Gaivotas, elétricos e cavalos.
Do meu gabinete de trabalho, quase consigo imaginar os sons que se ouviam daqui, no séc XIX.
Gaivotas, elétricos e cavalos.
Do meu gabinete de trabalho, quase consigo imaginar os sons que se ouviam daqui, no séc XIX.
Primeiras férias deste novo trabalho, e já algumas resoluções para a rentree: conseguir organizar melhor o meu trabalho, definir bem as minhas prioridades, conseguir fazer o que é da minha responsabilidade mesmo com mil interrupções, sair a horas.
E a lista vai continuar com certeza.
Consigo ver claramente a linha de crescimento, ao longo de junho e julho. A minha, em primeiro lugar, a dele também.
Comecei o verão cheia de insegurança, de medo, sem conseguir dormir. Ele começou as férias sem dizer onde ia, nem com quem, sem responder a mensagens horas a fio.
Mudamos um bocadinho, todos. Nós, pais, deixamos de exigir a partilha de localização, a troco de resposta às mensagens e respeito pela hora de chegar. E com isso, começamos a conseguir dormir.
Para a história deste verão ficam as minhas reuniões com o tlm ligado pois não sabia se tinha chegado bem, as trocas de mensagens com mães que nunca vi, os amigos que ficam para jantar (mesmo naqueles dias em que nao íamos fazer jantar!), e ficam a dormir depois da noitada (e eu só dou com eles de manhã).
Tem sido um longo caminho, nestas últimas 5 semanas.
Se pusermos de parte as parvoíces, os olhos a revirar, as saídas da cama para os ir buscar a meio da noite, as idas a atrações de feira popular radicais e duvidosas sem autorização, as notas baixinhas, as tarefas domésticas não concluídas, as panquecas feitas à vinda da noite com amigos que resultam em frigideiras pretas e lava loiça cheio quando acordo de manhã, as chamadas e mensagens que nunca têm resposta e mais uma série de coisas, até é fixe ter filhos adolescentes.
Não estou a ser irónica. Não troco isto por fraldas, babetes e chuchas.
Mesmo.
Os 47 foram, para memória futura, festejados como deve ser.
Houve praia com maré vazia, houve almoço nos pregos, houve arraial com a família quase toda, e alguns dos amigos de sempre. Acabou com comboios, e uma roda de abraços ao som do Oh Mila, que certamente arrasou com a reputação de pessoa séria que eu tinha na vizinhança.
Tenho 47, mas, mais que nunca, também tenho 17.
Digo-vos que, um dia, deixarei de ter borbulhas.
Não chegou ainda esse dia.
Já lá vão mais de 30 anos desde a adolescência, e ainda ando nisto.
Depois do terramoto, do furacão, e do apagão, pois que temos esta viragem, ainda mais, à direita.
Está bonito,este 2025.
... em que entras no comboio e há gente de pé, mas há um lugar livre.
Ficas a pensar, porque é que ninguém se senta aqui? Levantou-se uma pessoa nojenta? Entornaram alguma coisa?
Arrisco sentar-me?
Decisões, decisões...
... se não fizeres uma asneira inteiramente nova, que nem o teu pai nem a tua mãe fizeram?
E perguntam vocês o que é pior nos adolescentes?
É o serem apanhados, meus amigos.
Eu tenho consciência de que fui uma adolescente difícil, mas pelo menos nunca era apanhada a fazer coisa nenhuma.
O meu mais velho, pelo contrário, acaba sempre por ser apanhado (e não, não é preciso procurar muito!). Quase tenho vontade de ir à maternidade devolvê-lo.
Ainda é só o primeiro, ainda faltam as outras duas...
Desejem-nos sorte.
Até há seis meses atrás:
Foi hoje o meu último dia "à experiência" no trabalho.
2a feira sou, oficialmente, uma pessoa com contrato efetivo.
Aos 46 tenho um emprego fixo, pela primeira vez.
Em 2025 já contamos com, entre outras coisas:
Um terramoto
Uma tempestade chamada Martinho
Um apagão
Que bela ideia para uma série de posts, não vos parece?
Começo eu.
Estamos 4 pessoas em standby sem saber se vamos a um almoço de Páscoa no sábado perto de Coimbra, e outro almoço de Páscoa no domingo em Moimenta da Beira - sendo que um fica a caminho do outro, e implicam portanto passar uma noite fora - porque o mais velho tem um torneio de futebol.
Só saberemos amanhã, depois do jogo eliminatório ao fim do dia.
Já houve pais mais rijos que nós.
... venho muitas vezes, mentalmente, aqui ao blog.
Estou numa fase de menos partilhas nas redes, pode ser que o apelo pela escrita regresse.
Tem sido um ano muito avassalador, sem muitas mãos a medir.
A viagem a Amsterdam foi assim, a coisa mais especial de sempre. Sei que os miúdos gostaram, foi muito equilibrada na gestão entre museus e diversão, revi a minha querida amiga italiana, e mesmo ao fim de 10 anos sem lá ir, sentimos sempre que regressamos a casa. E ir com os 3 à porta da nossa antiga casa, passear pelos canais em bicicleta, poder partilhar com eles toda uma vida que tivemos quando eles ainda não existiam, foi muito espetacular. Adorei.
Depois foi regressar ao trabalho, com muita muita coisa para fazer, para planear, para programar. Muitos sábados a trabalhar, também, e pouco tempo para tudo o resto.
Um esforço em jantar com amigos, uma ida ao teatro, alguns reencontros com antigos colegas, que são sempre momentos emotivos, de certa forma.
Ah! e a melhor filha de todas, a que quase me deixou louca na infância mas que é o maior doce, fez 14 anos, e eu não podia estar mais orgulhosa na pessoa em que se está a tornar.
A adolescência do mais velho tem muito que se lhe diga, mas ouvindo o meu próprio conselho de quando eles tinham fraldas, e babetes, e rodinhas na bicicleta - são tudo fases, e esta também irá passar.
Entre negativas escondidas, saídas à noite, e advertências da diretora de turma, vamos tentando não perder o norte, nem o pé, nem o vínculo - difícil, às vezes, mas não impossível.
Com isto, ficam com um belo resumo do que tenho feito, e do que tem sido o meu 2025, longe daqui.
...uma hora por inteiro.
Mês mais estranho este, hã?
Entre outras coisas, janeiro de 2025 fica marcado por:
Esta que vos escreve, regressa a casa.
Depois de amanhã, partimos os 5 para Amsterdam (só por 3 dias!).
... e onde é que falhei também?
Aqui no meu rico blog, que ao fim de quase 18 anos de existência, começa a dar sinais de fraqueza...
Não sei se o venho ressuscitar, se o deixo ir, mas de vez em quando, ao que parece, continua a fazer sentido passar por aqui.
Feliz ano novo, a todos os que ainda leem blogues! Bem hajam e aguentai firmes, que isto há de passar!