domingo, 9 de setembro de 2007

It takes a village to raise a child

Venho de uma família grande. Não de uma família nuclear numerosa mas de uma família não nuclear muito numerosa.

O meu pai tem 8 irmãos, a que se juntarmos respectivos maridos, mulheres e filhos faz um total de cerca de 40 (não fiz as contas, sou sincera, mas anda lá perto).
No entanto, ao contrário de muitas famílias que apenas se encontram no Natal e casamentos/baptizados/funerais a minha família encontra-se toda de 15 em 15 dias (e ainda assim... antes era todas as semanas).
Aos tios e primos, claro, juntavam-se também os tios avós e por vezes os respectivos filhos e netos, os pais e irmãos dos tios e tias, as primas da avó, os amigos e amigos de amigos que por vezes apareciam também, fazendo com que um simples jantar de Domingo parecesse uma mega festa.

Só primos somos (e volto a perder-me nas contas...) quase 20. Desde a mais velha que tem 35 à mais nova que faz 3 nunca deixou de haver um bebé de fraldas na família, entre os meus primos direitos e a geração seguinte que já se mistura completamente com a anterior.
Isto faz com que haja grupos de primos de todas as idades: os que já são os pais da tal nova geração, os quase adultos, os que ainda se lembram do avô e que andam agora na faculdade ou acabados de sair/prestes a entrar, os que acompanharam a avó e que andam no liceu e a começar a sair à noite, e os que brincam com os meus sobrinhos e que como para eles o meu pai é um avô.

Depois há os tios mais velhos que eram casados e com filhos quando eu nasci, há os tios que faziam inter-rails, os tios que nos levavam a passear, os tios com quem passávamos férias...

E há também uma infinidade de memórias de primos com quem brincámos mais, os que tomámos conta em bebés, as cabeças partidas ao sábado à tarde, as férias de Natal e da Páscoa a preparar com a avó a respectiva celebração, andar de bicicleta no jardim, os cães Serra da Estrela sucessivos, a missa do galo, jogar às escondidas nas noites de Verão, idas à praia de Carcavelos em grupo...

Todas estas memórias e este contacto com todas estas pessoas que são a minha família, o sangue do meu sangue, aqueles que aconteça o que acontecer estarão sempre lá, moldou certamente a minha maneira de ser e arrisco dizer que para melhor.

Eu sei que não sou apenas eu. Eu sou toda uma herança que vem comigo para todo o lado.

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