quarta-feira, 31 de março de 2021

Música do momento


Além de lindíssima tem este videoclip fantástico, filmado mesmo aqui ao pé, num túnel onde temos passado tantas vezes nos últimos tempos.

terça-feira, 30 de março de 2021

Ser maior e vacinado

Desde domingo que faço parte da percentagem de vacinados contra a Covid 19 deste país.

Desde o início que digo que não fazia questão nenhuma de ser vacinada, na medida em que tenho plena confiança no meu sistema imunitário para combater o vírus caso apanhasse.

Fomos avisados na escola de que havia a possibilidade de sermos chamados, já que estavam a chamar todo o pessoal docente e não docente, independentemente das horas que passam efetivamente na escola com os miúdos.
Nesse momento percebi que afinal queria muito ser vacinada, e fiquei mesmo a torcer para que me chamassem.
Não por mim, que eu sei que pessoalmente não preciso da vacina, mas pelo que isso significa - e significa o princípio do fim desta pandemia, o início de um regresso a uma normalidade que há muito não conhecemos.
Sei que há muita gente ainda por vacinar, sei que há muita gente com muito mais fragilidades que ainda não foi vacinada, mas a meu ver isto é maior do que eu.
É maior do que eu porque a partir de agora mando os meus filhos para a escola sabendo que a escola é um lugar mais seguro.
É maior do que eu porque mais do que a mim esta vacina protege aqueles que estão em contacto comigo - e não são só os meus filhos, são principamente os filhos dos outros com quem eu estou diariamente.
É maior do que eu porque a população ativa tem de estar vacinada o quanto antes, para que a economia volte a avançar.

Mal posso esperar para que estejamos todos vacinados e possamos respirar de alívio.

sexta-feira, 26 de março de 2021

Como sabes que tens filhos crescidos?

 Quando te começas a identificar com a mãe do Ferris Bueller.

(aquela cena em que ela sobe as escadas a ouvir a voz do diretor da escola a dizer "nine times" - ai ai, o que me espera, senhores...)

A velha lei de Murphy

 No dia em que tens mais atividades digitais e mais coisas para preparar em menos tempo, é o dia em que o computador decide pifar.

Menos mal que a Deusa do Jogo de Cintura não me abandonou - mas estive ali vários minutos a hiperventilar e a achar mesmo que não ia conseguir fazer tudo.
(e recordo que sou freelancer - se não trabalho, não me pagam e na volta para a próxima vão bater a outra porta...)
Anos de vida perdidos, mas 3 horas depois o marido lá o conseguiu por a funcionar, com a ajuda preciosa do Dr. Youtube.
E eu que achava que uma manhã ia ser apertado para preparar tudo, tive de o fazer em 40 minutos.
(e correu bem!)

terça-feira, 23 de março de 2021

Ginasticar em casa


Não é efeito da pandemia, ginastico diariamente em casa com diferentes vídeos desde 2015 - antes disso já o tinha feito desde os tempos do VHS (com a Cindy Crawford, já agora).
Há 6 anos descobri o programa T25 do Shaun T (de quem sou absolutamente fã), e já completei o programa em diferentes ocasiões, intercalando com outros vídeos do Youtube, nomeadamente do canal Popsugar Fitness.
No fim do ano passado, e completamente por acaso, descobri este programa da Heather Robertson, e estando prestes a terminar mais uma rodada de T25 resolvi experimentar.
Já completei as 12 semanas, gostei muito e vejo resultados (poderia ver mais se tivesse sido mais regrada na alimentação, mas é assim a vida, aceitemo-lo).
Ela só fala no início, depois faz os exercícios apenas com música. Cada dia é um treino diferente, e as 12 semanas estão repartidas em 3 fases de intensidade. As primeiras 4 semanas são bastante suaves, depois intensifica. É muito variado, porque apesar de haver exercícios que se repetem, os treinos são todos diferentes, e vai sempre variando a forma como se organizam. São 5 treinos por semana, entre 25 e 45 minutos.
O material necessário são pesos, colchão e uma bola de pilates (não essencial, mas ajuda bastante).
Não aconselho a quem nunca tenha feito nada em casa, pois ela não corrige as posições (nem abre a boca durante o treino!) por isso é importante saber o que estamos a fazer - apesar de ter vídeos à parte a explicar as posições correctas.
Já terminei as 12 semanas e agora comecei o "calendário de Março" - todos os meses envia (gratuitamente) um calendário PDF com os treinos correspondentes - alguns são os mesmos do programa das 12 semanas, outros não, e todas as semanas há pelo menos um vídeo novo.

Se estavam à espera de um sinal para se começarem a mexer, é este!

quinta-feira, 18 de março de 2021

Lado B de ser freelancer

 A gestão do tempo.

Há uma tendência, ligada à lei de Murphy, para aparecer tudo ao mesmo tempo, ou - como está a acontecer agora - à mesma hora.
Tudo encavalitado nas mesmas horas, e depois uma carrada de horas para organizar tudo o resto sem horário definido.

Que a Deusa da Organização (laboral, doméstica e o que mais houver) esteja sempre comigo.

terça-feira, 16 de março de 2021

Dias felizes

Os dias de regresso às aulas serão sempre, para mim, dias felizes.
Pode ter mil defeitos, e haveria tantas e tantas coisas a melhorar em todas as escolas, mas não há nada que a substitua.
Espero do fundo do meu coração que tenha sido a última vez na vida destes meninos de pré e 1º ciclo que tiveram escola em casa.

Que a escola em casa seja para sempre uma opção (para quem a tomar), e nunca mais uma imposição (seja lá por que razão...).


sexta-feira, 12 de março de 2021

Boas notícias

 Cá em casa a reabertura das creches e 1º ciclo foi festejada como se de um golo da seleção se tratasse (como vi num vídeo que circulou no whatsapp).

Ainda me resta um pré-adolescente do 6º ano que está mesmo muito a precisar de voltar à normalidade, mas já não falta tudo.

Também eu vou regressar à escola, e lá terei de encaixar os meus meninos do apoio pedagógico ao fim do dia - e ainda me sobram as manhãs para quando os museus abrirem (assim haja quem os visite!).

Um ano depois do primeiro dia de confinamento, tudo isto são óptimas notícias.
(Já falta muito pouco para uma ganda jantarada de amigos, um mega piquenique em família e uma noitada das antigas - bora lá, malta!)

Livro 8/35 2021


A Ilha, de Sandor Marai

Descobri este autor no ano passado, e gostei bastante. Herdei este do meu pai, e peguei nele achando que com tão poucas páginas o leria num fim de semana.
Foi uma desilusão.
O livro é desconcertante, requer algum esforço da nossa parte, e vai alternando ritmos diferentes, ora lemos de enfiada ou anda ali a enrolar e enrolar sem avançar (e às tantas não há muita pachorra).
Tenho a certeza que depende bastante do leitor e da altura em que o lemos, temos ali muita leitura mais profunda do que possa parecer à primeira vista - e há um lado bastante "dark" que é muito interessante - no entanto, não foi a altura perfeita para o ler...

Dei 3 estrelas, mas não recomendo a toda a gente.

quarta-feira, 10 de março de 2021

Para memória futura - organização doméstica em confinamento 2.0

 Tem funcionado relativamente bem, apesar de muitas vezes me apetecer mandar tudo às malvas. Tudo normal.
Não sou, de todo, um exemplo de coisa nenhuma, mas serve para o caso de alguém andar a precisar de ideias.
Disclaimer: sou uma pessoa por natureza desarrumada e não sou uma grande planeadora, no entanto até eu consigo planificar alguma coisa e tirar daí benifícios - não custa nada tentar.

Coloco os dias da semana, mas cada um sabe de si e adapta ao seu calendário:
Sexta feira - supermercado
Domingo - fazer sopa 1
2ª feira - meal prep e batch cooking: cozinho dois pratos (geralmente um de peixe e um de carne, para 2 refeições cada um), um assado de forno (perna ou peito de perú por exemplo), legumes no forno também.
3ª feira - ferro
4ª feira - fazer sopa 2 e passar a ferro
5ª feira - dia de limpezas

As refeições tenho organizado da seguinte forma:
Fins de semana - duas refeições "boas" mas rápidas para os almoços: hamburguer ou bifes com arroz e feijão preto; bacalhau à brás, carbonara. Jantares são pizza, waffles, torradas, panquecas...
2ª feira: almoço prato 1.1; jantar restos do fim de semana
3ª feira: almoço prato 2.1; jantar assado no forno
4ª feira: almoço prato 1.2; jantar ovos
5ªa feira: almoço prato 2.2; jantar assado no forno
6ª feira: almoço assado no forno e/ou restos da semana; jantar já é de fim de semana :)

Como tal, acabo por cozinhar só um dia mas ainda assim faço acompanhamentos mais vezes e salada todos os dias.
Lavar roupa e estender depende da colaboração de S.Pedro, mas concentro o ferro em duas noites e não mais.

Estou orgulhosa deste plano, que de momento funciona bastante bem.
Fica aqui para memória futura, pois que estou muito farta de tudo isto, mas é para me lembrar que há estratégias que nos ajudam a sobreviver.

terça-feira, 9 de março de 2021

Da vidinha

 Assim vamos, passando o dia a dia sem nada a declarar - o que nos dias que correm é, como sabem, um excelente sinal.

Andamos assim em piloto automático, e vamos alternando os estados de alerta com altos e baixos.
Nuns momentos é:
Ai que ainda vamos ter saudades disto!
Tão bom poder acompanhar todos!
Almoçar juntos aos dias de semana, que privilégio!
Que bom que é viver perto do mar!

Passado pouco tempo é:
Raios parta os putos que não os aguento!
Que raio de ideia vir viver para esta casa tão pequena!
Raio de ideia ter tirado a porta da sala!
Estou farta disto!
Não aguento mais cozinhar, cozinhar, cozinhar!
Nem varrer e aspirar e estender e apanhar!

E assim vamos.
Depois de meses a esperar um regresso ao normal, começo a aceitar que o normal de antes não vai voltar - e não vai mais que não seja porque todos já passamos por isto, e vamos para sempre ter medo que se repita.
Começo a aceitar também que há colegas com os quais provavelmente não me volto a cruzar - as pessoas tiveram de seguir os seus caminhos, encontrar outros trabalhos, e nem eu sei se volto aos mesmos sítios de antes, sei que alguns com certeza não voltarão.
O pai cá de casa anda a ressacar com a falta de um café "de rua" - o café da esquina andou a vender cafés no postigo uns dias, mas recebeu uma denúncia.
Aguardo com expectativa o regresso às aulas, mas confesso que este ano letivo em que apenas 1 dos 3 é fica efetivamente todo o dia na escola, também não me agrada de sobremaneira, mas enfim...

Acho que estamos todos já um bocado a mandar cabeçadas nas paredes, e às vezes só me recordo daquela célebre frase "Ai aguenta, aguenta!" - quando achamos que estamos a atingir o limite, e afinal ainda aguentamos mais um dia igual, e mais um, e mais um.
E o que é pior... já nem achamos estranho.

Nem achamos estranho coisas que ouvimos e dizemos:
"Meninos, se virem um carro da polícia a chegar, escondam-se debaixo dos escorregas!"
"Meninos, vamos já sair do carro aqui que não há polícias!"
"Mãe, corre, vem ali um carro da polícia!" (mais nova, 4 anos)
"Tu vais para a escola, dentro da escola??" (idem)

Depois disto tentei explicar que os polícias são bons, mas não sei bem se fui a tempo.
Ai liberdade, liberdade....

Vamos lá caros leitores.
Já não há-de faltar tudo, caramba...

quinta-feira, 4 de março de 2021

CV

 Desde 2014 que tenho de atualizar o meu CV de poucos em poucos meses.
Sim, o meu CV é uma manta de retalhos de experiências diferentes, sim parece que tenho mil caminhos e não sigo de facto nenhum até ao fim, mas caramba, não deixo de sentir um forte orgulho em ter coisas novas para acrescentar com frequência.
A última vez que o atualizei tinha sido em Agosto (depois de uma formação), e hoje já o atualizei novamente (com a minha nova colaboração).
E para mim é um motivo de orgulho enviar um CV com uma atualização feita em Fevereiro de 2021.

(CV esse que eu envio furiosamente, e ao qual recebo assim 1% de resposta, mas este post não é sobre isso).

Autonomia também é...

 ... levantar-se a meio da noite para levar a irmã mais nova a fazer xixi.

(minha rica filha!)

quarta-feira, 3 de março de 2021

Livro 7/35 2021

 

Domingos de Agosto, de Patrick Modiano

Foi-me oferecido pelo meu pai há anos, diria eu que talvez em 2014 que foi quando o escritor foi Prémio Nobel. Não tinha nenhuma referência, e peguei nele agora devido ao número reduzido de páginas, dando para ler num fim de semana (o objetivo era ter lido ainda em Fevereiro). Não consegui cumprir porque o livro não me cativou...
Isto dos livros também tem muito a ver com a comparação com o que lemos antes, e o registo aqui não tem nada a ver - é um livro que exige (um bocadinho, não muito) mais do leitor.
Isto porque está escrito de forma misteriosa, de modo que lemos muita coisa sem perceber nada - quem são as personagens, quando é que isto aconteceu, o que se terá passado para que chegassem aqui - é assim um livro meio manta de retalhos.
Mas não foi por isso que não adorei, foi mesmo porque apesar de tudo isso, as personagens não têm muita profundidade e há coisas que ficam assim no ar, meio sem explicação (mesmo quando no fim o mistério é desvendado).
Não li com muito prazer, não estava em pulgas para saber o que se passou (apesar de ser claro que alguma coisa tinha acontecido que ainda não tinha sido revelado) e foi daqueles que facilmente teria abandonado se tivesse mais páginas.
Dei 3 estrelas (porque não é um mau livro), mas não recomendo muito.

Autonomia é...

... ir sozinho à mercearia da esquina comprar fruta e trazer dois cachos de bananas, um mais maduro (para comer agora) e outro mais verde (para comer depois) - sem eu lhe ter dito nada a respeito.

Não havemos de estar a fazer tudo mal. 

terça-feira, 2 de março de 2021

Saúde mental

Este vídeo é uma chamada de atenção para quem tem filhos, principalmente adolescentes.
Se por um lado é um óptimo sinal os miúdos estarem fartos de estar em casa - sinal que têm uma vida social saudável fora de portas - por outro temos de estar muito atentos.
Com a depressão não se brinca.

segunda-feira, 1 de março de 2021

Livro 6/35 2021

 

O Bisavô, de Maria João Lopo de Carvalho

Antes da crítica, algum contexto em relação a este livro. A autora é prima (afastada) do meu pai, e chegou a almoçar com ele para que pudessem colmatar alguns pormenores e fotografias onde os ramos da família se cruzam. Ele já não viveu para ver o livro lançado, ela muito faz-lhe um agradecimento muito simpático nas últimas páginas.
O meu exemplar autografado foi-me oferecido pela minha tia e madrinha, no entanto as quase 800 páginas não me entusiasmaram por aí além. Isso e uma certa ideia pré-concebida de que a autora era assim bastante "light", sendo que nunca tinha lido nada dela - ideia feita com base na imagem que tenho das fotografias da contracapa, e das poucas vezes que me terei cruzado com ela ao vivo em que não trocámos mais de três palavras - puro preconceito, sem pés nem cabeça (temos de estar atentos a estes vícios que persistem). Em suma, um dia iria ler o livro com toda a certeza, mas a vontade era pouca.

Foi preciso ouvir três opiniões favoráveis para me lançar a lê-lo. Isso e o confinamento, que um livro deste tamanho é melhor ler em casa mesmo.
Em boa hora o fiz. Foi uma agradável surpresa.
Capítulos curtos (o que para mim é essencial) e uma investigação minuciosa por trás de cada pormenor retratado (são páginas e páginas de notas de roda-pé), levam-nos numa viagem pela burguesia portuguesa desde finais do séc. XIX e inícios do XX, partindo da biografia do seu bisavô.
Sem tabus nem juizos de valor lá surgem as aventuras e desventuras, as viagens, as relações com os primos, o papel da mulher (das várias mulheres percorrendo toda a sociedade), as negociatas com os produtos vindos das colónias, a política, os locais, as diferenças entre cidade e campo, a medicina, os hábitos desta sociedade. Saber que os episódios caricatos aconteceram de facto dá uma piada especial ao livro.

Gostei muito, e penso que iria gostar mesmo que não estivesse lá uma parte da minha árvore genealógica - e que bom que foi entende-la por fim!

Dei 4 estrelas, e recomendo.