e acessível, e por isso devia mesmo ser lido por toda a gente - e com muitas reflexões  boas para nos fazer pensar e discutir este assunto tão importante.

Fui compra-lo de propósito a uma Fnac de um centro comercial (tinha visto na net que havia), no primeiro (e único, até agora) momento de "compras sem ser supermercado" pós confinamento - e que bem que me soube, um fim de dia diferente - ainda mais porque encontrei uma querida amiga que não via desde os tempos pré-pandemia, o que tornou o momento ainda mais especial. 

Dei 5 estrelas, não tanto por não conseguir parar de ler, mas pela importância do assunto e a forma acessível como o aborda, e recomendo.

Quem vê caras...

 ... não está em 2021.

Comecei a dar AEC em Setembro, e desde então tenho contacto diário com colegas, que só vejo mesmo dentro da escola.

Ontem quando estava a chegar passou por mim uma rapariga. Só quando a vi aproximar-se do portão da escola e por a máscara é que percebi que era uma colega - daquelas dá aulas às mesmas turmas que eu, portanto uma pessoa com quem falo todos os dias, já a encontrei e ficámos à conversa no centro de testagem, tenho o contacto dela e fazemos parte de um grupo de whatsapp e tudo. No entanto, eu nunca a tinha visto sem máscara, e como tal, não a reconheci.

Comentei o facto quando entrei, e por isso resolvemos tirar as máscaras na sala dos professores, para nos vermos uns aos outros! Foi muito, muito estranho!
Na nossa cabeça inventamos caras para as pessoas a quem só conhecemos os olhos, e depois ver a cara completa não tem nada a ver!
Faz lembrar os anos 80 e 90 em que ouvíamos músicas sem nunca termos visto quem as cantava - mas em pior, pois estamos em 2021, na era da imagem, conhecemos a cara de milhares de pessoas sem nunca as termos visto, e afinal, estamos ali lado a lado com colegas que nem sequer reconhecemos "desmascarados".

E se assim é para nós adultos, imaginem as crianças que estão connosco um ano inteiro sem nunca nos verem de facto, sem conseguir ler as nossas expressões.

Tempos estranhos estes...

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Inquietação


Tenho andado com esta música na cabeça ultimamente, em diferentes momentos (mesmo sem a ter, de facto, ouvido).
Recordo que há exactamente 10 anos tive também uma crise existencial, e lá andava este refrão e esta inquietação sempre latente.
Na altura, como agora, consigo perfeitamente identificar a origem - o trabalho, claro está.
Pode ser efeito da pandemia, desta reviravolta que estou (estamos) a viver, e que no meu caso virou do avesso o meu percurso profissional, e pôs em cheque tudo aquilo que eu fazia profissionalmente. No entanto não deixa de ser uma coincidência terem passado exactamente 10 anos desde que senti também esta inquietação cá dentro, que deu para ganhar balanço para a reviravolta que dei algum tempo depois.
Por agora não sei bem onde isto vai parar, pelo que estou como diz a canção ainda sem saber o que vai acontecer, mas a sentir que alguma coisa está para mudar.
Será que esta crise-existencial-profissional me iria assaltar outra vez 10 anos depois vinda do nada? Ou será efeito da pandemia e de tudo o que estamos a viver?
Vamos ver o que acontece daqui a 10 anos...

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Uma coisa que não sei se alguma vez referi aqui

Sou do Sporting!

Se calhar desde que criei o blog em 2007 nunca surgiu a oportunidade de o revelar - até porque cada vez ligo menos ao futebol - mas é verdade, e aqui fica registado!

Somos campeões, caraças!!!

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Aquele cheirinho a normalidade

 ...que tanta falta nos andava a fazer.

Foi um fim de semana com um bocadinho de tudo, quase quase a parecer os de antigamente (que é como quem diz 2019).

Houve trabalho (enfim, nem comento...), jogos de futebol do mais velho (sim, no plural!), festas de anos (também no plural!), almoço de família e até algum stress na sobreposição de programas (que se resolveu com muita facilidade, foi ótimo!).

Soube que nem ginjas!
É incrível como nos privámos das coisas mais simples do nosso dia a dia, e a falta que nos faz.
E lá estamos nós, a apreciar cada momento, cada reencontro, a dar valor no fundo a podermos estar juntos...

Ainda falta reunir com alguns VIP da nossa vida, mas já não deve faltar muito.
Aos poucos até parece que regressamos à normalidade (diferente de 2019, já se sabe, mas muito diferente de 2020, espera-se!)

Em conversa no sábado recordei os dias do confinamento, tanto do ano passado como deste ano, e caraças, espero com todas as minhas forças que não se volte MESMO a repetir... Não somos feitos para isto (e digo-o sabendo da sorte que temos em viver esta pandemia no meio do que se pode considerar um luxo, com casa, trabalho, água corrente e o mais importante, saúde! Mas ainda assim.....).

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Adenda a um dos posts anteriores

Aquele em que falei da questão de sentir sempre que os colegas estão mais dentro dos assuntos do que eu.

Há também uma sensação de não pertencer de facto a lado nenhum - o que não deixa de ser verdade.
Ora se dividimos o nosso tempo por 4 ou mais sítios diferentes - a alguns vamos só uma vez de vez em quando -  é claro que não chegamos a criar uma rotina e uma relação com o sítio e as pessoas que lá estão 8 horas todos os dias.

Perdemos os mexericos, as conversas de café, a dinâmica, o mau humor do chefe e ficamos com a sensação de estar de visita em todo o lado.

E como em tudo, há coisas boas e coisas más.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

O flagelo do trabalho a partir de casa

 Obras em casa dos vizinhos.

(oh não!!!!)

sexta-feira, 30 de abril de 2021

A Noite Passada (um post que não é sobre trabalho!)


... mas sobre música, para variar!
Sobre a capacidade que a música tem de nos transportar no tempo e no espaço para outros momentos da nossa vida.
Neste caso, apesar de tudo, é uma viagem bastante recente, até ao confinamento de 2020, em que os meus filhos viram a série Conta-me como foi de uma ponta à outra, episódio atrás de episódio. Se bem se lembram, esta é a música do romance entre a Isabel e o Vítor (o padre da paróquia que entretanto deixa de o ser).
E só vos digo que quando a ouço sinto verdadeiramente uma onda de nostalgia - não no sentido negativo, curiosamente - do confinamento, e desses dias de profunda incerteza, de medo, de cansaço, de exaustão, mas ao mesmo tempo de união entre nós (pois, que remédio!), do momento em que a minha vida parou e me dediquei a eles e só a eles - depois de um ano em que, deixem-me recordar-vos, mal os vi tantos dias, entre o trabalho e os hospitais com o meu pai.
Há uma memória bastante agridoce associada a esses dias, que já não se repetiu neste segundo confinamento (nem poderia, ele há coisas que não se repetem mesmo...). Aquele momento em que eles paravam finalmente (depois da ginástica, e das idas ao campo, e das caminhadas e das aulas online e tudo e tudo), e ficavam deitados no chão da sala, a vibrar com as aventuras do Carlitos e a sonhar com uma infância mais livre (em tempos de ditadura, o paradoxo!)
E no meio disso tudo, a voz inconfundível do Sérgio Godinho e esta música maravilhosa.
Desfrutem.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Mais um sobre trabalho

 Há também neste constante aprender e reinventar uma sensação latente que não se explica racionalmente, mas que está lá: tenho sempre a sensação de que os colegas sabem mais/estão mais dentro do assunto/melhor preparados do que eu para determinada tarefa.
Sei que nunca nos devemos comparar - ainda mais na minha área, onde as pessoas têm percursos profissionais tão diferenciados - mas não é uma comparação negativa (apesar de parecer): sinto-me sempre motivada para correr atrás e tentar acompanhar.

No entanto, é um bocado cansativo, devo dizer.
Sinto sempre que há tanto mais que eu poderia dar se tivesse efectivamente foco em uma só coisa de cada vez.
Entre os mil projetos e a gestão familiar estou eu (algures bem perdida lá no meio!), a tentar equilibrar os pratos.

domingo, 25 de abril de 2021

O meu coração de mãe blogger rejubila!

 A minha do meio decidiu ter, ela própria, um blog!!!

(saltinhos de excitação!)

Ora espreitem:

https://blogmaantos.blogspot.com/

terça-feira, 20 de abril de 2021

Regresso ao museu II

 Sábado de manhã os astros alinharam-se e conseguimos arrancar os 5 para a primeira visita cultural em família de 2021.
Fomos ao Museu de Arqueologia  - porque eu precisava de lá ir - sítio onde queria ir com os miúdos há anos, na certeza que iam adorar.

Não me enganei.
Ainda está por conhecer o miúdo que não fique fascinado com a cultura egípcia da Antiguidade.
Sejamos sinceros, ver um sarcófago ao vivo é uma experiência inesquecível! (para qualquer idade)
E uma múmia envolta em faixas de linho, em que até conseguimos ver bocados de osso - é verdadeiramente imbatível!

No fim, eu ainda consegui assistir a uma visita a uma exposição temporária - para celebrar o Dia dos Monumentos e Sítios havia várias atividades a decorrer. Enquanto isso eles foram para o jardim.
Foi um excelente regresso à vida cultural e uma manhã muito bem passada (e sem gastar um tostão).

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Nova semana

 E aqui a hamster vai tentar uma nova abordagem a ver se consegue ir além da rodinha.

Como sempre e como tudo, onde é que podemos ir roubar horas?? Ao sono!
Dormir é muuuuito importante (não me interpretem mal!), tem é de se ajustar os horários.

Bora lá!

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Ainda o trabalho

 Desculpem a monotonia do tema, mas de facto tem sido aquilo que me preenche a cabeça (e ainda bem, só não preenche é a conta bancária, mas isso já se sabe, adiante...).

Os projetos sucedem-se, e que bom e gratificante que é - não só porque são giros e interessantes, mas também por saber que confiam em mim e no meu trabalho para os desenvolver - mas isto de estar em casa, caramba, já eu o dizia há mais de 10 anos, é difícil.

Onde é que fica a linha?

Na altura tinha horário fixo, ou seja, à hora marcada estava ligada ao telefone e computador e melhor ou pior aquelas eram as horas de trabalho.
Agora estou aqui a gerir o meu tempo, e fica difícil saber onde se separa o trabalho da casa e a casa do trabalho, tanto no tempo como no espaço.

Sei que este ano, mais do que sempre, vocês compreendem perfeitamente a que me refiro.

Isto tudo para dizer, que não consigo ver um raio de sol sem ir fazer uma máquina da roupa, independentemente das aulas por preparar ou catálogos por ler.
Estúpida! (eu sei!)

Sinto-me mais uma vez o hamster na rodinha, a tentar correr sem sair do lugar.

(mas vou ter de encontrar aqui uma saída, puf!)

terça-feira, 13 de abril de 2021

Trabalho em 2021

Ou esta coisa gira e glamourosa de "abraçar novos projetos" trocada por miúdos - ou ainda esta necessidade que uma pessoa que trabalhava em cultura e turismo tem de se reinventar e fazer o que estiver à mão.

Basicamente é trabalhar 8 horas, mas receber apenas por 3.

É mesmo isso.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Regresso ao Museu

 No outro confinamento fiz questão de ir a um museu no dia em que abriram - na altura fez-me muita confusão ter os museus fechados  e quis mesmo celebrar a sua reabertura. Fui com os miúdos que não me deixaram falar sobre nenhuma peça (oh vida...) e no fim passeamos no jardim.

Entretanto lá estiveram os museus fechados outra vez, mas a minha disponibilidade agora é bem diferente, pelo que não pude repetir o programa.
No sábado tive uma visita por parte dos comissários a uma exposição à qual vou fazer visitas (assim haja público!) e foi assim que celebrei a reabertura dos museus e que bem que me soube este reencontro!
(no entanto a essa hora o museu estava fechado, pelo que não sei se contou...). 

Pormenores à parte, os museus são dos meus espaços favoritos, e o seu encerramento é sempre um momento muito triste - até porque tenho a certeza que não são locais de contágio (sem multidões e sem podermos mexer em nada, mas adiante) - mas poder regressar é motivo de festejo.

Em breve, uma visita com os miúdos (que vão refilar e chatear o tempo todo), para um regresso em pleno.

terça-feira, 6 de abril de 2021

10 anos

 10 anos, caramba, 10!
Duas mãos cheias, dois dígitos da nossa miúda gira, que há 10 anos veio fazer do trio quarteto, e encher a vida de cor de rosa.
É uma fixe, uma miúda querida de quem todos querem ser amigos. Não discrimina, é incapaz de fazer mal a alguém, e é principalmente a criança mais empática que eu conheço: está sempre atenta ao que os outros estão a sentir, consegue perfeitamente por-se na pele dos outros, e eu acho uma coisa maravilhosa vê-la a ser assim - é mesmo um super poder!
Inteligente, meiga, independente, sem querer ser o centro das atenções.
Muito madura e responsável, é o meu braço direito (e esquerdo!) tantas vezes - para a História fica aquela vez em que se não fosse ela, nos tínhamos esquecido da mais nova em casa de uns amigos!
É assim uma espécie de mãe de nós todos, e tenho a certeza que vai ser a cola que une os irmãos - aquela pessoa que reune as que estão à sua volta.

Digo tudo isto sem ponta de orgulho, porque nada foi herdado nem de mim nem do pai.
Aliás, não fosse a sua farta cabeleira loura e um certo mau feitio (e ferver em pouca água!) e podia jurar que a tinham trocado na maternidade.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Memória do passado - 5 de Abril 2011

 O meu post de há exactamente 10 anos atrás.

(que bom que é tê-lo escrito!)

Para memória futura - confinamento 2.0

 Porque um dia tudo isto estará para trás das costas, e falaremos de confinamentos e pandemias no pretérito imperfeito, e sem memória daquilo por que passamos:

Neste confinamento apercebi-me que a minha casa é pequena - e é. É pequena para 5 pessoas 24/7 ainda mais no inverno, andamos a tropeçar uns nos noutros, e o que me afeta mais, vá, é que eu não tenho um sítio calmo onde possa ir sem ninguém me chatear - no mínimo falta-me uma cadeira boa no cantinho do quarto, com um candeeiro para poder ler (nem pedia mais!). Vindo o bom tempo a casa cresce um bocadinho, temos varandas, e tirando um ou dois elementos de casa tudo se torna mais suportável. Mas aquela coisa de ter brinquedos em todo o lado e não ter para onde fugir (não gosto de estar em cima da cama), desta vez, foi uma das coisas que me custou.

Mesmo sem sair de casa, confinamento com chuva é 100 vezes pior... fica a casa escura, temos de acender luzes, há um desconforto no ar (e roupa a secar nos aquecedores). Não é fixe.

Fiz pão, foi o confinamento do pão - com e sem glúten, chegaram a sair mais de uma fornada por semana. Apanhei-lhe o jeito, apanhei uma receita fácil, e fica tão bom.

Ter começado a dar apoio e explicações através do zoom foi uma lufada de ar fresco, e foi o que salvou a minha sanidade mental neste confinamento - o que acaba por ser quase um contrasenso, pois andava a fugir de ser professora dos meus filhos, para ser professora dos filhos dos outros, mas se pensarem bem toda a gente me compreende - não há pior alunos que os nossos filhos, não fazem nada do que mandamos e não nos acham graça nenhuma!

Houve semanas em que me senti mal e chateada com isto tudo, e achei que não aguentava mais - mais do que da outra vez - mas se pensar bem, foi menos intenso.

Vou vivendo mais ou menos bem com tudo fechado, menos as escolas. Espero que sejam sempre as últimas a fechar.
E que isso nunca volte a acontecer!