Fez 25 anos no sábado passado que foi lançado o álbum Nevermind, e passei a semana a recordar temas na rádio que ouço no carro.
Há 25 anos o Nevermind e os Nirvana marcaram a minha vida, e mudaram o mundo.
Há 25 anos eu andava no 8º ano. Usava calças Levis, ténis All Star e camisolas da Quebra-Mar (as da Amarras eram demasiado caras). Tinha um cabelão louro quase branco, cheio de ondas a cair pelos ombros. Andava no colégio de sempre, e odiava. Tinha uma mochila da Hang Loose cinzenta e preta. O walkam da Sony também cinzento, com Mega Bass, que permitia ouvir com melhor ou menor qualidade de som. Rebobinava as cassetes com a caneta para não gastar pilha.
O quarto com a porta fechada. Os amigos surfistas e do rugby, as tardes passadas na praia, as parvoíces com a melhor amiga, numa amizade intensa que acabou apenas por durar esse mesmo ano.
A stora de ciências que gritava e deitava perdigotos por todos os lados, a stora de inglês que não se calava com os Beatles, a stora de português e directora de turma, sempre de saia-casaco e salto altíssimo.
As paixões assolapadas, fulminantes, os namoros de uma semana, o coração partido e recomposto em menos de nada
E aquela vontade de mudar, de sair, de conhecer mais.
Aquela sensação de que a adolescência chegou, e já não há como voltar atrás.
O 8º ano acabou, e com ele muita coisa mudou, de facto.
O mundo da música não voltou a ser o mesmo. Nem eu.
1 comentário:
Este post está tão bom. Gostei tanto.
Ontem à noite, ainda me lembrei dele e fiz um esforço muito grande para me lembrar de mim no 8º ano. Não me lembro de grande coisa. Lembro-me do Nirvana e dos The Cure, ouvido senmpre sempre pelos irmãos mais velhos da minha melhor amiga. Por causa dela, ouvia mais The Cure que os Nirvana. Tirando isso e o casaco de ganga, não tenho nenhuma recordação do meu 8º ano. (Nem dos professores!)
Estranho, não achas?
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