Está tudo a correr bem, tudo a correr muito bem, até ao momento em que ao levar o mais velho a uma consulta de rotina no Hospital de Sta Maria tenho mesmo de passar em frente à porta da Oncologia.
Mesmo sem querer pensar no assunto sinto uma náusea tão grande ao passar ali.
E olho para trás e quase que nos vejo naquele parque de estacionamento, já nem sei precisar quando.
Uma vez em que ela quase nem conseguia andar e vomitou umas três vezes entre o carro e a porta da entrada. Outra vez em que já não conseguia mesmo andar e ficámos as duas no carro à espera que o meu pai trouxesse a cadeira de rodas. Aquela primeira vez em que ela saiu fresca e fofa da primeira sessão de quimioterapia.
Esfrego os olhos e volto a olhar para trás. É claro que já não estamos ali.
É claro que ela não está ali.
Não está porque a minha mãe já não tem cancro.
(não tem mesmo. Eu sei porque a vi quando ela nos deixou)
1 comentário:
glup glup glup... e o que não sofreria ela com aquele cancro específico e este calor?! Nem quero pensar. Aliás, não quero mesmo pensar. Mas não há hora do dia em que não pense. Por qualquer motivo, bom ou mau, tudo me leva a pensar. chiça.
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