terça-feira, 28 de setembro de 2021

Viagem a Roma

 Foi uma decisão precipitada, daquelas que se tomam assim de repente, vamos ver as promoções e sem fazer muitas contas atiramo-nos de cabeça.
De lamentar só não o fazermos mais vezes.
Achamos super importante viajar com os miúdos, e então agora mais do que nunca queremos faze-lo, no entanto, convenhamos que não é a mesma coisa - mais não seja financeiramente. 
Passei os meus anos dos 18 aos 25 basicamente a planear viagens e a juntar dinheiro para as fazer. Depois mete-se a vida e as contas para pagar e as viagens foram ficando cada vez mais raras. Depois dos filhos, então, nem se fala.
Desde que comecei a trabalhar nesta área tenho notado que toda a gente viaja. Sempre vi por esses palácios e museus fora todo o tipo de estrangeiros a viajar - casais com bebés minúsculos (onde é que eu tinha capacidade mental e física de viajar com um recém-nascido??), famílias numerosas, grupos de amigos de todas as idades (alguns mesmo muito velhotes) - e lá vão eles! Claro que ter dinheiro ajuda, mas também é preciso querer! 
Nada como uma pandemia para nos abrir os olhos! Tanto foi "proibido" que só temos mesmo é vontade de ir! E como acreditamos que os casais devem continuar a fazer coisas sem os filhos, foi mesmo juntar a fome com a vontade de comer.
E que bom que foi!
Já tinha ido a Roma em 2001, num contexto pós-Erasmus, uma viagem ao estilo inter-rail.
E é incrível como me consegui orientar tão bem, numa cidade onde estive há mais de 20 anos! Continua a surpreender pela monumentalidade, pela História, pela cultura, pela comida também, claro (se bem que há 20 anos comi mal e porcamente no supermercado para não gastar dinheiro!).
A cidade, apesar de tudo, não está ainda tão sobrelotada de turistas (pelo menos aos dias de semana), apanhámos ótimo tempo e já contamos os dias até à próxima viagem!

Damos 5 estrelas a Roma, e recomendamos muito!

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Ciao, Roma!

 Muito rapidamente, porque regressámos em força para o meio de uma rotina que se manteve inalterada sem nós nestes dias - filhos, casa, roupas, supermercado e trabalho (mais ou menos por esta ordem) - fica só uma reflexão:

Porque não viajamos mais?

Caramba, que bálsamo!

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Notas soltas

  • nova semana, novo desafio, amanhã tenho a primeira visita a uma exposição que não sendo nova, é nova para mim. Noto uma grande evolução da minha parte pela forma como encaro estes novos desafios que me surgem, muitas vezes em cima da hora - antes precisava de muito mais tempo para me preparar. 
  • esta semana traz também uma boa novidade (que até merece um post sozinho, mas pronto): na 4ª feira vamos (se tudo correr bem!) passar uns dias a Roma, só os dois. Tínhamos combinado ir a Itália os 5 na Páscoa de 2020, e a Nova Iorque os dois em Outubro - no entanto o universo tinha outros planos para esse ano. Agora, depois destas voltas todas, e do aperto financeiro e insegurança que vivemos, depois de muito pensar decidimos que vale mais pena irmos só dois do que não ir ninguém (somos 5, caramba, fica mais do dobro do preço!). Eles logo viajam quando crescerem e entretanto havemos de conseguir ir todos a algum lado.
  • mundo estranho este em que vivemos, em que fazemos uma coisa normal: cumprimentar com beijinhos, sentar na esplanada com amigos dos amigos, ir buscar o filho a uma festa e entrar um bocadinho para comer uma fatia de bolo, baixar a máscara ao conhecer a educadora da mais nova, e há sempre lá no fundo dos fundos uma voz que nos faz duvidar se estaremos a fazer bem... 
  • ano letivo começou bastante bem, ainda sem termos conseguido entrar na rotina - há tempo para isso! - mas os miúdos têm conseguido acompanhar. O mais velho na dele, a do meio super entusiasmada com tudo (ontem andou a passar aulas para os cadernos novos e tudo), a mais nova já bastante adaptada também. Falta só decidir e pensar nas atividades extra curriculares, mas terá de ficar para Outubro.
  • no museu da Baixa onde trabalho reecontrei alguns colegas com quem trabalhava em Sintra, e é tão bom por a conversa em dia. Em cada sítio que vou tenho uma equipa diferente (algumas pessoas repetem-se), mas tenho sorte de estar rodeada de gente muito porreira (e muito competente, já o disse aqui, gente que me motiva sempre a fazer mais e melhor!). É uma pena que os museus e palácios e instituições não se apercebam da qualidade humana que têm ali, a recibo verde...
  • dito isto, boa semana queridos leitores!

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Setembro dos novos começos

 Na mesma semana em que os três iniciam novos ciclos (duas com mudança de escola), iniciei eu também uma nova colaboração num museu, com um registo diferente do que tenho feito até aqui (um projeto diferente, com horário das 10h às 18h, mas em regime freelance como os outros).

E assim consigo perceber tão bem as borboletas na barriga, a insónia da véspera, o ter a roupa escolhida e tudo preparado, e o medo de chegar atrasada no primeiro dia.

Sábado de manhã, em estilo "nova escola", lá fui eu apanhar o comboio (que saudades!), de mochila e lancheira, direta à baixa de Lisboa.
Parei num café que tinha muito bom aspecto - renovado há pouco tempo de certeza. Lá dentro estava um retrato da Lisboa de sempre: o taberneiro atrás do balcão, o ex-combatente do Ultramar a beber cerveja e a falar sozinho, a mulher negra vinda do mercado, e até um hipster de portátil aberto a trabalhar (e todos se tratavam pelo nome!).
Saí do café e com o sol a bater na cara, rumo à Praça do Município, repirei fundo e pensei: é mesmo um novo ciclo que começa.

Que seja um ano letivo sem sobressaltos, e só por isso será melhor do que os dois anteriores!
É o que desejo para todos nós!

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Post pós-férias um bocadinho mete-nojo

 Desde que trabalho na minha área e naquilo que gosto, não me custa (quase) nada regressar de férias.

Tenho férias muito boas, muito boas meeeesmo - e só me apetece voltar atrás uns dias e viver tudo outra vez - no entanto, a cada ano letivo que recomeça venho mesmo sem neura, sem resignação, sem depressão pós férias. 
Tenho muito presente o que sentia no regresso das férias quando trabalhava sentada à secretária, e sei que não tem mesmo nada a ver - aqueles últimos dias de férias e primeiros de trabalho eram tão dolorosos!
Fazer o que se gosta, caramba, é um grande luxo e uma oportunidade tremenda.

Para isto também ajuda o facto de acabarmos as férias com uns dias a acampar.
Nunca foi a minha cena, nunca o fiz em família nem sequer com o meu grupo de amigos - só no inter-rail e ainda assim... - mas é uma coisa que o marido gosta, e que se adequa à nossa saúde financeira, e que nos últimos anos temos feito.
Com o tempo fomos afinando os hábitos e neste momento já o fazemos com o à vontade e conforto desejado - no entanto, quer queiramos quer não, acampar é sempre abdicar de certos "luxos": é mesmo viver de um modo completamente diferente do resto do ano.
E assim, acabamos a semana de campismo já com vontade de regressar ao conforto que temos em casa, ao nosso duche, colchão, frigorífico e fogão! 
E até parece que custa menos regressar a casa!

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Depois de um verão atípico...

... um Setembro atípico também.
Sinto que esta será a palavra de 2021 - o ano em que muita coisa mudou de sítio, quem sabe se definitivamente.

Depois do abanão de 2020, em 2021 tenho tido muitas e variadas oportunidades - umas melhores que outras, umas mais interessantes e mais a ver comigo, outras nem por isso, mas agarrei todas com a mesma força e entreguei-me de cabeça em tudo o que me meti.

Setembro começa com uma nova oportunidade, que me obrigou a fazer escolhas e deixar cair dois projetos que marcaram o meu 2021.
Nada disto é definitivo, nada disto é 100% o caminho que eu gostaria de seguir, estou basicamente a tentar manter-me à tona da água e ver qual será o melhor sítio onde me agarrar.

Para quem está de fora, e principalmente quem se sente desmotivado com o seu trabalho fixo de há anos, esta minha vida profissional parece uma animação - e é! Estou sempre, sempre, sempre a ser desafiada, a baralhar e dar de novo, a reinventar-me, a sair da zona de conforto (que neste momento já nem sei se existe!). Sendo tudo isto verdade, há também aqui muita angustia, muitos nervos, e muita sensação de andar a remar e remar e não chegar nunca a lugar nenhum...

Dito isto, 'bora lá começar mais um ano letivo!

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Livro 18/35 2021

 

Cebola crua com sal e broa, de Miguel Sousa Tavares

Sabem aquelas pessoas por quem temos uma certa embirração, mesmo sem saber porquê? Aquela pessoa que quando aparece na TV apetece mudar de canal? Ora, eu tenho várias, e o autor deste livro é uma delas - nem sei bem dizer porquê, se é a atitude, se são as ideias, se é o conjunto.
Corria o ano de 2003 ou 2004 quando a caminho de Lisboa no comboio, ia toda a carruagem a ler o best-seller deste senhor: Equador. Na altura várias amigas leram, e andava tudo doido com o livro, e não se falava de outra coisa (bons tempos, em que as conversas eram sobre livros e as pessoas iam a ler nos transportes, mas adiante) - ora eu irritava-me com aquilo, e muito porque o tal Equador tinha uma fotografia do autor na contracapa, que é coisa que também me irrita um bocado! Nunca o li.
Este livro veio da coleção do meu pai, que o leu e recomendou mesmo a quem, como eu, não simpatiza com o autor - porque é autobiográfico, porque conta histórias interessantes, porque permite ver um lado do autor que desconhecemos. Ainda assim, nunca me aventurei - sejamos sinceros, há tantos livros mais interessantes para ler, porquê perder tempo com este?
Quando fui a casa dos meus tios buscar a chave da casa de família, a minha tia pediu para devolver este livro à minha irmã (que o herdou da biblioteca do meu pai), e mais uma vez o recomendou, usando os mesmos argumentos - o facto de ficarmos a conhecer o porquê de algumas atitudes do senhor, através da sua infância.
Fui para férias levando o livro do Philip Roth e outro sobre a História dos Bragança para ler, e este para entregar à minha irmã. Acabando o do Philip Roth, e estando de férias não me apeteceu meter a ler um livro de História, que no fundo é o que faço por obrigação durante o ano - pura e simplesmente apetecia-me ler outra coisa! E foi assim que acabei por ceder e dar uma hipótese a este Cebola crua com sal e broa (nem o título me atrai, caramba!).
Dou o braço a torcer. O senhor escreve bem, é um bom contador de histórias, e tem de facto muita razão em muita coisa que diz e defende. Tem uma vida rica em aventuras que merecem ser contadas, e é filho da Sophia Mello Breyner o que por si só faz com que mereça o benefício da dúvida.
Dei 4 estrelas e recomendo.

Livro 17/35 2021

 

Goodbye Columbus e cinco contos, de Philip Roth

Mais um trazido por impulso da biblioteca, sem pensar muito e quase sem ler a contracapa - sou sempre seduzida pelos livros que têm em destaque, acabo sempre por trazer algum dessa estante!
Já li vários livros deste autor, uns gostei mesmo muito, outros menos, e este entra nesta segunda categoria. 
É um livro que nem aquece nem arrefece, e não fosse ter estado de férias e com disponibilidade para ele, provavelmente nem chegava ao fim.
Gosto bastante de ler contos, e acho que em determinadas alturas em que estamos com pouco tempo ou cabeça para grandes calhamaços, dá muito jeito ter assim leituras mais curtas, com princípio-meio-fim.
Convém é serem histórias que acrescentem alguma coisa. Não foi o caso.
Dei 3 estrelas, porque também não merece negativa, mas é daqueles que já nem me lembro bem.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Férias grandes...

 ... que de grandes, já se sabe, não têm nada - são mesmo só duas semanas, mas sabem por muito mais.

Este ano repetimos a fórmula do ano passado, e correu tudo tão bem.
Uma semana a norte na casa de família, com irmãs, cunhados e sobrinhos - praia, visitas culturais, almoços e jantares no jardim - e uma semana a sul a acampar (hábito que se vem entranhando nos últimos anos) com outro lado da família.

Este ano com direito a dois encontros com a minha família alargada (materna e paterna), que vieram confirmar a falta que nos faz estar com os nossos - a voz do sangue, lá diz o povo, é poderosa!

No dia dos anos do meu pai "festejamos" com a família da minha mãe, num almoço/piquenique que estava apalavrado há anos - mais de 30 seguramente! - sem nunca se concretizar. E de repente somos nós - as minhas irmãs e eu - a quebrar o feitiço e fazer acontecer um encontro de primos e tios, sendo que alguns nem se conheciam. Foi um dia marcante e rico de afetos, mas tão difícil ao mesmo tempo... Tantas vezes ouvimos a nossa mãe a dizer "haviamos combinar um encontro" sem nunca de facto levar a ideia avante, e só agora o fizemos (e com mega adesão, foram poucos os que faltaram!). Para o ano há mais, seguramente.

No dia do aniversário da morte da minha avó, rumamos ao Algarve para passar o dia com a família que lá estava a passar a semana, com direito a passeio de barco e ida a uma praia selvagem, e jantarada no largo da aldeia onde passei férias com os meus tios em adolescente. Estes encontros com a minha família paterna eram constantes, e até há pouco tempo ocorriam semana sim, semana também. Com a venda da casa da avó e mais recentemente a pandemia os encontros escassearam nos últimos tempos, e que falta nos fazem, caramba. Estava nublado, ventoso, frio, e até choveu, mas foi sem dúvida um dia em grande.

Ter tido a sorte de crescer nestas famílias cheias de tios e primos foi das coisas mais importantes da minha vida - a maioria das minhas memórias de infância é com os meus primos! - e tenho por isso a obrigação de permitir que os meus filhos tenham a mesma oportunidade.

De resto, foram férias como se quer, na melhor companhia, sem stress de nenhum, sorte com o tempo, comida e bebida do melhor, dias cheios de bons momentos.
Agora é ganhar forças para o que aí vem!