- soubemos que estava grávida no dia 10 de Agosto e fiz o teste porque, tal qual como da outra vez, tinha uma mamografia marcada (que a médica me tinha mandado fazer há décadas) e não quis fazê-la sem ter a certeza de não estar grávida. Como ia fazer a mamografia no hospital onde a mãe do Tê trabalhava, e tinha sido tudo marcado por ela, enviei-lhe uma sms depois de ver o resultado do teste, a avisar que não podia ir porque tinha surgido um imprevisto. Não estava a mentir. Esta gravidez foi mesmo, um imprevisto.
- demorámos uns dias/semanas a interiorizar a coisa. Não acreditámos logo que íamos ter outro bebé tão cedo, fizemos vários testes depois do primeiro porque não estávamos mesmo a acreditar
- achei sinceramente que desta vez não ia enjoar, mas não me safei. Começou por ser uma má disposição permanente, não especialmente de manhã. No final de Agosto fomos passar um fim-de-semana de sonho em Monchique, e eu só de me lembrar até me agonia. O hotel era perfeito, com uma piscina perfeita, com um pequeno-almoço perfeito e de chorar por mais, estava óptimo tempo, e a família esteve reunida como há muito não acontecia. Eu só me apetecia dormir, estive mal disposta como tudo, enjoei o cheiro dos quartos, dos produtos de beleza da casa-de-banho, da sala das crianças, de tudo. Só espero voltar lá este ano, para apreciar tudo verdadeiramente.
- enjoei o cheiro do detergente da roupa, do desodorizante do Tê, do cocó do baby, enjoei o programa do Dr. Oz (nem eu percebo!). Da outra vez não vomitei nunca, mas desta vez sim. Desta vez não enjoei o café, mas deixei de o beber puro, bebo-o só com leite
- tirei uma semana se férias em Setembro e as memórias que guardo são de um cansaço permanente, de me andar a arrastar por todo o lado, de subir os 3 andares com o baby ao colo, chegar a casa, depositá-lo no parque e deitar-me no sofá, completamente morta de cansaço!
- ainda no 1º trimestre houve um dia em que me ocorreu que já não me imaginava com apenas 1 filho, ou por outro lado, com a preocupação centrada apenas nele. Nesse dia percebi (ou tive um cheirinho) do que é ter 2 filhos
- senti o bebé mexer pela 1ª vez às 12 semanas - estava sentada, apoiada nos joelhos e senti como se fosse um peixinho no aquário. Depois disso senti-o várias vezes, coisa que me descansou imenso. O pai sentiu por volta das 20 semanas.
- no 2º trimestre o cansaço abrandou, e eu preparei-me para as dores nas costas, de que tinha sofrido imenso da outra vez. Preparei as 1000 almofadas para dormir, mas depois apercebi-me de que não precisava.
- as vezes que fui a eventos sociais sozinha com o baby foram bastante cansativas: ele não parava quieto, sempre a gatinhar por todo o lado, e eu a ter de correr atrás dele e baixar-me 1000 vezes para lhe pegar ao colo
- devido ao ponto anterior, apreciei profundamente quando o baby começou a andar. Marcou uma nova etapa nesta gravidez
- ainda assim, tendo em conta as circunstâncias, acho que o nível de cansaço foi equivalente à outra vez, apesar de ter um baby para cuidar
- sem dúvida, se tiver de optar, optarei SEMPRE por uma gravidez no Inverno
- tive os mesmos cuidados da outra vez: usei os collants de descanso, apliquei sempre o creme anti-estrias ( a diferença foi que da outra vez comprei vários cremes de várias marcas específicas para o efeito, e desta vez optei pelo simples óleo de amêndoas doces e creme Nívea da lata azul - so far, so good), nos dias de sol usei protector solar 50
- foi mais difícil resistir aos doces e comidas pesadas, talvez por ser Inverno, mas acho que no geral, tirando uma ou outra excepção, não relaxei totalmente (no que toca a carne mal passada, queijos moles, saladas fora de casa etc.)
- engordei exactamente o mesmo número de kilos
- durante uns tempos ela esteve numa posição que me comprimia o estômago, levando-me a vomitar com alguma frequência depois de comer
- o 2º trimestre foi marcado por uma (ou várias) constipações, e foi muito, muito irritante andar semanas com soro no nariz e lenços de papel, e pingos, e ida às urgências com uma pneumonia
- não acho que tenha passado muito rápido, se pensar nisso acho já estou grávida há uma eternidade
- acho que a barriga cresceu muito no início, mas a partir de certa altura ficou do mesmo tamanho que da outra gravidez. Ainda assim, muita gente deve pensar que estou enorme, pois fartei-me de ouvir bocas tipo "tens a certeza que não são dois bebés?" ou o clássico "está quase!" antes mesmo das 30 semanas.
- outra diferença: da outra vez incharam os pés, desta vez são as mãos. Ando há semanas com as mãos que nem consigo fechar, principalmente à noite
- semelhança: o comportamento do baby. Parece que estou grávida do mesmo bebé outra vez. Mexe-se mais à noite, em casa, em ambientes que conhece bem. Se estou no café, no supermercado, na rua, fica quieta e calada sem se mexer. As amigas mais pacientes só a conseguiram sentir já ela estava bastante grande, e tal com o da outra vez aconteceu-me estar na presença de outras grávidas com os seus bebés aos saltos na barriga, e toda a família em êxtase a sentir os pontapés (eu inclusivé!), e eu com o meu sorriso amarelo e com a barriga quieta como uma pedra. Da outra vez pensei que ia ter um bebé muito calminho, mas depois percebi que ele era apenas um cusco da pior espécie, super atento a tudo: qualquer diferença de ambiente e ele dava logo por isso. Ainda assim, em algumas situações ela mexe-se um pouco mais - por exemplo, quando conduzo - vamos ver que tal sai.
- já me tinham avisado da importância de tirar férias no final da gravidez, para preparar tudo com calma, e eu agora assino por baixo. Nesta fase o que importa é mesmo a gravidez, e devemos dedicar-lhe o maior tempo possível, sem perder tempo com clientes, relatórios, chefes e colegas de trabalho. Nunca se sabe se é a última vez...
- por estar de férias e a curtir o descanso, não estou com pressa que ela nasça, não me sinto tão podre como há umas semanas atrás.
- apesar de tudo estar a correr lindamente, e de achar muito giro ter dois filhos com pouca diferença, não aconselho duas gravidezes assim de seguida. Esperar mais uns meses seria indiferente para os filhos, e permitem à mãe recuperar melhor.
- não pretendo engravidar tão cedo, mas para mim é impensável que esta seja a minha última gravidez :)
terça-feira, 5 de abril de 2011
Desta gravidez
Porque a memória é traiçoeira, porque desta vez não tive agenda da grávida, porque está quase a acabar, porque sei que um dia vou gostar de ler este post:
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4 comentários:
Espectacular a tua descrição; gostei muito.
Onde é que anda o gestor temporário do blog para as devidas actualizações?!
Naish, o post que se segue não pode ser escrito por um "gestor temporário"...
O meu ponto preferido foi o último!!
Agora quero ver quem bate o recorde do meu filho, apenas 3 dias o + novo da familia... parece quase imbativel!!!
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