Night moves: um passo à frente e dois atrás

Pode-se dizer que as noites estão francamente melhores.
Deitámos mão a todos os conselhos e mais alguns que recebemos, mas o principal foi que mudámos a nossa atitude.
Tudo começou com uma sms que recebi da mãe Sousa, que alertava para o facto de eles sentirem a nossa insegurança, ou seja, se achamos que eles vão acordar, eles acordam mesmo! O seu filho de dois anos acorda duas ou três vezes a chamar pela mãe entre as 21h e as 24h, mas apenas se ela estiver em casa. Muitas vezes ela sai de casa depois de o deixar a dormir e diz o avô que ele fica a dormir que nem um anjinho sem acordar uma única vez.
Ora isto para mim foi o verdadeiro "eye opener".
Outro contributo foi pensar em como seria se ele não fosse o primeiro filho. A nossa atitude muda consoante se trata de um 1º ou 2º ou 3º filho. Se eu tivesse mais filhos não ia ter tanto tempo/paciência para perder a adormecer cada um deles.
Assim, mentalizámo-nos para o facto de que ele não vai acordar, que vai dormir lindamente, e que cada noite vai ser melhor que a anterior.
Depois optámos por não ir a correr de cada vez que ele emite um gemido, dando-lhe espaço para resolver os seus assuntos sozinho: como foi dito num comentário, se vamos lá de cada vez que ele refila, ele habitua-se a isso e não aprende a acalmar-se sozinho e a voltar ao sono.
Também li num panfleto que a minha mãe trouxe do Continente que o melhor é deita-lo na cama ainda acordado, exactamente para ele se habituar a adormecer sozinho e saber lidar com a situação quando acorda a meio da noite, sem ser preciso a nossa ajuda.
A verdade é que o panorama melhorou, e bastante. O rapaz acaba de mamar, fica um bocado a ver se arrota e depois ala para a cama.
Having said that...posso acrescentar que, claro, nem tudo são rosas.
Depois de ficar na cama ainda fica um bom bocado a gemer e a perder a chupeta vezes sem fim, chegando a ficar 1 hora a perder a chupeta a cada 5 ou 10 minutos (ou seja, eu deito-me, adormeço, ele geme, choraminga, eu espero a ver se passa, se não passa eu dou-lhe a chupeta, ele cala-se, eu deito-me, fico alerta a ver se chora outra vez, não chora, adormeço, ele geme, choraminga... e assim sucessivamente).
Por outro lado, mesmo que adormeça imediatamente na cama, acorda sempre (sempre!) uns 30 minutos antes da hora de mamar, ficando nesta lengalenga de chora/toma lá a chucha para conseguir uns intervalos de 5 ou 10 minutos de descanso até à hora certa (faz lembrar quando carregamos no snooze do despertador para dormir mais 5 minutos).
E depois há noites como a de hoje, em que não sei se são as cólicas, se são os arrotos, se é a cama que tem picos, se é a chucha que ficou amarga, mas que o rapaz berra, grita, esperneia como se não houvesse amanhã, e em que eu acredito mesmo que o amanhã não vai chegar e que a noite não vai ter fim. Quando clareia o dia estamos os dois exaustos, com pingas de Aero-om até ao tecto, com chuchas espalhadas pelo chão, fraldas sujas, bolsados um pouco por todo o lado, e umas olheiras até ao queixo.
Um passo à frente e dois atrás... hoje à noite será melhor com certeza...