Para começar há que referir mais uma vez a enorme falta de vontade que eu tinha em fazer esta viagem - basta ler uns quantos posts atrás.
Se em Julho a vontade era pouca, agora era mesmo nenhuma, e posso dizer que fui mas muito contrariada.
É sempre muito estranho ter de voltar.
A sensação é a de que nunca saí de lá, que a vida que tenho aqui não existe, que esta casa não existe, que estes meses não passaram e que eu estou lá a viver os dias que se seguiram ao dia 31 de Março quando regressámos.
Regressar a uma casa que já não é nossa nunca é fácil. É sempre estranho confundir as nossas memórias. Cada rua, cada canto, cada esquina guarda uma história, um momento.
Durante o fim-de-semana no entanto percebi que não posso continuar a pensar assim.
Não posso ficar agarrada às recordações, por aquela cidade por muito que me doa, já não é minha.
Cada vez mais vou tendo recordações também destes dias em que vou de visita, por isso comecei a construir uma nova relação com a minha Amsterdam.
Uma relação de quem vai de visita e em trabalho, uma relação de quem vai ao encontro dos amigos, de quem já não tem nem casa nem bicicleta, de quem conhece bem a cidade mas já não está a par das novidades.
Claro que não é fácil pensar assim, mas também sei que estas semanas (em Julho e agora) que lá passo são mais preenchidas que muitas das semanas que lá vivi em dois anos. Quase posso dizer que vejo mais os meus amigos, tomo mais vezes café com eles, desde que cá estou do que quando lá vivi.
E foram essas pequenas novas tradições que vou criando quando lá vou que me fizeram mudar de perspectiva.
Porque não vale a pena ficar agarrada ao passado, e porque estas viagens, pelo menos por enquanto, vão continuar a acontecer.
Não digo que da próxima vez me apeteça lá voltar, mas pelo menos espero que já não custe tanto.
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