No domingo à tarde fomos a um parque aqui ao pé de casa, e entre muitas outras pessoas estava um casal com uma filha de uns 4 ou 5 anos.
Os pais andavam atrás da menina, cuidado para aqui, não faças isso para ali, e coisas que tais.
A dada altura houve uma menina de uns 8 ou 9 anos que ultrapassou esta filha na escada do escorrega e deu-lhe um cotovelão. A miúda nem reagiu - nenhuma das duas aliás - a mais velha não pediu desculpa e seguiu a sua vida, a mais nova não chorou nem se importou com o sucedido.
Ora quem é que ficou extremamente incomodada com o facto?
A mãe, pois claro.
Começa a mandar bocas para o ar, que a falta de respeito destas crianças, e que não recebem educação em casa e onde é que isto já se viu, e blá, blá, blá e chegou mesmo a dizer que queria ir embora do parque porque não tolerava estas coisas (mas o pai lá disse que não). A partir daí sempre que a tal menina se aproximava da filha dela ela dizia ao marido para ter cuidado, que essa menina de camisola cor-de-rosa foi a que fez mal à nossa filha, cuidado aí com essa menina que foi mal criada e empurrou a nossa menina.
A senhora estava verdadeiramente incomodada com o facto da filha ter sido empurrada e não receber um pedido de desculpas, por os pais da outra (que nem vi quem eram) não terem feito nada. Toca de por as garras de fora para defender a cria e atacar o ofensor atirando bocas para o ar para quem quisesse ouvir.
E o Te e eu, que estávamos sentados num banco a observar tudo isto, não pudemos deixar de comentar.
A nossa posição quando estas coisas acontecem é completamente diferente.
Eu não vou nunca conseguir mudar o mundo, nunca vou conseguir proteger os meus filhos de tudo, e no parque, como na vida, vão sempre haver meninos e meninas a pisar os outros para chegar ao cimo mais depressa.
Isso eu não posso mudar.
O que posso é ajudar os meus filhos a lidar com isso. A ensinar o certo e o errado, a saberem defender-se quando é preciso e a deixar passar quando for caso disso.
Estamos com certeza todos certos na maneira de agir enquanto pais.
Mas eu acho que nós estamos um bocadinho mais certos que ela.
4 comentários:
ahahah!
não há paciência para esses pais.
Nós cá somos a favor de nos meter o minimo possivel, e já vimos o F. a apanhar (empurraram-no) por se ter metido com os mais velhos, os pais deles viram e nada fizeram, e nós apenas avisamos o F. que se "se mete arrisca-se", claro que ficou a chorar e passados 5min lá estava ele, mas já a ser ignorado!
(no lugar dos outros pais tinha defendido o F. dizendo a eles que não se bate em mais novos!)
Eu também costumo deixar passar...mas há limites! Havia um mafioso no jardim de Infância que TODOS os dias dava grandes sovas no meu mais velho que, sendo grande em tamanho, era pequeno pois tinha menos uns dois ou três anos que o outro (lembrem-se que aqui as turmas de jardimde infancia são mistas em termos etarios, é comum, portanto,ver os nossos pequenos a apanharem dos mais velhos. ) Aquele «búli» (bullier)(como dizem cá, a pronúncia é tal e qual a do bule do chá...) arreava no mê menino todos os dias e ninguem parecia notar. Posto isto, esbarrei-me com ele um dia quando ele vinha a fugir de uma funcionária, em pleno portão da escola, fiz o «favor» de o agarrar por um braço e antes que a dita funcionária chegasse ao pé de mim, olhei-o nos olhos e ameacei: Se voltas a bater no D parto-te este braço (de notar que ele tinha o outro engessado...). Não foi um momento bonito da minha vida, nada de que me orgulhe, mas foi remédio santo, pois ele mudou de vítima.
Ah ah ah!
Hoje em dia o D vinga-se com um só dedo, não?
Nem mais ;) Coitado do outro, era um a quem a mãe chamava assim: Anda cá, meu F...d...Pu...! Imagina o meu grau de boquiabertura!
Enviar um comentário