Nem parece mas já foi há mais de uma semana.
Tal como previsto, não teve muito a ver com o que esperava, se bem que na minha opinião, toda a preparação que se possa fazer é útil e deve ser tida em conta. Ainda que, como pude constatar, haja sempre lugar para surpresas.
Na semana passada, como referi, a coisa já estava por um fio, a um passo de rebentarem as águas. No sábado de manhã tinha CTG marcado na MAC com a minha médica. Em conversa cá fora ela referiu à colega que eu não queria induzir o parto, pelo que basicamente ela me iria fazer apenas a ecografia e o toque e ala para casa. Eis senão quando, durante o tal toque, rebentaram as águas.
Seguiu-se a habitual preparação, vesti a sexy camisa de hospital e fui para a sala de dilatação (que foi também a sala de partos, mas eu na altura não sabia, pensava que o parto se daria numa "sala de partos" e não ali).
Foram horas de dilatação primeiro e expulsão depois, e embora a mim não tenha parecido, a coisa ficou despachada em apenas 5 horas.
Não vamos por paninhos quentes na história: dói, e não é pouco!
Sim, afinal tive epidural, nem havia outra hipótese pois levei a tal hormona aceleradora do parto, que faz com que as contracções fiquem mais dolorosas e menos espaçadas. Apesar disso, foi apenas uma dose, e fraquinha, pois continuei a ter dor nas contracções, e na altura da expulsão já a epidural tinha ido à vida dela, pelo que foi mesmo ao natural.
Para mim a grande surpresa foi o tempo que demorou a expulsão. Pensava eu que feita a dilatação seria fazer força 2 vezes e voilá, o bebé estava cá fora. Pois que parece que não é bem assim, e todos se esqueceram de me avisar. Chegada aos 10 dedos de dilatação, diz-me a enfermeira que posso começar a fazer força de cada vez que tenho dores, ao que eu perguntei se não seria melhor chamar a médica, já que pelos vistos a coisa ia-se desenvolver em breve. Pois que não mãe, diz ela, isto é coisa para ainda demorar que o bebé tem muito para descer! E vai embora, deixando-nos ali meio perdidos a fazer força (mal feita, percebi depois) como se não houvesse amanhã.
E pareceram-me horas e horas de força, que afinal foram só 45 minutos.
Passado esse tempo já eu tinha o meu bebé nos braços, a berrar feito perdido - música para os meus ouvidos.
Quando o puseram na minha barriga (pele com pele) senti que estava tudo bem, apesar de nem o conseguir ver. Não precisei de perguntar, nem de contar os dedos das mãos e dos pés para saber que era perfeito. O mais perfeito.
É de facto uma sensação indescritível.
Foi no meio de dor, sangue, suor, lágrimas, injeções, soros, pontos e anestesias, que eu vivi o dia mais feliz da minha vida.
3 comentários:
De facto, são dias de sensações e sentimentos extremos! Muita adrenalina... e uma grande ternura!
Não consigo ler um relato de parto sem me emocionar. O teu, não sei bem a razão, mais ainda...
(sim, ando ainda mais lamechas que tudo).
sim senhor! já me fizeste chorar!
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