quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Sinais dos tempos - visitas de estudo em tempos de covid

 Um dos Museus onde colaboro fez algumas propostas alternativas para este ano letivo sem visitas de estudo - o Museu vai à escola, e uma visita virtual (através do zoom).

Já tive a oportunidade de fazer ambas e tenho de me render às evidências: apesar de continuar a acreditar (com todas as minhas forças) que nada (NADA) substitui o contacto directo com a obra de arte (e a presença física com alunos e professores), a verdade é que ambos os formatos resultaram bastante bem.

Na escola levamos imagens das obras - com a vantagem de podermos escolher uma seleção de obras que muitas vezes não se encontram em exposição ao mesmo tempo, e que costumam estar em espaços diferentes - e criamos uma atividade com eles em sala de aula. Não é o mesmo que uma visita de estudo, mas os miúdos estão muito receptivos e aderem a tudo o que seja uma "aula" diferente.

Por zoom, tirando a parte técnica que às vezes falha (o link não funciona, as colunas da escola estão avariadas e ninguem nos ouve...) também acaba por ser uma aula diferente e divertida, e aquilo que eu mais temia (não ser capaz de estabelecer uma ligação com uma turma que nunca vi, através de um ecran) não se verificou.

Em ambas as propostas confirmo o que já tenho observado ao longo dos anos: há professores que movem montanhas. Motivados, empenhados, sempre a tentar fazer diferente, a fazer acontecer, a tentar dar mundo aos seus alunos.

E também confirmo uma velha convicção: a arte é uma porta aberta para falar, discutir e debater ideias, faz-nos pensar e por o mundo em perspectiva, a arte é tão necessária como qualquer outra matéria que se aprende na escola - e não falo só de museus, falo de música, teatro, dança.
Todas as formas de a levar às crianças são válidas.


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