domingo, 28 de abril de 2024

E assim de repente

 Sou a mãe de meia idade às compras com dois adolescentes.
Ela a ver tops curtinhos e calças de ganga largas, ele a ver calções rasgados e t-shirts fixes, e eu a dar uma vista de olhos a uma camisa de linho (de velha, claro!).

Chegados a casa, e sou a mãe de uma menina que já lê tudo sozinha, e já não quer aquele último reduto da primeira infância que é a leitura de uma história todas as noites (agora quer ler sozinha, e em voz baixa!).

Onde é que foi o tempo, mesmo?

Foi bonita a festa, pá

 25 de abril e fomos, pela 1ª vez, descer a avenida, em família.

Nunca o tínhamos feito, acho uma pena, mas sinceramente nunca senti que fosse tão importante ir como este ano. Nunca senti a nossa democracia tão em risco como agora.~

E foi bonito.
Gente de todas as idades, cores, formas e feitios, com e sem cartazes, com e sem filiação partidária, mas de cravo na mão ou no cabelo.

O 25 de abril é mesmo de todos.

Sempre.

domingo, 21 de abril de 2024

A meio da idade

​Volta não volta surge a oportunidade de ir a uma esplanada na praia com música ao vivo. 

Dependendo da banda, o público vai mudando, com mais ou menos idade.

Ontem ao fim do dia fomos ver uma banda tributo aos U2, e claro, a maioria era malta da nossa idade  e um pouco mais velhos - quarentas e muitos, cinquentas.

Foi bonito.

Foi bonito ver tanta gente da mesma faixa etária. Olhar em volta e reconhecer os mesmos sinais: cabelos brancos, rugas no pescoço, olhar semi cerrado a afastar o telemóvel… e uma energia do caraças, as letras todas de cor, tudo aos saltos no meio da “pista”.

E eu, que neste momento tenho muito contacto com gente mais nova - vintes e muitos, trintas, e a diferença que se nota! - fiquei nostálgica mas ao mesmo tempo agradecida e orgulhosa da minha geração.

Já não somos miúdos, que não somos, mas caramba, ainda não crescemos tudo! Aos vintes é fácil ter amigos, sair e divertir. Aos quarentas e muitos, não, mas ali estávamos nós. Em cada ruga há uma história, já passamos por muito: há divórcios, há pais doentes ou que ja morreram, sonhos que não se concretizaram, filhos que não se teve (e não se vai ter), filhos crescidos que já não nos ligam nenhuma, carreiras profissionais promissoras que não saíram do sonho, desilusões várias, que isto de viver é difícil!

Ainda assim, aqui estamos para as curvas, com muito mais repertório que a miudagem que nos olhava meio de lado, encostados ao balcão.

Soubessem eles o que os espera…

sábado, 13 de abril de 2024

6 meses de contrato

​… e apenas 5 pela frente.

A sensação que tenho é que podia mesmo ficar…

Infelizmente, essa não é uma possibilidade.

Começa a ser altura de começar a pensar no que vou fazer a seguir…

terça-feira, 9 de abril de 2024

Dores de crescimento

​No seguimento do post anterior temos assistido a várias transformações no nosso mais velho.

O menino que este blog viu nascer, coisa boa da sua mãe, está hoje em pleno na adolescência, a questionar tudo e a descobrir quem é, e a lidar com uma mudança de auto imagem.

Vamos ver como lida com esta pressão. 

Sobre isto do futebol nas camadas jovens

​Ui, tanto que se lhe diga…Mas não vos vou maçar com muito.

Mundo competitivo este, hã?

Miúdos arruaceiros, treinadores enervados e pais que só mesmo ao estalo - e sim, tudo isto na nossa equipa, nem estou a falar dos adversários.

Ao domingo de manhã, ao que parece, é para soltar a azia da semana…

Ai vida.

domingo, 7 de abril de 2024

Das saudades

​Essas malditas que se manifestam, às vezes, de forma tão surpreendente.

De um dia para o outro senti a falta de ler jornais em papel. Desde sempre que em casa dos meus pais havia todos os jornais possíveis. Semanários e diários, ao meu pai não escapava nenhum, a que se juntavam as revistas da atualidade (Visão e Sábado!), pelo que os lanches de fim de semana incluíam sempre uma vista de olhos pelos jornais e revistas, e também suplementos culturais.

Leio o jornal (um só) todos os dias - no telemóvel, praticamente só as letras gordas. São notícias principalmente, é uma outra coluna de opinião.

Comecei a sentir a falta do papel, das entrevistas com artistas, das reportagens, coisas para ler com um café na esplanada, ou pelo menos no sofá depois de jantar.

E com isso senti uma enorme falta do meu pai.

Aquela presença constante, sentado depois do almoço de fim de semana, a fumar e a por a leitura em dia.

 Que saudades, caramba…. De tudo, incluindo esta presença constante de papel.

Tenho comprado um jornal por semana, atenuar a falta.

E não é que quase sinto o cheiro a fumo de cachimbo?

E de repente…

​… uma vontade súbita de escrever, e eu sem perceber porquê!

Foram precisos dois dias para se fazer luz!

O momento de escrever posts no computador quando me sentava ao computador acabou, porque agora estou horas fio sentada ao computador.

Aplicação descarregada e partir de hoje modernizo-me e passo a escrever a partir do telemóvel. Não sei bem se posso falar em modernizar quando se trata de um blog, mas isso é matéria para outro post…

A blogosfera pode respirar outra vez.

A Mary voltou.