quinta-feira, 25 de agosto de 2022

O querido mês de Agosto

Uma semana de férias. Um funeral e uma missa de 7º dia (seguida de jantar de família, como é tradição na minha). Um jantar de anos e um batizado. Pintámos um WC, pusemos outro a funcionar (era uma espécie de depósito de tralha), organizámos a arrecadação e destralhámos a casa (quase) toda. Uma semana só os 2 (a trabalhar). Um fim de semana sozinha (a trabalhar). Uma ida ao cinema com uma sobrinha querida. Outro jantar de anos, em que fui sozinha só com a mesma sobrinha querida.
Muito trabalho e pouca praia. Folgas a dias de semana e trabalho aos sábados e domingos.

E daqui a dois dias, começam as férias!

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Livro 16/2022

 

The Storyteller, Histórias de Vida e de Música de Dave Grohl

Oferecido ao pai cá de casa no Natal, já que é fã dos Nirvana e dos Foo Fighters, acabando mais uma vez por ser eu a primeira a lê-lo.
Sou muito fã de Nirvana e gosto de Foo Fighters, mas o que queria muito era ler a versão dele da mesma história que já li este ano (a biografia de Kurt Cobain).
Este livro não é uma biografia, é um livro escrito mesmo por ele (e não por um ghost writer, como costuma acontecer) durante a pandemia (todos encontrámos novos hobbies, certo?) - e sim, percebe-se que foi ele mesmo a escrever porque está escrito de forma meio aleatória, um episódio leva a outro, cada capítulo começa com uma história mas pode acabar com outra qualquer. Pelo meio aparecem as filhas, a infância, a relação com a mãe e o pai, a passagem pelos Nirvana (foram só 3 anos, mas que anos aqueles!), a forma como se recompôs e formou a sua banda, com as suas músicas, escritas por ele (em que no início tocou todos os instrumentos), e mil e um episódios insólitos escritos com muito humor, mas muita simplicidade e humildade também.

Um dos capítulos é dedicado à morte do Kurt Cobain que aconteceu antes dos 30, e a do seu melhor amigo de infância, que aconteceu antes dos 40. Entretanto recentemente morreu também o baterista dos Foo Fighters, uma pessoa que se percebe que é muito importante na sua vida, com quem partilhou milhares de episódios relatados, e a quem se refere como "irmão de outra mãe".
Não sei bem que futuro terá a banda, e como vai ele reinventar-se mais uma vez...
Se já era fã dele, ainda mais fiquei.
Dei 4 estrelas e recomendo.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Livro 15/2022

 

Rapariga mulher outra, de Bernardine Evaristo

Trazido da biblioteca (estava nos destaques, para variar) depois de ter visto que a Tella já o tinha lido também.
São histórias de diferentes mulheres negras no Reino Unido - diferentes gerações, diferentes proveniências, mas de alguma forma todas interligadas.
É muito giro tentar perceber quem é quem (esta é a mãe daquela, esta é a professora da outra), e muito interessante ver como em diferentes épocas o facto de ser mulher e ser negra as condiciona de certa maneira.
Umas histórias são mesmo mais interessantes que as outras, mas por vezes a autora parece querer tratar demasiados assuntos ao mesmo tempo.
Dei 4 estrelas e recomendo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Sobre a morte

 Parece que à medida que vamos crescendo (porque é disso que se trata até ao fim) vamos cada vez mais vendo pessoas da nossa idade a partir.

E na mesma semana em que partiu uma apresentadora de televisão e uma influenciadora digital, partiu também (e pelo mesmo motivo) a mulher de um primo meu.
46 anos, dois filhos muito pequeninos (1 ano acabado de fazer, e 3 anos ainda não feitos), e 7 meses de luta.

Sei que não vale a pena tentar que as coisas façam sentido, porque não fazem.
Pudéssemos ser nós a escolher e as coisas seriam tão diferentes...

Fui de férias no sábado passado, para a ilha-maravilha onde gostamos sempre de regressar, sabendo de antemão que a qualquer momento teria de voltar pois no estado avançado da doença em que se encontrava já não havia mesmo nada a fazer.
Aproveitei cada dia, cada mergulho, cada braçada, cada conquilha e caminhada, bola de berlim e copo de vinho como se fosse o último - sem saber bem se no dia seguinte teria de vir a Lisboa. 
E foram as melhores férias de sempre - talvez por isso mesmo, porque eu estava disposta a vivê-las em plenitude, no seu todo, agradecendo a oportunidade de estar viva e de ter saúde para as desfrutar.

A Sofia partiu na 4ª feira, e o funeral foi na 6ª, pelo acabámos por vir embora só 1 dia antes do previsto.
Sei que ela daria tudo para poder viver, para estar com os "seus bebés" (por quem tanto perguntava quando estava no hospital) e sinto uma verdadeira obrigação de o fazer por ela.
As minhas férias não foram as melhores de sempre por nada que estivesse exterior a mim - foram porque eu me predispus a apreciar cada momento como se fosse o último - e que bom que foi!

Esta é a única forma de honrar a vida da Sofia, e de todos os que partem cedo demais - não dar nada por garantido e tirar o maior partido de tudo o que nos rodeia, sejam umas férias maravilhosas, um calhamaço por ler, tarefas domésticas, uma ida ao mecânico ou aquele excel aborrecido que temos de verificar - o que não daria ela por ter mais um dia que fosse com toda a sua banalidade?

Estar vivo é um enorme privilégio e pura sorte!
Sejamos gratos todos os dias - é o mínimo que podemos fazer para homenagear quem partiu.