E sem darmos por ela (apesar de sentirmos cada dia que passa), passaram já 4 anos desde o dia mais triste.
É profundamente desconcertante esta relação que temos com o tempo, em que uma coisa parece que foi ontem e simultaneamente há uma eternidade.
Se me perguntarem ainda tenho tudo tão fresco na memória, ainda sinto aqueles dias à flor da pele; por outro lado se penso nisso tanta coisa já aconteceu nestes 4 anos, tanta coisa que ela já não viu.
Coisas pequenas e sem importância, outras que foram pontos de viragem (e que eu nem acredito que não as posso partilhar com ela...).
Mudámos a decoração da sala, eu deixei de dar aulas e comecei a trabalhar em mais três ou quatro sítios diferentes onde passo agora a maioria dos dias, começamos a passar férias em Aljezur, as minhas irmãs arranjaram cães, o meu pai foi internado já algumas vezes (coisa que ela nunca assistiu!). Os netos estão crescidos, já há três na universidade, mais dois que estão quase lá, cada um a encontrar o seu caminho, os mais novos também a crescer a cada dia, já todos na escola. Até há uma neta nova, e para mim é quase impossível pensar que não estiveram cá as duas ao mesmo tempo (mas acredito que se cruzaram com certeza noutro mundo).
4 anos não é nada, mas é muito.
Ainda me sinto a aprender a viver outra vez. Alguma vez aprenderei?
1 comentário:
Que post tão simples mas tão ...bonito, tão verdadeiro, que me fez emocionar.
Um beijo grande.
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