terça-feira, 22 de setembro de 2020

Livro 22/53


Comer, Crescer, Treinar - de Maria Roriz e Pedro Carvalho

Todos nós temos ideias feitas de como educar os filhos dos outros - aliás, não há nada mais fácil do que educar os filhos dos outros! Basta olhar e pensamos logo em mil e uma maneiras de resolver os "problemas" dos miúdos alheios.

Sempre me fez confusão ver miúdos gordinhos a comer porcarias. Pensava que os miúdos não tinham culpa nenhuma, mas com certeza aqueles pais só tinham porcarias em casa, refrigerantes, bolachas e cereais, e não tinham cuidado nenhum.

Sem me alongar, nem entrar em pormenores (aprendi isto com este livro), posso assegurar-vos que nem sempre os miúdos gordinhos são os que comem porcarias, e que em casas onde não entram sequer iogurtes de sabores (por causa do açúcar), nem chocolate para por no leite, nem doces de qualquer tipo, também pode haver crianças com excesso de peso. E quando vemos um miúdo gordinho a comer um gelado, se calhar (só se calhar) é porque é de facto impossível dizer que não a tudo, e é preciso tratar muito bem e com muita delicadez este assunto, pois os distúrbios alimentares na infância e adolescência são frequentes, e muitas vezes mais graves do que uns kilos a mais.

E com isto, resolvi comprar este livro, pois toda a ajuda é bem vinda. A maioria dos conselhos não se adequam - os alimentos proibidos de ter em casa já cá não estão - e há até algumas coisas com as quais eu não concordo nada - a apologia dos iogurtes magros de sabores, que estão carregados de adoçantes (apesar de entender que um miúdo que esteja habituado aos iogurtes cheios de açúcar não consiga passar directamente para os naturais, mas pronto). No entanto, ajudou-me em algumas estratégias de como lidar com a situação, e mais importante, a não perder o foco e a perceber o perigo real de ter peso a mais na infância, e as consequências que podem daí advir no presente e no futuro.

Com toda a dificuldade que haja (e eu sei que há!) a obesidade infantil é uma doença, e tem de ser tratada quanto antes. E aquelas desculpas de "tem uma estrutura larga", "tem ossos pesados", "está só mais forte", "é um doce mas foi feito em casa", "antes um pão de leite do que um bolicao" são isso mesmo: desculpas!

Não tapar o sol com a peneira, e enfrentar o problema de frente, é a solução.

(e todos sabemos que há problemas muito mais graves na infância...)

Dei 3 estrelas, e recomendo a quem esteja a passar por uma situação semelhante.

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