Não sei se notaram um tom bastante optimista no post anterior.
Sim senhora, até parecia que eu tinha esta quarentena controlada, tudo sobre rodas, alegria no ar.
Pois... esse optimismo tinha um segredo, que agora posso partilhar.
Todos os dias desde que a quarentena começou que eu fazia uma sagrada caminhada no paredão de Cascais, ali entre as 6h45 e as 7h20 da manhã mais coisa menos coisa. Ia de carro, caminhava sozinha sem mexer em nada e regressava ainda antes da casa acordar. Uma verdadeira terapia.
Nunca disse a ninguém que o fazia, nem partilhei nas redes sociais as fotografias lindas do nascer do sol, por puro egoísmo: para não dar ideias a ninguém!
E desde ontem o inevitável aconteceu, e o paredão ficou interdito.
Lamento muito, no entanto percebo perfeitamente. Não era de todo um paredão às moscas, havia várias pessoas que faziam o mesmo, e se muitas estavam sozinhas ou em casal (deduzo eu que vivam na mesma casa), havia ainda alguns amigos que caminhavam juntos como antigamente - e isso nos dias que correm, senhores, é criminoso...
Resta-me agora obedecer às autoridades e caminhar aqui no bairro.
E já gozo.
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