Talvez tenha sido a primeira vez que chorei a morte de uma pessoa que não conheci.
Hoje o que não faltou foram homenagens em sua memória e partilhas de histórias pessoais em relação à sua música.
Lembro-me do David Bowie desde sempre, de me sentir fascinada pela sua capacidade de ser completamente normal e completamente excêntrico, alternadamente. Mas para mim David Bowie marca a nossa vida na Holanda, em que o ouvimos vezes sem conta. Marca a casa nova de Rotterdam, especialmente. As minhas viagens de comboio para o trabalho. As visitas dos amigos por altura do fim do ano.
Uma vez - e penso que não é a primeira vez que falo nisto - fomos verificar que celebridades tinham a mesma idade que os nossos pais, e o David Bowie nasceu no mesmo ano que a minha mãe (e nesse ano celebraram ambos 60 anos, nem sonhávamos que nenhum dos dois chegaria aos 70). A minha mãe também era fã de alguns dos seus álbuns e ficou sempre essa ligação.
Na altura vivíamos com um grande amigo nosso, ele sim o maior fã de David Bowie que nos deu a conhecer uma parte da sua obra. Entretanto por circunstâncias da vida este amigo tomou um caminho diferente, e ultimamente não temos tanto contacto, mas foi para ele que mandei a primeira sms mal soube da notícia. Porque o David Bowie é um símbolo da nossa vida naquele momento.
E saber que ele morreu de cancro, tal como a minha mãe há quase um ano, é saber que o tempo não volta para trás mesmo e que não voltamos a ser aquilo que fomos.
Resta-nos a sua música, o seu legado e o seu exemplo.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Ainda a morte de David Bowie
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2 comentários:
Sim, lembrei-me logo da mãe porque era do mesmo ano. E o cancro, isso tudo, sim. Engraçado porque não é uma pessoa que se associe à mãe assim à primeira. Eu fiz um trabalho sobre ele em Inglês no Colégio Portugal (provavelmente quando percebi que era da idade da mãe) e desde então que gosto muito dele. Lembrei-me de uma cena de um filme "The perks of being a wallflower" em que numa noite daquelas loucas os protagonistas ouvem uma música dele no carro mas não sabem de quem é. E são pouco mais velhos que os meus filhos, e apesar de não saberem quem é o David Bowie, aquela música enfeitiça-os. E é isto. Artista daqueles intergeracionais. Acho que não há muitos destes.
Lembro-me muito bem de ter o 1º contacto com ele no quarto do tio Jaime, que adorava pôr música alto! Com o Bowie, fiquei a conhecer outros grandes músicos e bandas que ainda hoje adoro. A música faz-nos voar no tempo mesmo.
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