quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O dia mais triste

Que foi também o dia mais sereno. Mais em paz.
A minha mãe partiu, na semana passada, em casa, na sua cama, como sempre desejou.
Partiu num acto de puro amor. Amor de mãe, que é maior que tudo.
E nós, que a vimos lutar contra a doença com unhas e dentes, sem nunca, nunca, nunca desistir, só podemos estar agradecidos por tudo o que fez por nós.
Nem por um segundo ela quis que a vissemos desistir. Tanto que por vezes nós, filhas, até duvidámos se estaria consciente da sua situação, depois de os médicos já terem dito que nada havia a fazer.
Foi uma verdadeira leoa, mesmo até ao fim. Que orgulho, caraças.
E que sorte que eu tive de a ter como mãe.

E no meio desta tristeza sem fim também foi bom receber colo de toda a família e amigos, que fizeram com que os dias mais horríveis não fossem afinal tão duros de viver.

Agora é tempo de aprender a viver outra vez.
Com ela sempre no coração.

14 comentários:

Raquel disse...

Por aqui já sabes, piquete sempre disponível. bjnhos :)

Catarina disse...

Beijinhos e força no aprender a viver diferente.

Raquel Ribeiro disse...

Beijinho grande!
Perdi o meu pai há 3 anos para essa doença malvada, sei o q sentes! 😕

gabzia disse...

Embora passe aqui com muita frequência e nunca tenha comentado,hoje não consigo ir sem deixar um abraço.
Gabriela

Cartuxa disse...

Escreves tão bem o que me vai na alma, mana querida! Para o resto da nossa vida e pra todas as situações, digo-te o que disse à mãe há uns tempos atrás: todos juntos, um passo de cada vez, vamos andando.
Não vale a pena fazer futurologia, andar com grandes stresses ou ansiedades. E tens razão, este vazio que ficou é atenuado pela certeza de que ela está melhor agora, está sempre connosco e pelas manifestações de carinho que temos recebido. Um beijo muito grande desta mana que tem muito orgulho em ti e te adora

carolina disse...

De mão dada nesta nova aprendizagem. Um dia de cada vez aprendendo a lidar com a ausência física, a memória será uma forte aliada! Abraço bem grande

Sofia e Beatriz disse...

Um beijinho :(

Brown Eyes disse...

Muita força, um beijinho.

Mariah disse...

Um grande beijo.

joaninha disse...

Meu Deus! Que posso dizer? Não consigo imaginar o que estás a sentir... Não fazia ideia! Que dor! Que tristeza! Que os sorrisos dos teus filhos possam amenizar a saudade!
Beijinhos!

Monja Beneditina disse...

Eu, infelizmente sei, tão bem, o que estão a sentir. Não há receitas. É como diz a Cartuxa: um passo de cada vez e irmos fazendo o que melhor conseguimos. Contudo, vocês são bem filhas dos vossos pais: SUPERIORES e tenho a certeza que, façam o que fizerem e sintam o que sentirem, será sempre motivo de orgulho para a vossa mãe,tão pequenina e tão doce,mas tão GRANDE até ao fim. Um Beijo muito grande, querida Mary.

mãe de 3 disse...

Confesso que evitei vir aqui ver o post mais difícil de sempre. Porque quando o que sentimos já nos custa a controlar, ver isso por escrito, tão bem posto em palavras,parece que fica mais difícil. Mas depois os comentários das pessoas são tão bons. Especialmente o da monja beneditina, que descreve tão bem a nossa mãe! muitos beijinhos

Mary QA disse...

Obrigada a todas.
Está a ser difícil, mas não há ninguém que tenha passado pelo mesmo que me diga que se torna mais fácil com o tempo...
Na minha cabeça já tinha imaginado como seria o dia da sua morte, o velório, o funeral, essas coisas, e tudo isso surpreendeu pela positiva, foi tudo tão bonito e correu tão bem, mesmo o melhor possível.
Nunca tinha pensado no que vinha a seguir. Nesta coisa de lidar com uma pessoa tão próxima que já cá não está.
E está a ser mesmo difícil :(

Cartuxa disse...

Pois é... nos primeiros dias aguentamo-nos porque só pensamos nela e que o sofrimento dela acabou. Agora que chega a altura de pensarmos em nós...puff!!