quinta-feira, 30 de março de 2017

Cápsula

Tive esta ideia na gravidez, mas faz sentido em qualquer altura da vida de qualquer mulher, mãe ou não.
Então era assim, durante a noite metiamo-nos numa cápsula (ou não, não pensei bem no formato) mas de manhã acordavamos e estávamos com a depilação feita, unhas pintadas, sobrancelhas arranjadas, cabelo penteado se fosse o caso, pele hidratada, massagens de emagrecimento ou anti celulite ocasionalmente. Tudo aquilo que precisamos e não temos tempo para fazer.
É de génio ou não é de génio?
Quem se chega à frente?

quarta-feira, 29 de março de 2017

Cenas que me acontecem (peças soltas)

No fim do dia perceber que aquela borrada que aconteceu há horas também sujou e bem a minha camisola.
Tudo pronto para sair e bumba, mancha de leite na (unica) camisa (lavada, passada, gira, que me serve) que tenho. O relógio não pára, é colocar uma echarpe a esconder e sair. (não vale a pena tentar secar com o secador porque o leite tem gordura e por isso a mancha não vai sair).
Bebé que chora no supermercado é altamente irritante e igualmente eficaz para que nos ofereçam prioridade.
O meu bebé fez ontem pela primeira vez sete horas de sono à noite. Pena que as primeiras três tenham sido no meu colo, depois de mamar, em que adormeci meia sentada, de pescoço torto (e o Tê nem se atreve a acordar-me sob nenhuma circunstância...). Resultado, foram sete horas que no fundo me souberam a quatro.
Fui ver fotos do meu mais velho em bebé para confirmar as parecenças com esta baby 3. Confirmei todas as parecenças, mas não reconheci a miúda gira, nova e fresca que aparece nas fotos com o bebé ao colo. Só passaram 8 anos, caramba! Foram intensos mas ainda assim... Estarei assim tão diferente (e mais velha) daqui a 8 anos?? Aguardemos...

sexta-feira, 24 de março de 2017

Amamentar é...

... entre outras coisas...
Sentir que não fazemos mais nada.
Nunca chegar a acabar o que estamos a fazer.
Estar sempre na dúvida se começamos ou não determinada tarefa, porque não sabemos se vamos concluir.
É organizar todo o nosso dia em função do horário do bebé - todo, desde idas à casa de banho, comida, duche, tudo.
É sentir constantemente um tic tac tic tac na cabeça - já está na hora?

quarta-feira, 22 de março de 2017

Ou aquele outro momento em que....

... Com o bebé no colo resolves descascar um ovo cozido e descobres que... afinal o ovo não estava cozido. Estava cru.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Aquele momento em que...

... Sentes algo estranho no soutien, vais ver e tens uma chucha metida entre as maminhas.

Uma espécie de bónus para o meu bebé.

(e há quanto tempo alo estava a chucha? Pois, sabe-se lá... O glamour da maternidade...)

sábado, 18 de março de 2017

Pergunta retórica

Quantas vezes por dia é que uma mãe de um bebé pequenino abre e fecha molas de pressão?

quarta-feira, 15 de março de 2017

Dilema

Não sei se prefiro que ela faça um intervalo de seis horas à noite (da meia noite às 6h da manha) e depois intervalos curtos durante a manhã e o resto do dia (duas horas ou menos), ou se prefiro que faça intervalos de três horas todo o dia e toda a noite também (acordando assim. às 3h da manhã).

Juro que não sei o que é pior ou melhor.
Enquanto isso, ela faz o que lhe apetece.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Sobre o Insta (e sobre as mães em geral)

Tenho seguido várias mães no Instagram que tiveram bebés na mesma semana ou mês que a minha.
(Sim, se fossem ao meu insta há um ano atrás veriam que só seguia malta do fitness e das comidas saudáveis - agora as comidas foram à vida porque enjoei na gravidez, os do fitness foram reduzidos ao meu querido Shaun e pouco mais, e há toda uma panóplia de mamãs e marcas de roupinha fofinha que nunca compro, mas gosto de ver, pronto).
Não têm noção da quantidade de gente, portuguesas e estrangeiras, com problemas na amamentação. Era um assunto tão tabu há um tempo atrás, que parecia a coisa mais fácil do mundo (e nós a embater com a realidade e a ter de lidar com a frustração) e de repente parece que começamos a falar mais abertamente, a dizer que dói, que é difícil, tantas vezes a insistir e outras tantas a desistir. Mantendo a perspectiva e o foco na realidade, sem filtros.
Outro assunto que vi no outro dia numa mãe holandesa foi a depressão pós-parto - outro assunto tabu (de que felizmente não tenho conhecimento) mas que é tão importante debater, explicar, desmistificar.
Ontem foi o dia da mulher, e por isto e muito mais, só posso mesmo dizer: somos as maiores!
As que são mães e enfrentam isto tudo, as que não são e enfrentam a sociedade e fazer perguntas, as que não querem ser e são olhadas de lado por toda a gente!
Os homens não passam por nada disto!

Ser mulher é difícil!
Respect!

terça-feira, 7 de março de 2017

Lei de Murphy dos bebés pequeninos

Fralda nova = cocó
30 segundos sem babete = bolsado
Roupa lavada = um ou outro ou xixi por fora
Mãe com roupa de sair = todos os anteriores

Sempre uma adrenalina.

Coisas boas de ter uma família grande

Ter sempre alguém com quem falar por mensagem quando estou a dar de mamar durante a noite. Quer seja a prima querida que tem um bebé 20 dias mais velho que a minha, quer seja uma irmã que aguarda pelos filhos adolescentes que chegam a casa de madrugada, às vezes até as duas ao mesmo tempo.
E as noites não são tão solitárias assim.

quinta-feira, 2 de março de 2017

O post da praxe II - a amamentação

Haverá pessoas que passam ao lado disto tudo, mas quer o destino que esta história da amamentação seja para mim todo um filme de aventuras.
Um pequeno resumo da minha experiência enquanto mamífera:
Filho 1) nunca aprendeu a mamar desde o princípio, tive sempre muita dificuldade porque ele não pegava bem, e acabei por desistir ao fim de 4 meses de sofrimento.
Filha 2) nunca tive problemas, subida de leite super tranquila, mamou sempre bem e assim foi em exclusivo até aos 6 meses e depois até aos 11 meses.

Ora, a filha 3 não apresentou problemas em mamar, logo desde a sala de partos, pelo que eu deduzi que não iria ter problemas, certo?
Errado.
De facto ela tinha, e tem, um excelente instinto, e sabe mamar como deve ser, mas nem sempre o que parece é...
Começamos com a subida de leite que eu pensava que seria fácil, como foi da irmã. Não foi.
Depois de uma noite a mamar bastante bem, passou um dia inteiro sem mamar. E eu a desesperar.
Depois começou a ser difícil começar a pegar. Ficávamos às vezes 20, 30 minutos ou 1 hora até ela pegar e começar a mamar. Já chorava ela e chorava eu de desespero de não conseguir fazer mais nada.
Na primeira consulta percebemos que não estava a aumentar como deve ser e saí de lá com ordem para lhe dar de 2 em 2 horas. Dia e noite. Mais o tempo que ficava até pegar, como devem calcular não fazia mais nada.
Nova pesagem e mantém o pouco aumento, e começamos a falar na hipótese de um suplemento. Nada contra, mas com tanta dificuldade e numa menina que se percebe que até tem capacidade de mamar bem (só precisava de alguns ajustes) parecia-me um desperdício estar a da um biberon por dia que se calhar ia contribuir para que ela nunca voltasse a mamar como deve ser. Vim embora com ordem para manter o ritmo e descansar (eu).
Um dia depois da sesta acordo com febre e uma maminha completamente cheia, vermelha e em brasa... Diagnóstico: mastite. Horrível. E ainda não sei o que a causou (e vivo com medo que um dia regresse...)
Finalmente quando ela começa a aumentar de peso, percebemos que é à minha custa, e que o aumento dela me estava a sair do pêlo (literalmente).
E assim fui a uma consulta com uma especialista em amamentação, e foi o melhor que fiz.
Analisou a boca dela (porque há bebés que não conseguem abrir bem a boca ou tem freio na língua que os impede de pegar como deve ser), analisou a pega, e ensinou-me alguns truques para que as coisas corram melhor.
Finalmente, ao que parece, estamos agora a entrar nos eixos, ao fim de 1 mês e meio (quase) de muito sofrimento, muito cansaço, muita dúvida, muita decisão, muito medo de não tomar a decisão correcta.
Nos últimos dias já melhorei bastante, e ela também parece estar bem, a fazer intervalos maiores e a dormir um pouco mais de noite (o que me sabe que nem ginjas...). Ainda é cedo para dizer que o pior já passou, mas quero acreditar que sim.

Com isto tudo foi um primeiro mês muito desafiante, que infelizmente não deixa saudades. Apesar de saber que são fases e que tudo se resolve, a verdade é que só queria que o tempo passasse para poder começar de facto a desfrutar do meu bebé, sem esta sombra da dor e do medo associados à amamentação.
Fui apanhada na curva, não pensei passar por isto ao terceiro, ainda mais porque aparentemente tudo tinha começado tão bem...
Mas cada um traz uma lição, e não há idade nem experiência que nos poupe a ela...

A todas as mães que estão nesta fase: coragem!
Somos as maiores em conseguir de facto amamentar as nossas crias. Sabemos que compensa, mas lá que nos custa, custa!
Respect, por todas nós.

quarta-feira, 1 de março de 2017

O post da praxe I - o parto

Verdade seja dita que já estava mais do que fartinha de estar grávida. Já aqui o disse que não é de todo o meu estado preferido, acho-lhe mesmo pouca graça, apesar das coisas boas que também sei reconhecer.
Andava tão pesada e cansada que nem conseguia ir caminhar no paredão, coisa que adoro e que sei que faz mesmo bem.
Nessa semana consegui, e apesar do frio glaciar fui tanto na 4ª como na 5ª feira.
Portanto o dia começou com um passeio no paredão, seguido de uma ida ao supermercado. Vim para casa, almocei, e tomei a decisão (de que tanto me arrependi) de não dormir sesta - para não perder o sono à noite. Decisão parva. Mesmo.
Por volta das 16h e pouco fui à cozinha começar a fazer o jantar e senti uma pequena perda de água. Mesmo pequena, pelo que achei sinceramente que estava ligeiramente incontinente - coisa aliás mais do que normal como sabeis.
Liguei ao Tê e disse-lhe para vir, porque achei melhor ir ao hospital, só por descargo de consciência. Das outras vezes fui seguida no particular, e fui ter com a minha médica à MAC várias vezes a partir das 36 semanas para fazer ctg e avaliações. Ora, como desta vez fui seguida no centro de saúde, não tinha ainda feito nenhum tipo de avaliação, e achei melhor ir, só para ficar a saber se a coisa estava a evoluir ou não.
Chegados ao Hospital de Cascais, com toda a calma e tranquilidade porque afinal não tinha perdido mais nada desde então, ainda tive um filme na triagem. Pois que a senhora à minha frente se recusou a responder às perguntas do enfermeiro, e o comportamento foi de tal maneira que ele teve de chamar a polícia. Pois que a senhora insistiu que não ia embora com o polícia, e fiquei eu de pé e ela sentada no meu lugar a fazer basicamente uma birra. Acabou por sair levada pela polícia, quase algemada à séria! O enfermeiro que me fez a triagem só tremia com a situação, menos mal que naquela altura eu achava mesmo que não estava em trabalho de parto, se não não sei como iria reagir...
Fui para cima com pulseira amarela- pouco urgente - e no ctg nada se passava. Tudo tranquilo e sem contracções.
Fui então ser avaliada pela obstetra de serviço - muito querida, por sinal - e só então ela confirmou que tinha tido uma ruptura da bolsa - uma ruptura alta, daí ter sido tão pouca água.
Fui depois preencher burocracias, com toda a calma porque o parto teria de ser induzido.
Desci depois para o bloco de partos, que parece quase uma sala de baile, enorme, com todas as condições, e mandaram-me tomar um duche (cada sala tem um WC) - achei o maior luxo, e a verdade é que é muito relaxante o que acaba por ajudar o parto  evoluir.
As horas seguintes foram de "espera", com algumas contrações e a dilatação a avançar devagarinho.
Lá levei a epidural e fiquei tão KO que fui dormitando ao longo de uma hora, meio cá meio lá.
De repente e sem nada o prever a situação evoluiu rapidamente e chegou a hora de começar a fazer força. Tive muita sorte com a enfermeira-parteira que me calhou, a pessoa mais calma à face da terra, que fez do momento do parto uma experiência super tranquila e zen.
Por um lado acabou por demorar mais do que eu pensava - porque dos outros só fiz força umas vezes e eles sairam rapidamente. Esta saiu com toda a calma e serenidade, bem devagarinho (tanto que às tantas já estava a desesperar e a achar que não ia conseguir fazer mais força), mas sempre guiada pela voz calma da enfermeira, lá consegui mandar a miúda cá para fora - e fui eu que a fui buscar, eram 00h47. Não houve stress, não houve gritos, não houve confusão, não houve ninguém a carregar em cima da minha barriga. Estava a minha tia pediatra, o Tê, e duas enfermeiras, e tudo decorreu na maior paz.
Uma vez cá fora (pela primeira vez chorei mal a tive nos braços) ficou ainda bastante tempo com o cordão por cortar. Uma vez cortado foram três horas de pele com pele, só quando eu quis (e porque já eram 3h da manhã) é que nos levaram para cima. Ninguém a tirou de ao pé de mim, ninguém a vestiu, ninguém lhe fez qualquer tipo de exame. Ficamos as duas coladinhas, a aprender a mamar, a desfrutar da companhia uma da outra sem pressa, porque não havia nada no mundo mais importante do que isso. Foi mesmo muito especial.
Foi um momento completamente diferente das anteriores experiências, e tive muita sorte não só com a equipa que me calhou mas também por ser de noite, que fez com que não houvesse pressa para nada.
Fiquei a maior fã do Hospital de Cascais, não só pelas pessoas (que é o mais importante) mas também pelas condições fantásticas de ser um hospital novo, com todas as comodidades. Cinco estrelas.
Dizem que todos os partos são diferentes, e parece que é verdade, e sendo todos especiais e fantásticos (porque correram bem), este talvez tenha sido aquele em que consegui desfrutar mais.
Nem sempre o parto mais rápido é o melhor, às vezes fazer as coisas com calma também compensa.
Acho que fechei com chave de ouro este capítulo da minha vida.