sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Uma casa é uma casa...

... mas não é só uma casa.
Amanhã é dia de despedida. Tal como se de um membro da família se tratasse, vamo-nos despedir da que foi a minha casa durante 26 anos, do meu pai toda a vida, da minha mãe nos últimos 40 anos, dos meus avós e tios durante outros tantos.
Uma casa é uma casa, mas é também uma parte de nós, que conhecemos até ao ínfimo pormenor, que percorremos de olhos fechados sem tropeçar.
É um lugar de memórias, de encontros, de sons e de cheiros, de festas, de jantares e almoços que não se repetem, um lugar onde uma família de quase 50 pessoas se pode sempre encontrar. Os avós já não estão presentes há muito, mas ficou a casa, como se fosse a cola que nos mantém unidos.
Por isso custa, custa muito dizer adeus àquela casa em frente ao mar.
Uma casa não é só uma casa, são as memórias e lembranças que nos traz, as saudades de outros tempos, dos Natais, da casa sempre cheia, de crianças a correr por todo o lado, de conversas que se cruzam, de parabéns a você cantados em coro (ao desafio) e em versos inventados à medida de cada um.
Mas uma casa também é conforto, também é calor, também é o lugar seguro que nos acolhe. E esta casa, aos poucos, foi deixando de o ser e por isso, custa um bocadinho menos dizer adeus.
Uma casa é uma casa, mas esta é muito mais do que isso.
Fica-nos na memória a sorte que tivemos por tê-la vivido e aproveitado em pleno.
Ainda ninguém sabe como, mas vamos ter de nos habituar a viver sem ela...

5 comentários:

carolina disse...

comovente, Mary! quando os espaços são espaços afectivos, deixam de ser meros espaços físicos... há a memória que continua a fazer viver a casa dos teus avós.

Cáti disse...

Muito comovente mesmo mas é isso mesmo, pensar que tiveram muita sorte em poder usufruir desse espaço lindo e com uma vista fantástica. Que bom que conseguiram fazer lá o batizado do H. e dar o máximo de uso à casa que conseguiram enquanto família.

Tella disse...

lindo post!

Naish disse...

Que grande festa! Que grande emoção! Apesar de racionalmente não ser o melhor, tenho uma secreta esperança que ainda dure mais uns meses... com que vantagens não sei, mas ainda espero ver a geração 2011 a visitar a casa...

Catarina disse...

Hiii, eu estou prestes a deixar a minha 1ª casa pequenina, onde nasceram os 2 piolhos, e ando doente, sofro, não quero, e não consigo sair da fase da negação. Bolas que é difícil...e vou ter mais espaço... Bjinho e boa despedida pq temos q andar para a frente e continuar a alimentar as memórias...