Correram muito bem as entrevistas, e os pássaros já cá cantam!
Agora aguardo um período de formação, e depois se tudo correr bem hei-de lançar-me no precipício com os meus passarinhos na mão, e esperar que as asas tenham força para me fazer levantar voo.
Sim, nos dias que correm trocar um emprego estável com contrato permanente, ainda mais a partir de casa, pela incerteza constante de trabalhar como freelancer (sendo que não temos cá nenhuma herança nem poupança rechonchuda a forrar o fundo do precipício) pode ser considerado uma loucura. Mas chega a um ponto na nossa vida em que a nossa felicidade e sanidade mental vale mais do que o nosso salário.
E este foi o momento.
Trabalhar em casa foi bom, mas já não é há muito tempo.
Não nestes moldes, em que tenho horário fixo, não posso gerir o meu tempo nem sequer ficar com eles em casa quando estão doentes.
Foi bom e muito prático por muitas razões, mas chega um ponto em que o silêncio da casa, a solidão, aliados a um trabalho que não me preenche, tudo me começou a pesar cada vez mais e mais. E por muito tempo fui aguentando, e deixando-me estar, por preguiça, por conforto, por alguma incapacidade de sair da zona de conforto, lá está.
Eu mesma tento ensinar-me a minha própria lição de quando fui para a Holanda, de que somos donos do nosso destino, e que somos sempre capazes de mudar de rumo por muito que nos digam que não. Eu acredito muito nisto, mas uma coisa é ter 27 anos e outra é ter 36 e dois filhos... Com dois filhos pela mão fica mais difícil levantar voo - ou bem que as asas são mesmo fortes, ou bem que lá em baixo tem de haver uma rede de segurança.
Ou então, tem de haver uma grande fé de que vai correr tudo bem. E há.
E vai correr tudo bem.
3 comentários:
Go 4 it! Não te quero uma pírulas rica, prefiro uma saudável pobretona... De que serve ter muito se temos de dividir com um psiquiatra?!
Yes! Tens todo o meu apoio!
Go Mary, Go! estou tão contigo!
(post verdadeiramente emocionante)
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