quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Sobre a gravidade da situação

 Haverá, como em tudo, uns mais atingidos que outros por toda esta pandemia.

Em Março, ainda longe de imaginar o que aí vinha, pensámos que este vírus até era democrático, que atingia pobres e ricos sem fazer distinção. Rapidamente percebemos que a democracia pouco ou nada tem a ver com a crise que se instalou.

Haverá, como em tudo, áreas mais atingidas que outras, mas deixem que vos conte sobre a área da cultura e o turismo, que são as que conheço melhor.
É grave, aquilo que se está a passar.
Estamos há meses sem trabalho. Estamos há meses a inventar trabalho, só para não estar parados, sendo que a maioria das vezes nem compensa.
Já há muita gente que teve de regressar a casa dos pais (e com mais de 40 anos). Há já quem não tenha dinheiro para comer. Há (muitos) casos de ansiedade, e a saúde mental está mesmo a ser gravemente afetada.

A grande maioria já passou por outras crises económicas - passamos todos.
Mas nunca se viu nada assim.

Quantos anos até podermos voltar a respirar?

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Percebes que algo mudou... (versão 2020)

 ... quando antes de sair de casa mudas de colar, porque não vai combinar com a máscara que vais usar hoje.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Livro 24/53


 

A Rota da Porcelana, de Edmund Waal

Desde que soube da existência deste livro que o queria ler, porque li outro do mesmo autor que adorei (mesmo!), mas tinha vindo a adiar por não haver na biblioteca e não ter quem me empreste.
Comprei-o na feira do livro deste ano, com direito a desconto simpático.

O autor é ceramista, e o livro é assim uma espécie de prova do seu amor pela porcelana. Faz uma viagem a sítios importantes na história da porcelana - China, Alemanha e Inglaterra - e vai desenrolando episódios importantes sobre este material que teve uma importância brutal na História mundial. Despertou paixões, desenvolveu indústrias, estableceu relações entre povos.

É um assunto que me interessa, e muito, no entanto até para mim achei que por vezes o tema era maçudo e pouco apelativo - demorei muito mais do que pensei que fosse acontecer. Também a parte mais interessante, a meu ver, são os primeiros capítulos (passados na China), por isso passada essa parte não voltei a sentir tanto entusiasmo.

Dei 3 estrelas e assim de repente só me ocorre que o recomendaria a uma pessoa, que é também a única que já o leu.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Isolamento quase feito, o que mudou?

 A sensação de inantingibilidade.

Até há bem pouco tempo não conhecia ninguém que tivesse estado infetado, e de repente os casos multiplicam-se à nossa volta.

O virus continua tão abstrato quanto antes - e ainda bem, é sinal que aqueles a quem afectou à minha volta não sofreram muito com isso - mas de repente já sei que não é impossível de apanhar, e que anda (mesmo!) por perto. Muito perto mesmo.

Não vou deixar de fazer o que fazia, mas o cuidado vai ser redobrado.

domingo, 25 de outubro de 2020

Os melhores desenhos animados

Teen Titans Go (os meus favoritos) e Gumball.

Daqueles que vale a pena ver com eles, que nos rimos a sério, nem sempre na mesma altura que eles.
Muito bons. 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O que faz feliz uma criança?

 No âmbito de um curso online sobre gestão de emoções que estou a fazer, e estando a ler um artigo sobre o que faz as crianças felizes, resolvi pedir aos mais velhos que me fizessem uma lista de coisas que os faz feliz.

E surpreendentemente, ou não, os meus ricos filhos responderam exactamente aquilo que o estudo refere: nada de coisas materiais.

Família nuclear ou alargada, amigos, comida, brincadeiras, desporto e música.

Não havemos de estar a fazer tudo mal, pois não?

Escola em casa - a diferença de Abril para Outubro

 Se tudo correr como o previsto, ao contrário de Abril esta escola em casa será de pouca dura. Daqui a 5 dias estaremos de volta à vida normal.

E isso, parecendo que não, faz toda a diferença (na minha cabeça, claro!). Mas a sério, muda tudo.

Não ando atrás deles obcecada em manter as rotinas - não as havemos de perder só nestes dias - se não lhes apetece fazer as coisas que os professores mandam, ora lá terão de se haver com eles na próxima semana.

Se estiverem a brincar, e principalmente a entreter a mais nova, eu cá não me meto.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Escola em casa - em Outubro, como em Abril...

 ... não é (mesmo, de todo!) a minha (nossa) praia.

Seria de esperar que com a experiência a coisa fosse mudando, mas no que toca aos meus filhos e às matérias escolares, só me dá vontade de lhes bater.

Zero paciência.

Apenas de referir a rapidez e eficácia com que os profs responderam ao isolamento e enviaram trabalhos para casa, mostrando que têm mesmo tudo preparado para esta circunstância.

Mas para mim, quem lhes tira a escola - com distanciamento, máscaras, álcool-gel e o diabo-a-sete - tira-lhes tudo. 

Aliás, tira-me tudo a mim.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

No isolamento, como na gravidez...

 1) toda a gente manda os seus bitaites de como devemos encarar a coisa - usar talheres únicos, ficar fechado numa só divisão, passar álcool em todas as superfícies - mas eu cá só faço o que a senhora do Saúde 24 me disse para fazer.

2) toda a gente tem histórias terríveis que faz questão de partilhar: pessoas saudáveis que estiveram às portas da morte, crianças que não sobreviveram, malta que ficou meses a fio a testar positivo uma e outra vez. Tal como na gravidez, escolho só ouvir as histórias boas.


No isolamento, como na gravidez, toda a gente tem uma opinião...

11 anos

 Desde este post, desde esta viragem na nossa vida que foi o nascimento do nosso primeiro filho.

11 anos caramba, que passaram nem sei bem como.

Está um fixe, um miúdo porreiro, inteligente, tão crescido e tão criança ainda, também.
Super independente, mas ainda me pede para o ir tapar à noite.
Passa férias com os amigos ou tios e nem sequer nos telefona, mas pede para vir para o meu colo todas as noites depois do jantar.

Está a ganhar asas, e eu vou absorvendo todos estes momentos com a certeza de que quando ele puder vai voar alto e para longe e a nós só nos restará ficar a torcer para que corra tudo bem.

Parabéns a ti, meu querido! E a nós também!

Isolamento profilático

 Ah, como me esqueci deste termo no post anterior....

É no que estamos, neste momento.
Estivemos na passada 4ª feira com uma pessoa que testou positivo, e pois que desde ontem estamos de volta ao isolamento. Eu e os miúdos, que o pai cá de casa não esteve presente.

E mesmo sabendo que é quase inevitável, que vai acontecer a todos mais cedo ou mais tarde, raios pá, custa-me mesmo.
Em primeiro não poder ir dar as minhas aulas, de que tanto estou a gostar - e tenho medo que nesta situação para lá de precária se calhar substituem-me e fica feito. Enfim.
Depois, é isto de estar 24h sobre 24h com os putos enfiados em casa outra e outra vez.... e desta vez nem o passeio higiénico podemos dar. Ainda agora começou e eu já estou fartinha...
E pensar que estive mesmo para ir ao evento em questão sem miúdos, o que fazia com que agora estivesse "sugadita" em isolamento sozinha, fechadinha no quarto, a ler e a dormir.... oh vida!

Tal como disse há uns meses, a quarentena coloca-nos um espelho à frente, e assim é... São estes os teus filhos, agora lida com eles.

Até à exaustão.........

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Calamidade...

 ... contingência, emergência, alerta.

Confinamento, desconfinamento, quarentena, isolamento, distanciamento social, distanciamento físico.

Zaragatoa, álcool-gel, máscaras sociais, máscaras cirúrgicas, viseiras, equipamento de proteção, teste serológico.


Mais alguém farto disto tudo? Caraças, pá.

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Livro 23/53



Terra Americana, de Jeanine Cummins
Presente de anos da irmã, e o prazer que me deu ler um livro novo em folha. 

É brutal, e como diz a Tella no Goodreads: obrigatório.

Uma história que conhecemos, de que ouvimos falar nas notícias, que está na ordem do dia, que é a migração dos sul americanos para os Estados Unidos.
A noção de que a única solução é partir, uma questão de sobrevivência - sendo que a a própria sobrevivência não está garantida.
Um livro que não conseguimos parar de ler, que lemos sem respirar. Estamos sempre num sufoco, e o pior é saber que é mesmo assim - sendo ficção, quase tudo o que ali está se baseia em factos reais.

E uma vez mais, e sempre, a questão do privilégio, não só onde nascemos, mas também do sexo - a distância que separa um migrante homem de uma mulher é abissal.

E a certeza de que são eles, mas podíamos ser nós.

Dei 5 estrelas, recomendo muito, empresto a quem quiser, mas este é daqueles que vou mesmo guardar.