segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um Bono tamanho quase natural

Em Agosto de 2005, mais precisamente dia 14, foi o concerto mais esperado dos últimos tempos, aquele pelo qual eu dormi num carro numa bomba de gasolina, aquele pelo qual eu era capaz de dar uma fortuna - o concerto dos U2.
Os U2 são a minha banda de eleição há anos, e o Bono é o meu ídolo da adolescência e idade quase adulta. Tenho uma enorme admiração por ele, acho-o giro e sexy que farta, adoro aquela voz, e admiro tudo aquilo que ele faz enquanto figura pública.
Na altura do concerto havia por aí em diversas lojas de discos e livros uma figura de papelão do Bono em tamanho quase natural. Ora, estando o Guilherme a trabalhar numa livraria na altura, não é difícil adivinhar que me trouxe um Bono para eu ter em casa (coisa que o Tê nunca achou muita piada, mas pronto).
Também não é difícil adivinhar as parvoíces que fizemos com o Bono de papelão... pusemo-lo na janela para enganar os vizinhos (o Bono frequenta a minha casa!), pusemos o Bono a fumar e a beber, tirámos fotografias de grupo com o Bono no meio, e até houve uma vez um jantar em que tirámos fotografias a alguns elementos que adormeceram ao lado do Bono (na cama com o Bono, basicamente).
O Bono fez, durante uns meses, parte daquela casa, assistiu a muitos jantares de anos, a muitas noites de caipirinhas, a muitos encontros de amigos.

Chegada a hora de ir para a Holanda, muitas das minhas coisas, nomeadamente coisas de casa, foram guardadas na casa dos pais do Tê. Lá ficaram inúmeras caixas dentro do armário, e também uma estante com livros.
No dia em que lá fomos buscar as caixas qual não é o meu espanto quando de trás da estante salta o nosso amigo Bono em tamanho quase natural!
Eu nem queria acreditar!
Não só pelo insólito de no meio das coisas aparecer uma personagem da minha altura em papelão, como também pelo insólito de essa mesma personagem ter sido guardada religiosamente para o futuro como um objecto útil (a par dos livros, candeeiros e coisas de cozinha)!
Eu não sei, sinceramente, onde estava com a cabeça!
Em que é que eu estava a pensar quando decidi guardar o Bono? Tipo, vou emigrar para a Holanda, não sei quando volto, tenho de ocupar espaço numa casa que não é minha nem dos meus pais, MAS o Bono fica cá à minha espera!
E aquilo que ainda mais me surpreende (até me dá vergonha!) é a minha cara de pau perante a mãe do Tê! Se eu um dia for sogra e a minha nora quiser guardar uma figura de papelão gigante de seja quem for eu não sei bem qual será a minha reacção!
Estaria eu louca na altura?
Por um lado deixei tudo organizadinho e tal, por outro estava claramente no limiar da loucura e ninguém me avisou...

E pronto, isto para dizer que o Bono, depois de dois anos atrás da estante, levou o rumo que já devia ter levado, e foi deixado à beira do ecoponto. Quando regressámos a casa umas horas depois estavam uns miúdos a brincar com ele, e a levá-lo para casa todos contentes.
Fiquei feliz por saber que o Bono vai permanecer por aí...

6 comentários:

Raquel disse...

Admiro a tua lata a pedir à sogra para guardar o Bono lá em casa, algo bastante necessário e imprecindível. Muito cómica.

Isabel disse...

Também gostava de tirar uma foto com o Bono... será que é possivel?

Anónimo disse...

Não há direito em escrever coisas com tanta graça e não avisar, assim tive que chorar a rir à frente dos onze colegas no open space onde trabalho... Não há uma explicação racional para isso? Não pediste a ninguém para te ir buscar as coisas a casa e o Bono foi por engano? Não? Pois, então não sei o que te deu, mas que na altura aparentavas ser uma moça com siso, isso eu posso comprovar. E já agora, podias ter deixado o Bono lá em casa que sempre olhava para ele de vez em quando...

Pipos disse...

tou com a Florinda, rir estupidamente num openspace não dá jeito, e leva a comentários: tás a trabalhar ou a brincar? (tou a gozar, ng é assim tão duro..)

sofia disse...

olha, maria, acabei de "levar uma piçada" do Nuno, que estava a tomar banho, e teve de sair do banho a correr porque a Madalena acordou a chorar assustadissima com as minhas gargalhadas estridentes. tive um ataque de riso daqueles horriveis que simplesmente não consegues parar de rir estupidamente. ris tanto que não te consegues levantar e tentas equilibrar o portátil de 4 kilos na barriga, enquanto a Madalena chora assustada no quarto e o Nuno a caminho do banho outra vez, diz "sofia, se não páras, eu juro que é hoje que te bato!"

Anónimo disse...

Sogra sofre... tem dó! E segue o exemplo!