A vaquinha do Euromilhoes

Normalmente não jogo no Euromilhoes.
Uma das coisas que reparei quando estive fora foi que cá em Portugal fala-se e conversa-se e sonha-se imenso com o Euromilhoes.
Joguei uma ou duas vezes na vida, e acabo sempre por me esquecer, mas a razão principal é que acho que é dinheiro deitado à rua. Se fizermos as contas ao que se gasta em jogo, comparando com o que se ganha acho que dá para ter uma ideia.
Não conheço ninguém que alguma vez tenha ganho o Euromilhoes (nem, vá, o segundo prémio).
E eu sei que eu, por mim, nunca ganharei o Euromilhoes. Isto porque, podem acreditar, sou uma pessoa cheia de sorte. Tenho tanta sorte em tanta coisa que tenho a certeza que é impossível ter essa sorte também, porque ela vai estar reservada para quem tem azar nas outras áreas da sua vida.

Eis senão quando no fim-de-semana passado no jantar de família surgem os primos com a ideia genial de fazermos uma vaquinha de Euromilhoes em família.
Cada um pode apostar apenas 2€, para que no final o prémio possa ser dividido por todos igualmente, sem limite de idade (do mais novo ao mais velho), e as apostas são as da máquina.
Como (lá está uma das coisas em que tenho sorte), a família não é digamos pequena, temos um total de 43 apostas em jogo! E não participámos todos.
Hoje à noite a Marisa Cruz é a nossa melhor amiga, e cada um vai andar a confirmar uma por uma as 43 chaves a ver se nos sai alguma coisa.
E já anda a decorrer uma mega-corrente de e-mails da famelga com os planos de cada um, desde um canal de televisão a passar as nossas festarolas a festas de anos nas Maldivas e por aí fora.
E, claro, já nos tratamos uns aos outros por "excentricos" e "milionários" porque desta vez não vamos dar hipótese.
Quem estava a pensar validar o seu boletim pode desistir.
Esta semana é nossa!