quarta-feira, 31 de julho de 2019

Parabéns, mãe!

Uma coisa em que sou mesmo parecida com a minha mãe, e nunca tinha reparado: a relação com o dia dos anos.
Não adorando fazer anos, é para ser um dia especial e não ser tratado como outro dia qualquer - é para ir passear, almoçar fora, comer o que apetece num sitio bonito, com os mais chegados.
Grandes festas e jantaradas, e uma multidão a cantar os parabéns é muito giro, mas para os outros.

Parabéns querida mãe!
31 do 7 é sempre dia de festa (à nossa maneira).

terça-feira, 30 de julho de 2019

Livro 24/40

Resultado de imagem para a obra prima desaparecida


Uma pintura de Caravaggio que se sabe que existe mas de que se perdeu o paradeiro.
Com base num caso verídico, deambulamos num mundo que não deixa de ser o meu: historiadores, investigadores, bibliotecas e arquivos, documentos poeirentos em caves bafientas, picardias entre departamentos da mesma universidade, colóquios, conversas e artigos escritos em revistas da especialidade, restauros bem e mal sucedidos, pistas que não deram em nada e ainda mistérios por resolver. Pelo meio vamos reconstruindo a vida intensa e errática deste pintor tão genial.
Completamente a minha praia, dei 4 estrelas (só porque apenas dou 5 àqueles livros que não consigo parar de ler). Não faço ideia se tem assim tanto interesse a quem não seja de História da Arte.

Tive na minha vida oportunidade de ver duas grandes exposições de Caravaggio, que me marcaram profundamente.
Uma foi em Madrid em 1999, na minha primeira viagem com colegas de faculdade (e professores), em que aprendemos mais do que em meses de aulas. Era uma exposição retrospectiva, com as suas obras mais conhecidas (muitas delas recordei no livro), que muito me maravilhou. O meu orçamento não me permitiu comprar o catálogo na altura, com muita pena minha.
A outra foi em 2006 em Amsterdam, para celebrar os 400 anos do nascimento do Rembrandt fizeram a exposição Rembrandt Caravaggio, em que iam contrapondo quadros com o mesmo tema ora de um ora de outro artista. Vi esta exposição apenas uma vez (apesar de lá ter estado à espera de amigos outras vezes), mas lá está, estava ainda desempregada na altura, não tinha orçamento para ir as vezes que queria (a entrada era 25€ ) nem para comprar o catálogo. Mas fiquei maravilhada com a exposição, adorei tudo. Lembro-me que tinha um ambiente muito escuro e sombrio, só com os quadros iluminados. Também me lembro de sentir inveja de ver guias a fazer visitas a grupos (na altura tinha deixado de fazer visitas num museu importante para ir para a Holanda). Sou muito mais Rembrandt do que Caravaggio, mas são ambos mestres que muito admiro, e vê-los assim juntos foi muito emocionante.
Este livro fez-me voltar atrás, a esses momentos únicos em que estive em contacto directo com as obras de arte. Não há nada que o substitua. Mesmo.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Sobrevivemos às férias

E sem percalços de maior, o que por si só é logo meio caminho andado.
No único fim de semana que tínhamos ido passar com amigos tivemos um mega susto a meio da viagem (que resultou em mais uma operação do meu pai, e and a outra que ainda falta fazer).
Portanto a meu ver ir de férias 4 dias e regressar sem episódios já é um sucesso.
A experiência de acampar a 5 correu muito bem. Temos algumas arestas a limar, mas no geral o saldo é positivo.
No fim não estava mortinha por voltar para casa, como achei que estivesse.
Fomos ao slide and splash (e eu diverti-me tanto quanto eles), fomos à praia, apanhamos chuva, jogamos as cartas e ao uno, fizemos desenhos. Confirmamos que a mais nova é provavelmente o bebé menos aquático do mundo, e que os mais velhos precisam de ajuda para se entenderem melhor (estavam num ponto em que não partilhavam nada e não faziam nada juntos). É uma coisa em que estamos a trabalhar.
Também confirmamos que estes dias só os 5 são essenciais para nós enquanto família.
Em Agosto há mais.

Agora, para mim, é tempo de me dedicar a eles e ao meu pai que neste momento precisa tanto como eles.
Que seja um verão suave e tranquilo para todos.

Feedback de cenas que experimentei:

1) desodorizante de pedra de alumen
Correu tudo muito bem até ao início de Maio. Um dia numa festa de anos dei por mim e não podia levantar os braços (sensação embaraçosamente familiar, infelizmente, mas há anos que não passava por isso). Decidi por em pausa e retomar o Keops, até ao próximo Outono.

2) copo menstrual
Recomendado por uma amiga que ficou a maior fã, vendeu a coisa como sendo a oitava maravilha, usa de dia e de noite sem gastar mais um tostão em pensos e tampões. A expectativa era alta. E quanto mais alto se sobe, maior é a desilusão. Não achei nada uma cena fantástica. É fácil de pôr mas não tão fácil de tirar, já tive acidentes e não me sinto muito confiante a usar fora de casa. Talvez de futuro me habitue mas por agora o feedback é só médio.

terça-feira, 23 de julho de 2019

Fim de semana au chateau

Assim começam as nossas (muito merecidas) férias: literalmente à grande e à francesa, num encontro familiar/casamento de três dias num castelo em Bordéus.
Foi tudo tão bom que parece um sonho. O sítio maravilhoso, as pessoas, o tempo fantástico que apanhámos, foi tudo perfeito (e tão divertido!).

As férias continuam agora, atipicamente, com uma primeira experiência de acampar a 5.
Vamos ver como corre.

Este ano aliás, todas as férias têm sido atípicas. Desde a época (nunca tiramos férias em Julho, mas sim em Junho e Agosto), à ausência de planos (tanto para esta semana como para as férias grandes em Agosto estamos sem nada marcado), à não ida ao Algarve (que a confirmar será a primeira vez em muitos anos).

Já tenho a app do Blogger instalada, pode ser que apareça alguma coisa por aqui...
Se não, até ao meu regresso!

Livro 23/40

O Estrangulador de Cater Street de Anne Perry

Assegura o entretenimento, mas não é grande coisa.
Falha enquanto livro policial, até porque eu desconfiei logo do assassino (só as razões me escaparam), mas é um bom livro de costumes - é um bom retrato da sociedade inglesa do século XIX: a moda, as rotinas, o papel da mulher, os diferentes estratos sociais.
Fica a faltar o suspense de um bom policial, mas lê-se bem.

terça-feira, 16 de julho de 2019

O ano lectivo 18/19 revisto

Para que a memória não falhe.
O mais velho no 4o ano, a do meio no 2o e a mais nova nos avós.
As actividades extra curriculares (Futsal e patinagem) aconteceram aos mesmos dias (a patinagem foi escolhida em função do horário do Futsal, sejamos sinceros) e quase à mesma hora - com a ajuda imprescindível dos avós. Ajudou bastante. Tambem ajudou o facto de serem à 3a e 5a, deixando a 2a feira livre.
Eles deixaram de levar almoço, o que parecendo que não é uma ajuda enorme. Fazer marmita e termos envolve tempo e principalmente energia mental. Nunca pensei que fizesse tanta diferença.
Começamos o ano logo com o Henrique de braço partido a complicar a rotina, pelo que quando ele ficou bom as coisas melhoraram bastante.
Começamos muito disciplinados, mas rapidamente os fins de semana se descontrolaram com programas que não interessam a ninguém... Os torneios e campeonato de Futsal tiram muito tempo, mas cozinhar para a semana, fazer compras e tratar da roupa também. Mais um leva e traz de festa de anos e puf, é domingo à noite sem nos apercebermos. Juro que tentamos sempre fazer qualquer coisa que nos desse prazer, mas nem sempre foi possível (e é uma pena).
O ano também começou com uma grande disciplina matinal, mas foram muitos os dias em que chegamos atrasados à escola, coisa que detesto. Sou uma falsa pontual, admito, que só sou rigorosa nas horas de trabalho (socialmente sou das que se atrasam sempre). Atribuo isso a anos e anos a chegar atrasada ao colégio (sem que isso fosse um problema para o meu pai, que era quem nos levava). Aqueles 10 a 15 minutos da praxe, a que todos nós habituámos, levaram anos a sair-me de debaixo da pele mas lá acabei por ficar a detestar atrasar-se para as minhas obrigações, levar miúdos à escola incluido. Para o ano os horários serão diferentes, vamos ver como corre.
Passamos algumas responsabilidades da casa para eles, por exemplo tirar a máquina da loiça, que é coisa que muito nos ajuda. Foi um drama, e ainda é, raio dos putos não são nada amigos das tarefas domésticas. Têm bem a quem sair, infelizmente.
Apesar das listas e horários afixados muitas vezes saímos de casa com coisas por fazer, e sim, aconteceu ir levar material ao mais velho a meio do dia.
A escola mudou as actividades AEC promovendo o brincar livre e atividades menos estruturadas, o que foi uma mais valia para eles.
Em relação ao estudo acabei por ter de os ajudar muitas vezes, mas até agora ainda não fiz aquilo que disse que "nunca" faria - alterar a minha vida por causa do estudo. Até agora não foi preciso, eles são bons alunos, ricos meninos, mesmo sem estudar têm óptimas notas. Vamos ver o que nos traz o 5o ano do mais velho.
Foi um ano lectivo pautado por vários internamentos do meu pai, com o devido reflexo da minha ausência na rotina deles, mas a vida é assim mesmo, e com ajuda tudo se consegue.
No geral, temos muitas arestas a limar, mas desconfio que se o próximo ano lectivo for igual a este, vai ser óptimo de certeza.

Praticar o viver devagar

Estou muito contente com a minha decisão de ser (mais) minimalista.
Tenho pouca roupa (eu), os miúdos têm a suficiente (não muito porque não chegou para duas semanas de férias sem lavar, mas pronto), os brinquedos foram reduzidos.
Com muitas saudades do verão que pareceu não ter fim, e seguindo a linha que tenho tentado seguir nos últimos tempos (reduzir, simplificar, desacelerar) resolvi este ano não marcar trabalho no mês de Agosto.
Em vez das habituais duas semanas, vou estar 4 ou 5 (com apenas duas ou três manhãs ocupadas) totalmente disponível para eles. Para acordar devagar, para não fazer nada, para irmos à praia ou não, para andar de bicicleta e patins pelo bairro, para fazer pinturas, e slime, e colagens e tudo mias que eles queiram (com travão nos ecrãs, que é o que eles mais querem!).
Não há planos (aliás, este ano quase não há planos para férias nenhumas!), o plano é ter aquilo que não tenho durante o ano e que nenhum dinheiro pode comprar: tempo.
Ao não trabalhar não recebo, mas considero um investimento.
Vai haver verões em que eles não vão parar em casa, e nesses logo trabalho.
Tentar proporcionar um bocadinho dos verões da minha primeira infância - infinitos, preguiçosos, sem horários nem esquemas demasiado rígidos.

O dia em que todos envelhecemos

Ontem pelo meio da tarde começam a surgir fotografias no whastapp da família, com a minha irmã e sobrinhos com uns valentes anos em cima. Rapidamente a outra irmã faz o mesmo, e ficamos parvos com a qualidade das imagens, o realismo, e as parecenças com diferentes pessoas da família, a nossa mãe, a avó paterna, uma tia avó.
Noutro grupo uma amiga manda foto do seu marido nas mesmas figuras, e pronto, percebi que devia ser viral nas redes sociais.
Quanto o Tê chegou a casa claro que experimentou ele, a do meio, até a mais nova foi envelhecida numa foto amorosa a comer um gelado.
Não achei graça nenhuma a nada daquilo.
A ver as minhas irmãs com mais idade do que alguma vez a minha mãe teve, os sobrinhos sem cara de miúdos, detestei ver as minhas filhas com a cara que provavelmente nunca verei.
Disse logo que não queria fazer a mim mesma. E não queria mesmo.
Claro que não passou muito até tanto uma irmã como uma amiga pegarem em fotos minhas e adicionarem os anos, rugas, cabelos brancos e tudo o que o raio da app faz (brilhantemente, por sinal).
Vi, ri e apaguei as imagens.

Sempre achei que estava a lidar bem com o envelhecimento, com as marcas do tempo no meu corpo e no meu rosto. Digo  e afirmo que não queria que o tempo voltasse atrás, que olho para as fotografias antigas e acho que estou muito melhor agora.
Freud haverá de explicar, mas tudo aquilo me fez confusão: as rugas vincadas, as peles caídas, o olhar tristonho, até os dentes escurecidos. Éramos velhos sem alma naquelas fotografias.
No fundo, o síndrome de Peter Pan, que deu nome a este blog, ainda não desapareceu.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Friends

Resultado de imagem para friends


Não vi a série na altura devida porque a Sic resolveu transmitir os Friends dobrados em português. Sim, dobrados, com vozes por cima, sem legendas.
Ainda me lembro do episódio que vi, na altura, e não consegui mesmo.
Rapidamente a Sic resolveu o erro e começou a usar legendas, mas eu já tinha perdido o fio à meada, e nos 20 anos seguintes vi apenas um ou outro episódio.
Agora que voltou a dar no Fox Comedy resolvi ver pela primeira vez, e gostei imenso.
Está com piada, bem pensada e escrita, e gostei especialmente de ver a evolução das personagens e do mundo à sua volta (o aparecimento da internet, dos beeps, do telemóvel).
E surpreendeu-me a quantidade de piadas que são recuperadas depois noutras séries, principalmente no How I met your mother, mas também Modern family (ideias que aparecem alinhavadas no Friends e que se vê que foram recuperadas/adaptadas/roubadas por outras séries).
E no fim só penso que ainda bem que tive a oportunidade, quando andava pela casa dos 20, de viver com amigos. É uma experiência única, de que guardo tantas boas recordações.
Só não foi em Nova Iorque (e que pena que eu tenho!), mas foi em Santiago e em Amsterdam.
Nada mau.

Livro 22/40

 Imagem relacionada


Primeiro livro deste autor, de quem tenho pelo menos um ou dois livros na lista "To read" do Goodreads.
Não adorei.
Está bem escrito, tem uma parte com muita, muita piada, toda a ideia é original, e acaba também de forma original.
No entanto, parece que o autor quis fazer um tratado de filosofia, tecer considerações sobre o sentido da vida através das suas personagens, pelo que o livro é todo ele à base disso mesmo: considerações e opiniões sobre isto e aquilo, e muitas páginas (muitas delas interessantes, atenção) mas em que nada acontece. Não é um livro que tenhamos aquela urgência de continuar a ler.
Ainda assim, é giro qb (e não muito grande), pelo que recomendo.
Dei 3 estrelas.

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Depois da tempestade...

...a bonança.
E depois de outra tempestade, outra bonança, certo?
Pode vir , por cá estamos a precisar.

Ter um pai doente é difícil.
Ter um pai que vive sozinho e é super independente doente, quando temos filhos pequenos e estamos com muito trabalho, é muito difícil mesmo.
Haja energia, porque sabemos que vai passar.
Ficamos é sempre na dúvida se desta é que é, ou se ainda vai haver uma próxima.

(só para terem uma ideia, desde Novembro de 2017 esteve internado 7 vezes. Falta pelo menos mais uma operação, daqui a um mês. Esperemos que seja desta que a coisa endireita de vez. Foram mais de 70 anos sem apanhar uma gripe sequer, mas agora vem tudo ao mesmo tempo!)

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Portátil

Ai que não consigo viver sem!
E este está que definha a olhos vistos. Esta coisa do telemóvel não me convence.
E o blog é que se ressente.
Mas eu estou cá!
Não desesperem e continuem a passar e vez em quando,que eu venho quando posso, quando o portátil carregou, quando o portátil liga não se desliga a seguir, quando aceita a internet e enquanto a bateria dura.

Livro 21/40

Resultado de imagem para 1808


Foi uma amiga brasileira que me emprestou.
Foi escrito já há algum tempo (é de 2007), mas penso que continua bastante actual - tirando o primeiro parágrafo em que descreve o Museu do Rio de Janeiro, situado no antigo palácio usado por D.João VI, que ardeu no ano passado.
É um livro essencial. É um livro de História, mas escrito de forma leve e acessível, com capítulos pequenos e temáticos. Ajuda imenso a compreender a História do Brasil, e o porquê das coisas serem como são - a pobreza, a criminalidade, a violência nas ruas, o sentido de humor, a boa disposição, estava tudo lá já em 1808.
No entanto ficamos com um certo amargo na boca: os portugueses não saem bem nesta fotografia. Nem poderiam.
Recomendadíssimo.