Estava na estante da sala há anos, achando eu que tinha sido oferecido pelo meu pai ao Tê. Pela lombada achei que se tratava de um livro sobre o Japão. Resolvi pegar nele e percebi que nada a ver: Niassa fica no norte de Moçambique, e claro que não havia altura melhor (pois é lá que está uma parte do meu coração) para o ler. Entretanto percebi que não foi o meu pai que ofereceu o livro e ainda não sabemos quem foi - ninguém o leu nem sequer ouviu falar nele, e no goodreads tem muito poucas opiniões. Mas foi sem dúvida a altura certa para ele vir ter comigo.
Surpreendeu e muito, pela positiva. Conta a história de Moçambique no pré, durante e após a guerra colonial de uma prespectiva que para mim foi nova. É brutal, e conta coisas muito brutais, mas está muito bem escrito. Não é tanto a história principal (o final não é especialmente surpreendente) mas o autor vai contanto histórias paralelas de várias personagens que se vão cruzando, mostrando assim várias facetas de uma guerra que, à falta de palavras melhores uso as do amigo do protagonista, foi "o fim da picada". Foi mesmo.
Dei 5 estrelas não por ser uma obra prima da literatura, mas porque me surpreendeu mesmo muito, e acho que toda a gente o devia ler.
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