E como uma primeira impressão pode estar errada, errada, errada.
Já tinha reparado numa senhora do meu ginásio, que parecia a típica ginástico-dependente.
Cinquentona enxuta, com tudo no lugar e cheia de energia, a fazer os exercícios muito melhor que eu (seguramente) e que o resto da sala.
Parecia a típica dondoca, sem mais nada que fazer se não estar ali a pôr-se bonita.
Ontem, à porta do ginásio à espera que a aula anterior termine, a professora faz conversa de circunstância e pergunta-lhe se está melhor das costas.
Que sim, que estava, que pelo menos já não tinha dores e coiso e tal.
Ah, disse a professora, mas agora tem de ter cuidado e não pode fazer esforços.
Ao que ela respondeu "sabe, é que eu tenho uma filha de 20 anos que é deficiente motora, pelo qual não fazer esforço não é de todo uma opção".
E de repente, a minha vidinha, os meus queixumezinhos, todo o meu cansaço, ficaram pequeninos, pequeninos.
E as pessoas do ginásio, desde a velhota esforçada à adolescente boazona, de repente, ficaram diferentes aos meus olhos.
O mais importante é, muitas vezes, o que nos passa ao lado.
Sem comentários:
Enviar um comentário