terça-feira, 27 de julho de 2010

Santiago de Compostela

Foi óptimo regressar.
Completamente diferente de regressar a Amsterdam, é certo, mas ainda assim foi um regresso muito familiar.
Serviu essencialmente para rever as pessoas que viveram o Erasmus comigo. E apesar do baby a tiracolo e tudo o que isso implica (os mojitos não bebidos, a ida ao Retablo e ao concerto na Quintana que ficaram para outra vez, entre outros pormenores) ficou a sensação de que nada mudou.
Assim como quem não quer nada somos outra vez "los portugueses", a ir aos sítios de sempre, a fazer o mesmo programa que fizemos vezes sem fim durante aqueles 9 meses, que na altura pareceram muitos mais de tão intensos que foram.
Que grande sorte mesmo, ter tido esta oportunidade fantástica. São coisas que não se repetem, aquela liberdade, aquela intensidade de viver cada dia ao minuto. Pouco tempo depois do Erasmus começamos a trabalhar a sério, e já não há volta a dar.
E a cidade... a cidade tem tudo a ver connosco. Cheia de animação, de cafés giros, de sítios para ir e coisas para fazer a qualquer hora, tudo à distancia de uma caminhada.
Regressei a Santiago desde que vim embora em 2004 e agora em 2010 (em anos de Xacobeo - o próximo é só em 2021).
Quando lá fui em 2004 senti o peso do tamanho da cidade. Na altura queria era alargar horizontes, tudo me pareceu fechado e pequeno, e sem novidades.
Agora já não.
Já apreciei devidamente o tamanho da cidade, que nos permite percorre-la toda, vive-la na totalidade. E apesar de já termos saciado o bichinho de viver no estrangeiro, viemos de lá com a sensação de que podiamos perfeitamente viver ali.
Foi a única cidade que vivi até agora, que consegui ter um controlo sobre a vida cultural - em que as coisas não me passaram ao lado, em que estavamos todos a par das exposiçoes, museus, festivais, concertos, teatros, e podiamos de facto escolher onde queriamos ir. Tanto na Holanda como cá em Portugal parece que tudo nos passa ao lado, quando me apercebo das coisas já passaram ou já não há bilhetes.
Mas tudo não passa de uma ilusão, pois eu sei perfeitamente que as ruas de pedra em breve estarão vazias, e que os sons da multidão a "ir de copas" serão substituídos pelo som da chuva a cair, e que muita gente não tem emprego e tem mesmo de sair dali. Mas de qualquer modo fica a doce recordação de ter um dia vivido numa cidade quase, quase, perfeita!

1 comentário:

P disse...

Que giro, fui a Santiago em 98, 2004 e voltarei agora em 2010!!

E seria uma cidade em que viveria.. como muitas outras espanholas!!

Não estava cheissima a cidade? Foste no próprio fim semana em que se festeja o Santo! propositado?