Uma das coisas estranhas quando nos tornamos um casal é o Natal. Por muito que se queira, pelo menos nestes primeiros anos de Natais conjuntos (este foi apenas o terceiro) é sempre estranho porque o que é Natal para um não é Natal para o outro.
Não sei se foi porque no ano passado passei o Natal com a família do Tê pela primeira vez, mas a verdade é que este ano o Natal soube-me mais a Natal (apesar das novidades).
Para mim o Natal é isto. É uma mesa cheia de gente que mal cabemos ao jantar, é a minha família nuclear e a da minha madrinha, são estes objectos especiais, é toda a gente vestida a rigor porque é Natal, é depois uma ceia tardia com chocolate quente e croissants (da Garrett), é uma distribuição de presentes no meio da maior confusão, numa casa cheia com quase 50 pessoas. Este ano até houve uma árvore de Natal gigante (foi preciso escadote para a decorar) e uma música especial acompanhada à viola.
Para o Tê o Natal é a aldeia, o granito, o cheiro das lareiras na rua, o frio. É a casa da avó, são as filhós, rabanadas, leite creme, arroz doce, bacalhau assado e cozido numa mesa também apertada para caberem todos. Quem distribui os presentes é o elemento mais novo da família, e no final todos jogam às cartas.
Sei que daqui a uns tempos nos vamos apropriar do Natal um do outro, mas por enquanto parece que vivemos os Natais em diferido. Não sei se todos os casais passam pelo mesmo, mas para nós este assunto é importante.
No entanto tudo isto acontece porque tanto um como o outro sempre tivemos direito a Natais cheios de significado - e isso é o que verdadeiramente importa.
O resto vai-se resolver com o tempo.
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