Em minha casa quem dava os presentes era sempre o Menino Jesus. E ainda é.
Cá em casa eu bem que tento fortalecer a ideia do Menino Jesus, mas parece-me que ando a remar contra a maré.
Eu enquanto pessoa, nada contra, mas embirro um bocado com o Pai Natal.
Ou melhor, com a vulgarização do mesmo.
Na minha infância, quando passávamos o Natal com a família do Porto, também era o Pai Natal que trazia os presentes, mas era o Pai Natal Verdadeiro.
Ora, ninguém podia ver o Pai Natal Verdadeiro.
Não havia um enjoo de pais natais por tudo o que é lado, em cada centro comercial. Não.
Havia 1, e claro que não estava em lado nenhum, pois não podia ser visto.
(Reza a lenda que a minha tia, irmã da minha mãe, o viu numa noite de Natal, e eu e os meus primos sempre tentámos a nossa sorte sem nunca termos conseguido)
Adiante, o meu mais velho está obviamente absorvido no marketing do momento e só fala em Pai Natal para aqui e para ali.
E eu vou corrigindo - Menino Jesus, cá em casa é o Menino Jesus.
Quer queiramos quer não, o Natal é do Menino Jesus, não é do Pai Natal, e acho que tentar resgatar um bocadinho do verdadeiro Natal nunca fez mal a ninguém.
Enfim, hoje saiu-se com esta, depois de mais uma correcção da minha parte:
"Oh mãe, o Menino Jesus dá os presentes, mas o Pai Natal traz. O Pai Natal é que é o crescido."
Não sei lá onde foi buscar esta explicação, mas depois disto fiquei sem resposta.
Entretanto ela, que é super maternal e adora bebés, anda encantada com os Meninos Jesus de tudo o que é presépio (sendo que o dos avós já ficou sem cabeça, mas pronto).
Haja alguém que identifica o protagonista do Natal como deve ser.
3 comentários:
Esse Riques anda com resposta para tudo. Está mesmo engraçado!
Acho que fazes muito bem em corrigir.
Daqui a uns anos chega o drama "pai natal?! lol, são os nossos pais man!".
Fui dos últimos a saber, mas mesmo assim não acreditava nos colegas...!
Pois, calculo que esta discussão tenha surgido na escola e alguém lhe terá dito isto, mas a parte do "crescido" pareceu-me ser da cabeça dele, não sei.
Eu não me lembro quando soube - foi uma transição suave - mas lembro-me da magia que tinha o Natal quando acreditava.
Mas parte-me o coração esse confronto com a realidade, para ser honesta.
Eu lembro-me muito bem da conversa que a mãe teve que ter comigo por causa disso. Estava na 3ª classe e não duvidava. Mesmo! Com todas as evidências a apontarem para o contrário, nem assim. Foi um choque!
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