quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Sobre os novos desafios

 Ser freelancer, que quer dizer não ter um trabalho fixo e ter de andar sempre a inventar, é sinónimo de andar sempre com borboletas na barriga a cada novo desafio.

É super estimulante e motivador, mas também é aterrador e dá sempre a sensação de nos estarmos a lançar no vazio, em diferentes vazios, sem saber se sabemos voar.

Há um ano se me perguntassem eu ia jurar que não queria outra vida, adoro andar de um lado para o outro e estar sempre a aprender.
Há seis meses atrás dava um dedinho para ter um emprego fixo e seguro num museu qualquer e poder estabilizar e aprofundar o conhecimento numa só área, em vez de andar sempre a saltitar entre sítios, épocas, países, num leque de conhecimentos que abrange uma área impossível de abranger - sinto sempre que estou a correr atrás.
Hoje, nas vésperas de me meter numa coisa completamente nova e estou para lá de nervosa, a dizer mal da minha vida, a enxotar as borboletas da barriga, a perguntar constantemente porque me meto eu nestas coisas e não me contento em fazer o que já sei fazer.

Hoje também sei, e esta é uma mensagem para a Mary do futuro que vai continuar a meter-se em coisas novas, que é este medo que me alimenta a alma.
E estas novidades que numa situação normal já valem ouro, em época de pandemia em que nada se passa valem mais do que isso - valem a minha e nossa saúde mental.
Uma pena que não se traduza também em saúde financeira, mas não se pode ter tudo!


3 comentários:

Tella disse...

Acho piada a este post. Quem tem um emprego estável, mesmo em tempo de pandemia, olha para a incerteza com uma pitada de inveja porque não há rotinas, não há bolor na atividade, nem bafio nos relacionamentos com os pares que estão há anos contigo e há aquela coisa de não se sentir estagnada, a fazer parte da mobília também.
(E faz-te parecer super jovem, ao contrário dos que tem um emprego estável há quase 20 anos no mesmo sítio. )

Ninguém está satisfeito com o que tem. Vidas...

Tella disse...

Tudo a correr bem, Mary! Go, go, go! (e quer saber mais pormenores sobre a tua nova atividade!)

Mary QA disse...

Percebo tão bem esse sentimento de estagnação, se bem que no meu caso era a fazer uma coisa que não gostava nada, daí que era um grande sacrifício mesmo (e em casa, nada ajudava...).
No entanto este saltitar é cansativo também, e a mim dá-me a sensação de nunca conseguir estar à altura, pois estou sempre a começar do zero e nunca me consigo dedicar a 100% a nenhum dos projetos...

Este novo desafio vai ser apoio pedagógico a meninos do 1º ciclo - uma espécie de explicações online, mas com uma teoria pedagógica baseada na diferenciação e na educação positiva. Ou seja, consolidar os conteúdos da escola consoante o estilo de aprendizagem de cada miúdo, fugindo à forma tradicional (que já fazem na escola). Em linhas gerais, é isto :)