terça-feira, 30 de julho de 2019

Livro 24/40

Resultado de imagem para a obra prima desaparecida


Uma pintura de Caravaggio que se sabe que existe mas de que se perdeu o paradeiro.
Com base num caso verídico, deambulamos num mundo que não deixa de ser o meu: historiadores, investigadores, bibliotecas e arquivos, documentos poeirentos em caves bafientas, picardias entre departamentos da mesma universidade, colóquios, conversas e artigos escritos em revistas da especialidade, restauros bem e mal sucedidos, pistas que não deram em nada e ainda mistérios por resolver. Pelo meio vamos reconstruindo a vida intensa e errática deste pintor tão genial.
Completamente a minha praia, dei 4 estrelas (só porque apenas dou 5 àqueles livros que não consigo parar de ler). Não faço ideia se tem assim tanto interesse a quem não seja de História da Arte.

Tive na minha vida oportunidade de ver duas grandes exposições de Caravaggio, que me marcaram profundamente.
Uma foi em Madrid em 1999, na minha primeira viagem com colegas de faculdade (e professores), em que aprendemos mais do que em meses de aulas. Era uma exposição retrospectiva, com as suas obras mais conhecidas (muitas delas recordei no livro), que muito me maravilhou. O meu orçamento não me permitiu comprar o catálogo na altura, com muita pena minha.
A outra foi em 2006 em Amsterdam, para celebrar os 400 anos do nascimento do Rembrandt fizeram a exposição Rembrandt Caravaggio, em que iam contrapondo quadros com o mesmo tema ora de um ora de outro artista. Vi esta exposição apenas uma vez (apesar de lá ter estado à espera de amigos outras vezes), mas lá está, estava ainda desempregada na altura, não tinha orçamento para ir as vezes que queria (a entrada era 25€ ) nem para comprar o catálogo. Mas fiquei maravilhada com a exposição, adorei tudo. Lembro-me que tinha um ambiente muito escuro e sombrio, só com os quadros iluminados. Também me lembro de sentir inveja de ver guias a fazer visitas a grupos (na altura tinha deixado de fazer visitas num museu importante para ir para a Holanda). Sou muito mais Rembrandt do que Caravaggio, mas são ambos mestres que muito admiro, e vê-los assim juntos foi muito emocionante.
Este livro fez-me voltar atrás, a esses momentos únicos em que estive em contacto directo com as obras de arte. Não há nada que o substitua. Mesmo.

Sem comentários: