Sabem aquelas semanas em que todos os dias estão ocupados e cada minuto serve para algum encontro/café/jantar?
Nada como um acontecimento inesperado para trocar as voltas.
Ontem foi dia de jantar de trabalho, com as companheiras de projecto. Pela primeira vez um encontro sem stress, sem preparar nenhuma festa, para deliniar estratégias, olhar para o que já fizemos e pensar no que vamos fazer a seguir.
Tudo combinado, jantar na mala, e ala que se faz tarde.
Passei em Campo de Ourique a apanhar uma das companheiras, que o encontro era em casa da outra.
Eis senão quando o carro que estava à nossa frente no semáforo começa a deitar fumo. Estranho.
O carro da frente arranca, paramos num outro sinal desta vez sem ninguém à frente.
E o fumo...continua.
Hummm. Fumo a sair do capot. Discreto.
Antes de mais confirmamos se nos outros carros se passa o mesmo, não vá dar-se o caso de ser uma coisa perfeitamente normal e nós nunca termos reparado.
Confirma. Somos mesmo só nós.
Pois, e o que fazem duas raparigas quando o carro começa a deitar fumo? Ignoram.
Toda a gente sabe que o fumo dos carros está mais que sobrevalorizado, e se o ignorarmos durante um bocado ele passa, como uma criança com birra.
Começamos a perceber que o fumo não estava a querer parar e ligamos ao marido dela a perguntar o que fazer. Ele, apenas pela sua descrição (um fuminho branco, discreto, quase transparente!) lá nos dá indicação de que deve ser falta de água, e que o melhor seria parar à porta de casa, deixar arrefecer, por água e depois do jantar ir devagarinho para casa.
Eu ainda saquei da minha garrafa de água mas... estava vazia!
A questão é que depois de desligar o telefone o fumo começou a intensificar, e a ficar cada vez maior, cada vez maior, e nós basicamente a assobiar pela janela como se não fosse nada connosco (e a ter ataques de riso tipo adolescente, claro!).
Decidimos começar a reparar se as pessoas achavam estranho o facto de haver um carro no meio do transito envolto em fumo. Nada. Ninguém sequer olhava para nós e para a nossa sauna ambulante.
Eis senão quando surge do meio da fumarada, qual D. Sebastião reaparecido, um velhote (dos que jogam cartas no Jardim da Parada) que bate no vidro e diz "Parem mas é o carro que isso está a aquecer!"
Confirma-se. Estava mesmo a aquecer.
E diz que a água quando aquece se torna vapor, que era exactamente aquilo que estava a sair do capot. Velhote esperto.
Lá conseguimos parar numa esquina, e tivemos de aceitar o inevitável - o carro já não ia sair dali pelas suas próprias rodas, ainda para mais porque agora estava mesmo a babar-se deitando água por cima da matrícula como se não houvesse amanhã (a pouca água que não tinha evaporado no "momento sauna"). Parecia um velho desdentado. A reunião a 3 ia ter de ser adiada (e a companheira que estava em casa à espera ia mesmo ficar sem jantar, que por pouco nao ficava cozinhado na mala do carro!). Haja paciencia.
Enquanto esperávamos o reboque resolvemos aproveitar o tempo, e de adolescentes com ataques de riso passámos a mulheres de negócios em reunião super profissional. Saca das pastas e das folhas com orçamentos, recibos, calculadoras e contas, e ainda deu para tomar uma ou outra decisão. Nada se perde!
Chegado o reboque lá pusemos o velho Clio na garupa, e lá fui eu recambiada para casa com o senhor. E sim, havia porta-chaves com mulheres nuas pendurados numa corrente formada por clips ao longo do tablier. Sempre cheios de classe os senhores do camião, se é um TIR podem usar grandes posters, mas se é um camião pequeno usa-se porta-chaves que o efeito é o mesmo. Um super cliché.
E assim foi.
Quando cheguei a casa o Te tinha combinado jantar com o casal Puskas, pelo que foi só meter as lasagnas que iam na mala do carro no forno e jantar inesperadamente em casa e boa companhia.
Nada se perde.
Só o € do radiador, mas isso é o menos, não é?
2 comentários:
Ainda não vendi o clio! Estão interessados? :)
Tenho fotos a confirmar factos eh! eh!
Bjs
M
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