sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O que nos passa ao lado

E como uma primeira impressão pode estar errada, errada, errada.

Já tinha reparado numa senhora do meu ginásio, que parecia a típica ginástico-dependente.
Cinquentona enxuta, com tudo no lugar e cheia de energia, a fazer os exercícios muito melhor que eu (seguramente) e que o resto da sala.
Parecia a típica dondoca, sem mais nada que fazer se não estar ali a pôr-se bonita.
Ontem, à porta do ginásio à espera que a aula anterior termine, a professora faz conversa de circunstância e pergunta-lhe se está melhor das costas.
Que sim, que estava, que pelo menos já não tinha dores e coiso e tal.
Ah, disse a professora, mas agora tem de ter cuidado e não pode fazer esforços.
Ao que ela respondeu "sabe, é que eu tenho uma filha de 20 anos que é deficiente motora, pelo qual não fazer esforço não é de todo uma opção".

E de repente, a minha vidinha, os meus queixumezinhos, todo o meu cansaço, ficaram pequeninos, pequeninos.

E as pessoas do ginásio, desde a velhota esforçada à adolescente boazona, de repente, ficaram diferentes aos meus olhos.
O mais importante é, muitas vezes, o que nos passa ao lado.

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