Porque um dia tudo isto estará para trás das costas, e falaremos de confinamentos e pandemias no pretérito imperfeito, e sem memória daquilo por que passamos:
Neste confinamento apercebi-me que a minha casa é pequena - e é. É pequena para 5 pessoas 24/7 ainda mais no inverno, andamos a tropeçar uns nos noutros, e o que me afeta mais, vá, é que eu não tenho um sítio calmo onde possa ir sem ninguém me chatear - no mínimo falta-me uma cadeira boa no cantinho do quarto, com um candeeiro para poder ler (nem pedia mais!). Vindo o bom tempo a casa cresce um bocadinho, temos varandas, e tirando um ou dois elementos de casa tudo se torna mais suportável. Mas aquela coisa de ter brinquedos em todo o lado e não ter para onde fugir (não gosto de estar em cima da cama), desta vez, foi uma das coisas que me custou.
Mesmo sem sair de casa, confinamento com chuva é 100 vezes pior... fica a casa escura, temos de acender luzes, há um desconforto no ar (e roupa a secar nos aquecedores). Não é fixe.
Fiz pão, foi o confinamento do pão - com e sem glúten, chegaram a sair mais de uma fornada por semana. Apanhei-lhe o jeito, apanhei uma receita fácil, e fica tão bom.
Ter começado a dar apoio e explicações através do zoom foi uma lufada de ar fresco, e foi o que salvou a minha sanidade mental neste confinamento - o que acaba por ser quase um contrasenso, pois andava a fugir de ser professora dos meus filhos, para ser professora dos filhos dos outros, mas se pensarem bem toda a gente me compreende - não há pior alunos que os nossos filhos, não fazem nada do que mandamos e não nos acham graça nenhuma!
Houve semanas em que me senti mal e chateada com isto tudo, e achei que não aguentava mais - mais do que da outra vez - mas se pensar bem, foi menos intenso.
Vou vivendo mais ou menos bem com tudo fechado, menos as escolas. Espero que sejam sempre as últimas a fechar.
E que isso nunca volte a acontecer!
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